Publicado em 12/04/2024 às 16:18 - Atualizado em 22/04/2024 às 08:13
A quarta edição do “Comunica Ciência” teve início na manhã desta quinta-feira (11), no auditório do Bloco 5S do Campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O evento deste ano trouxe como temática “Divulgação Científica, Inteligência Artificial e Democracia”.
Na mesa de abertura, o evento contou com a jornalista Renata Neiva, gestora da Diretoria de Comunicação Social da UFU (Dirco), Carlos Henrique de Carvalho, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, e o vice-reitor Carlos Henrique Martins da Silva. Durante as reflexões sobre o tema deste ano, Martins pontuou a importância da verdade na sociedade: “A verdadeira linguagem é a da verdade. Nossas relações devem ser construídas sob essa esfera”, sublinhou.
Com a presença de autoridades da educação brasileira, a primeira parte do Comunica Ciência começou com a mesa-redonda sobre o papel das agências de fomento na promoção da pesquisa e da divulgação da ciência no contexto atual. Compuseram a mesa Denise Pires de Carvalho, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e Carlos Alberto Arruda de Oliveira, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O responsável pela mediação foi Carlos Henrique de Carvalho.
No debate, não só a presença da inteligência artificial, mas a produção da ciência brasileira foram pontos marcantes nas falas dos componentes. Para a presidente da Capes, o maior problema dos últimos anos tem sido o questionamento imprudente da ciência. “Na era do conhecimento não devemos ser porta-vozes do absurdo. Que país é esse que questiona a ciência e a educação? Um país que fica o tempo todo questionando questões indiscutíveis. Não se gera conhecimento sem investimento”, argumentou Denise Pires de Carvalho.
Algo em comum nas falas tanto dela quanto de Carlos Alberto foi a respeito do baixo número de doutores formados no nosso país. No entendimento do presidente da Fapemig, além de investir e incentivar a pesquisa, é necessário formar indivíduos qualificados. Arruda comentou, ainda, como o país não atrai pesquisadores de fora: “O Brasil tende a perder ‘cérebros’; somos péssimos para atrair outros ‘cérebros’. Somos bons em atrair mão de obra não qualificada, mas não o contrário.”
Café Porandu e roda de conversa
Durante o intervalo foi servido algo que nem inteligência artificial ainda consegue reproduzir: o delicioso café especial Porandu, produzido pelo projeto “Da semente à xícara”, do campus da UFU em Patos de Minas. “Porandu significa: pesquisar e questionar. Quando um pesquisador vai até o cafezal, impacta toda a cadeia produtiva”, explicou Líbia Diniz, docente na Faculdade de Engenharia Química (Fequi/UFU) e coordenadora do projeto “Da semente à xícara”.
Já a segunda parte da manhã, foi marcada por uma roda de conversa que discutiu as oportunidades e desafios trazidos pela inteligência artificial para a democracia, e como a divulgação científica tem papel fundamental nesta relação. O diálogo teve a participação dos docentes da UFU Aléxia Pádua Franco, da Faculdade de Educação (Faced), e Alexandre Cardoso, da Faculdade de Engenharia Elétrica (Feelt); e dos comunicadores Lucas Rocha, jornalista especialista em produção de conteúdo nas áreas de saúde e ciência e repórter da Veja Saúde, e a relações públicas Erica Mariosa, que pesquisa e atua nas áreas de comunicação, comunicação em saúde, divulgação científica, jornalismo e mídias sociais.
A roda de conversa foi mediada por Túlio Daniel, jornalista da Dirco, e teve importantes indagações sobre o uso da inteligência artificial na educação e no dia a dia, a transformação da linguagem contemporânea em prol dos rápidos avanços virtuais e as dificuldades em tornar a ciência parte do coletivo.
“A união dos comunicadores e cientistas, o trabalho coletivo desses, é o que levará a ciência para mais pessoas”, afirmou Mariosa. O desafio de projetar linguagens e maneiras acessíveis de divulgação da ciência é papel da comunicação e dos cientistas no Brasil. Para Cardoso, “a utilização da IA [Inteligência Artificial] é uma forma de melhorar a comunicação” e, quando bem empregada, permite ao usuário burlar os vícios dos algoritmos. “Não podemos nos acomodar ou naturalizar as ações das grandes empresas de tecnologias atuais”, finalizou Aléxia Pádua.
O Comunica Ciência teve sequência de suas atividades na manhã e tarde desta sexta-feira (12), no Terminal Central de Uberlândia, com a exposição de trabalhos desenvolvidos na UFU e um momento de interação com a comunidade.
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Palavras-chave: IV Comunica Ciência Ciência Evento Divulgação Científica inteligência artificial democracia
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