Episódio 54 do 'UFUCast' trata sobre etarismo

Imagem: Reprodução

Durante a última transmissão do mês de março (30/03), os jornalistas Matheus Minuncio e Sara Camelo receberam no estúdio do UFUCast a médica geriatra Aline Keli de Oliveira e Denise Stefanoni Combinato, professora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (IP/UFU). O bate-papo foi sobre temas como o processo de envelhecimento do ser humano, o conjunto de estereótipos, preconceitos e discriminações direcionados a pessoas com base na idade e de que forma alcançar uma maior longevidade com saúde.

O que é etarismo?

Na Língua Portuguesa o sufixo “ismo”, de origem grega, forma palavras que indicam conceitos de ordem geral. Logo, em associação com a palavra “etária”, denota um preconceito que toma como base estereótipos relacionados à idade da pessoa. Portanto, é uma forma de discriminação com base na faixa etária.

Comumente, o comportamento é associado a pessoas mais jovens sendo preconceituosas com pessoas mais velhas que elas, mas não é necessariamente assim. Denise Combinato explicou que “quando falamos em etarismo, estamos pensando em estereótipos, preconceitos, discriminações, que se materializam em pensamentos, sentimentos e ações relacionados à idade. É possível haver etarismo relacionado ao adolescente, por exemplo”.

Como combater esse preconceito?

Para diminuir o problema, tanto no meio acadêmico quanto social, colocar pessoas de diferentes características em contato umas com as outras é um dos caminhos possíveis. Na opinião a psicóloga, no caso do etarismo, pessoas de diferentes faixas etárias interagindo em ambientes profissionais, acadêmicos e sociais podem ajudar bastante na diminuição desse preconceito na sociedade como um todo. “O combate à discriminação passa pela legislação, e no Brasil temos o Estatuto da Pessoa Idosa e políticas públicas. Outro aspecto é a educação: trabalhar conteúdos de gerontologia [conhecimentos sobre o processo de envelhecimento humano] para além da área da saúde e pensar em projetos intergeracionais, que valorizam o encontro entre diferentes gerações”, completou Combinato.

Na linha desse pensar em mais espaços intergeracionais, Oliveira destacou que, para as pessoas da terceira idade, é fundamental criar e manter vínculos significativos associados a atividades de valor, como trabalhar, ter um hobby etc. “O idoso tem muito a ensinar, mas ainda tem muito para aprender. O que vemos atualmente são idosos se mantendo ativos por mais tempo, e a troca entre as gerações é muito importante. É uma troca de experiências de vida, além de uma troca e atualização de conhecimentos”, argumentou a convidada do UFUCast. Ainda de acordo com a geriatra, "atualmente essa troca beneficia esse público [os idosos] também na busca de oportunidades, visto que muitos são restringidos do mercado de trabalho por falta de conhecimento das novas tecnologias, além de dirimir o preconceito com base na idade".

No entanto, em casos de qualquer tipo de discriminação, a Polícia Militar pode ser acionada (principalmente quando a vítima tiver 60 anos ou mais) pelo número 190. No ambiente da UFU, os casos podem ser denunciados via Ouvidoria, pelo fone (34) 3239-4074, para que as medidas adequadas sejam aplicadas.

Envelhecer não é um problema

Envelhecer é parte natural e inevitável do ciclo da vida e que vai acontecer com todo ser humano. Agora, o que varia é como se quer envelhecer: bem ou mal? Segundo Aline Keli de Oliveira, o auge do corpo humano, em termos de massa muscular, cognição e atividade, é por volta dos 30 anos de idade. A partir daí, ele entra em um processo natural de declínio e são necessários cuidados maiores para poder se manter ativo por mais tempo e, lá na frente, um idoso com maior independência. Esses cuidados podem ser, principalmente:

• fazer exercícios físicos regularmente;
• manter uma alimentação saudável ao longo da vida;
• evitar vícios;
• além de manter ciclos sociais saudáveis.

Aos 70 anos de idade, o mineiro Nilson Lima é um dos maratonistas mais conhecidos do Brasil. Já ultrapassou a marca das 300 provas oficiais com, no mínimo 42.195 metros de distância, e segue aumentando este número. Ele é homenageado dando o nome à Maratona de Uberlândia - cuja sexta edição será realizada no próximo dia 21 de maio. A trajetória esportiva de Lima, que começou a correr após os 40 anos e fez sua primeira maratona aos 45, foi narrada em um livro-reportagem produzido pelo jornalista Hermom Dourado para um projeto de mestrado profissional apresentado à Faculdade de Educação da UFU. 

O corredor veterano é mais um exemplo de que é possível envelhecer com saúde e prolongar a vitalidade com a prática regular de exercícios físicos e cultivando bons hábitos de alimentação e um estilo de vida saudável. Quer conhecê-lo melhor? Pois basta dar o play no vídeo da sétima edição do UFUCast, veiculada em 24 de maio de 2022.    

Sobre o UFUCast

A transmissão foi realizada pelo canal da UFU, no YouTube, e nas principais plataformas agregadoras de podcast. Este projeto é elaborado pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU), com execução técnica da Fundação Rádio e Televisão Educativa de Uberlândia (RTU). O objetivo do videocast é apresentar aos espectadores e ouvintes a universidade para além de seus muros e os pesquisadores para além de suas pesquisas.

Vale lembrar que você também pode acompanhar os cortes das entrevistas por meio do Instagram, no perfil @UFU_Oficial. Além disso, a Rádio Universitária FM veicula às terças-feiras, a partir das 20h, a versão gravada do episódio da semana.

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