Publicado em 14/10/2025 às 09:34 - Atualizado em 31/10/2025 às 15:12
Uma nova tecnologia desenvolvida na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) promete aprimorar o tratamento de infecções bacterianas em animais de estimação. O estudo, que atualmente está em fase de testes clínicos com cães, combina duas tecnologias em uma formulação híbrida capaz de aumentar a absorção da norfloxacina (antibiótico de baixa disponibilidade intestinal) e reduzir a toxicidade.
O resultado é um medicamento mais eficaz, com intervalos maiores entre as doses e menor estresse para os animais. A inovação, elaborada com apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Teranóstica e Nanobiotecnologia (INCT-TeraNano/UFU), pode abrir caminho para novas aplicações no mercado pet e, futuramente, na área humana.
No vídeo a seguir, a professora Bia Fonseca, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ/UFU), apresenta a inovação:
Qual é a área de aplicação principal dessa tecnologia?As formulações nanohíbridas para encapsulamento de fármacos podem ser aplicadas tanto na área humana como na área animal. Porém, no momento, estamos testando a aplicação em cães.
Como foi o processo de desenvolvimento da tecnologia?
Nós pretendemos avaliar a melhor disponibilidade da norfloxacina, que é uma droga com baixa absorção intestinal. A partir daí veio a ideia de juntar duas tecnologias e uma formulação híbrida para melhorar a liberação, a entrega, a absorção, diminuir a toxicidade e aumentar o intervalo entre doses. Quando fizemos os testes in vitro notamos que a droga podia ultrapassar o limite de resistência de algumas bactérias, alcançando ótimos resultados. Inicialmente, seria uma droga para uso em galinhas, mas devido aos custos optamos por começar os testes em cães.
Que problemas ou necessidades essa tecnologia busca solucionar?
Essa tecnologia busca melhorar a distribuição das norfloxacina. Embora a gente tenha usado a norfloxacina, outras quinolonas [antibióticos usados no tratamento de infecções bacterianas] poderiam ser testadas. O objetivo é administrar uma dose menor com intervalo de dosagens maior, algo excelente para pets, pois dar um medicamento a cada 12 horas é difícil para esses animais, devido à contenção. No nosso caso estamos testando duas doses apenas com intervalo de 48 horas.
Como essa tecnologia se diferencia da abordagem adotada em soluções convencionais?
São três principais aspectos: maior intervalo entre doses, menor dose e menor concentração inibitória mínima ultrapassando o limite da resistência das bactérias aos antibióticos.
De que modo essa inovação pode impactar o mercado?
Essa forma de encapsulamento de fármacos pode ser uma nova abordagem para o mercado pet, propiciando maior intervalo entre doses e menos estresse para animais com infecção bacteriana.
Qual é o estágio atual de desenvolvimento da tecnologia?
Temos já fechado com uma empresa um contrato de licenciamento exclusivo do produto. Estamos em fase de estudo clínico para que a tecnologia esteja demonstrada e validada em ambiente operacional e depois possa ser aplicada no mercado.
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Palavras-chave: Série Inovação inovação FMVZ Medicina Veterinária fármacos medicamentos pets
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