Publicado em 24/09/2025 às 13:20 - Atualizado em 30/09/2025 às 07:37
As Olimpíadas e Paralimpíadas acontecem a cada quatro anos, e isso você provavelmente já sabe, mas já pensou quando começa a preparação de um atleta no novo ciclo olímpico? Afinal, o que está por trás das edições dos jogos olímpicos e paralímpicos além do instante da competição?
Um ciclo olímpico é o período que liga uma edição dos Jogos OIlímpicos a outra. Além de um momento de espera para os fãs do esporte, esse é um tempo de preparação árdua para os atletas, que participam de torneios e qualificações em busca de uma vaga para os próximos Jogos. E tudo influência nesse processo, se é um esporte individual, como a natação, ou em equipe, como o vôlei.
Tudo o que é construído nesse período pretende manter e melhorar o desempenho dos atletas nas competições. Mas além da prática de treinamentos mais robustos, a ciência desempenha um papel fundamental na garantia da eficácia dos programas de exercícios.
Em uma parceria acadêmico-científica integrada à preparação de atletas, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e o Praia Clube firmaram a colaboração que visa aperfeiçoar o condicionamento e a performance dos competidores do clube por meio da ciência, trabalhando aspectos físicos, técnicos, táticos e psicológicos. O estudo avalia e monitora a carga de treinamento dos atletas olímpicos e paralímpicos de forma periódica durante o período estabelecido.
Os pesquisadores buscam ir além do que já haviam estudado, pois a parceria permite “melhorar o conhecimento dessa área de trâmite esportivo, principalmente com as equipes que o Praia reforçou em várias modalidades, não só nacionais, como internacionais”, explica o docente da Faculdade de Educação Física da UFU (FaefiI/UFU) Guilherme Puga. Acompanhar atletas de alto desempenho, sem alterar a logística de treinamento já realizada, é uma oportunidade para compreender cientificamente como acontece o desenvolvimento dos esportistas durante o ciclo olímpico e oferecer um suporte para a equipe técnica.
O estudo tem como proposta o monitoramento detalhado das adaptações fisiológicas e psicológicas, a partir de avaliações multidimensionais, para compreender os efeitos do treinamento no organismo do atleta. “A ideia é acompanhar o treinamento fazendo avaliações periódicas para que a gente possa identificar alguns marcadores e passar a tentar prever um pouco melhor como que é o funcionamento do atleta, o rendimento, qual o tempo de descanso necessário e, principalmente, antecipar ou diminuir a incidência de lesões, afirma Puga, que também é um dos coordenadores do projeto.
Os momentos de avaliação são diversos durante o ciclo olímpico. “Temos alguns testes que são no início, meio e final de temporada, onde são realizadas avaliações mais longas para ver como o atleta está chegando no início, como está no meio da temporada e como chega no final”, descreve o docente. Já as avaliações com maior periodicidade buscam identificar aspectos do treinamento de forma que os retornos aos treinadores possa ser mais rápido, como aumento de carga e descanso.
O coordenador explica que inicialmente irão selecionar algumas modalidades para iniciar o estudo e, posteriormente, incluir outras equipes visto o grande número de atletas de alto nível no clube. Nos Jogos Olímpicos de Paris, o clube teve destaque sendo a instituição com o maior número de convocados para as Olimpíadas e Paralimpíadas de Minas Gerais.
A avaliação de um ciclo olímpico é essencial para o aprofundamento do estudo. “A ideia de prolongar e fazer estudos mais longos é que a gente acompanhe e tenha mais dados para tirar conclusões e ter ações efetivas, uma vez que são muitas variáveis que podem influenciar atletas coletivos e individuais”, conta Puga. O docente ressalta que o projeto é um espaço de envolvimento para estudante de graduação e pós-graduação, principalmente para a produção e desenvolvimento de outras pesquisas ao longo de todo o projeto.
A iniciativa de unir fundamentos científicos a prática e desenvolvimento de atletas de alto rendimento conta também com a parceria do Centro Brasileiro de Referência em Inovação Tecnológica Assistiva (CINTESP.Br/UFU), Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e Labs for Fit.
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Palavras-chave: olimpíadas paralimpíadas treinamento Praia Clube Parceria
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