Publicado em 03/12/2025 às 14:31 - Atualizado em 03/12/2025 às 14:48
Quem acompanha a tranquilidade de Lana Paula Prado, 44 anos, durante a consulta odontológica no Setor de Pacientes Especiais (Sepae), do Hospital Odontológico da Universidade Federal de Uberlândia (HO-UFU), não imagina que nos primeiros atendimentos ela não deixava os profissionais chegarem perto. “No começo, ela era segurada à força e a gente tinha muito medo de machucar ela. E era à força mesmo, porque ela não deixava e com o tempo ela aceitou, agora faz até cirurgias”, orgulha-se a mãe Maria Aparecida Paula.
Lana começou o atendimento no Sepae quando tinha apenas 12 anos, hoje com mais de 30 anos sendo atendida pelo setor, ela chega no espaço com um sorriso no rosto e distribui gargalhadas para as profissionais que conduzem o atendimento. A mãe não esconde a emoção quando lembra da primeira vez que a filha aceitou o atendimento. “Eu fui para fora chorar de emoção, eu não acreditava. Nunca mais, nunca mais ela resistiu. O atendimento é maravilhoso, maravilhoso; isso aqui não pode acabar nunca, isso aqui tem que ser pra sempre. Porque vai vir outros especiais, pequenininhos, e tem que cuidar, porque se não cuidar, perde todos os dentes”, conta.
O Sepae realiza serviço de atendimento, tanto em âmbito clínico e cirúrgico, para as pessoas que apresentam condições físicas e mentais que dificultam o atendimento odontológico, como em pacientes que não cooperam e necessitam de contenção física. O atendimento abrange os 28 municípios da macrorregião do Triângulo do Norte. A equipe é composta por profissionais da UFU e da Prefeitura de Uberlândia. Para ser atendido no Sepae é preciso encaminhamento via postinho, UBSF [Unidade Básica de Saúde da Família] ou Secretaria de Saúde de um dos municípios da macrorregião.
Para o diretor do HO-UFU, Carlos José Soares, o setor trabalha em duas dimensões. “A primeira se dá no papel de prestar um serviço importantíssimo para a comunidade de Uberlândia e região com um centro de referência para tratamento de pacientes com deficiência, além da dimensão de construir conhecimento dentro da universidade de como prestar serviço de qualidade para estes pacientes. A segunda é a acadêmica, a vivência dos nossos alunos de graduação, alunos residentes e alunos da pós-graduação de poderem interagir com os profissionais extremamente qualificados que trabalham aqui” destaca Soares.
A coordenadora do Sepae, Gisele Rodrigues da Silva, destaca que o setor vai muito além do serviço odontológico. “Aqui, os profissionais, eles entregam muito mais do que a odontologia. É tão bonito ver o trabalho delas, tanto no acolhimento com os pais e no acolhimento com o paciente. É bem mais do que o cumprir o dever de cirurgião-dentista, o tratamento aqui é totalmente diferente, porque as profissionais aqui fazem muita diferença”.
Uma destas profissionais é a técnica administrativa em educação (odontóloga) Dhessyca Miranda e Paulo. Com toda a formação acadêmica na UFU, desde a graduação em Odontologia à residência médica, hoje ela dedica-se ao trabalho no setor. “Trabalhar no Sepae é muito mais que oferecer um serviço odontológico especializado. É um lugar onde criamos laços com os pacientes e seus familiares, aprendemos sobre suas histórias, seus desafios e suas conquistas. A cada atendimento, crescemos não apenas como profissionais, mas como seres humanos, desenvolvendo empatia e um olhar mais amplo sobre inclusão e cuidado”, reflete a cirurgiã dentista.
Um diferencial do setor é o oferecimento de presentes aos pacientes atendidos, desde bichos de pelúcias a bijuterias. “O paciente daqui sempre sai com um brinquedinho, um mimo depois do atendimento. E a gente faz campanha de divulgação pedindo doações de brinquedos para essas crianças, porque faz parte do condicionamento”, explica a coordenadora.
As doações podem ser entregues diretamente no Sepae, que funciona de segunda à sexta-feira, das 7h às 13h, no Bloco 2G, sala 8, Campus Umuarama.
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Palavras-chave: Sepae Hospital de Odontologia UFU
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