Publicado em 07/08/2023 às 08:51 - Atualizado em 22/08/2023 às 17:04
Apesar de ser jovem, o Campus Glória já deixa marca sua história na UFU. (Foto: Marco Cavalcanti)
Inaugurado em dezembro de 2016, o Campus Glória promete grandes mudanças para a história da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). No local, as atividades se iniciaram antes da federalização da universidade, em 1977, quando foi criada a primeira fazenda experimental da UFU, no terreno doado pela prefeitura. O projeto, aprovado em 2011, teve suas obras iniciais finalizadas em 2016, recebendo as primeiras aulas no começo daquele ano.
No decorrer dos 46 anos, muita coisa mudou. O laboratório ao ar livre ainda permanece, porém salas de aulas e laboratórios de diferentes cursos das Ciências Exatas e da Terra passaram a fazer parte da estrutura do campus. “O ambiente é agradável, bonito pra uma faculdade; tem salas bem grandes e os laboratórios também me agradam bem”, opina Matheus Basso, graduando de Engenharia Aeronáutica.
Ocupando uma área de 2.937.044 m², o Campus Glória é o maior da UFU em Uberlândia, permitindo a edificação de construção em novos espaços que não estão disponíveis nos outros três campi da cidade (Santa Mônica, Umuarama e Educação Física). “Hoje, ele é fundamental, porque é o único espaço dentro dos campi de Uberlândia em que nós podemos fazer o planejamento do desenvolvimento da pesquisa, inovação e tecnologia”, afirma o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Carlos Henrique de Carvalho.
Desde o início, o Campus Glória estabeleceu uma relação com produção científica, geralmente em pesquisas voltadas para o campo das Ciências da Natureza, na fazenda experimental. Durante o planejamento da construção do campus, explica o pró-reitor, a ciência foi contemplada com espaços exclusivos. “O 1ACG foi um prédio planejado e projetado exclusivamente para pesquisa, para o desenvolvimento de três grandes laboratórios”, diz ele.
Ao longo dos próximos anos, o Campus Glória será o local de implementação de grandes ações da UFU. No início de 2023, foram liberados recursos para a construção de um Laboratório Termoquímico e um Parque Tecnológico. Além disso, a professora e coordenadora do curso de Engenharia Mecatrônica da Faculdade de Engenharia Mecânica (Femec), Núbia Saad, revela que está prevista a instalação de um laboratório vinculado ao Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos (Cintesp.BR/UFU).
O presente
Os cursos começaram a ser transferidos para o Campus Glória de forma mais frequente a partir de 2019, conforme declara a docente da Femec. Atualmente, além dos cursos que costumavam ter atividades no local, como os do Instituto de Ciências Agrárias (Iciag) e da Faculdade de Medicina Veterinária (Famev), alguns que estavam no Campus Santa Mônica foram realocados no Glória. Foram os casos das engenharias Mecânica, Aeronáutica e Mecatrônica.
“Os laboratórios de ensino foram transferidos com ampliação e melhor adequação de espaços, implicando em impacto altamente positivo e significativo no processo ensino-aprendizagem, em prol da melhor formação dos nossos estudantes”, relata Saad, acrescentando que as salas e os laboratórios foram desenvolvidos adequadamente, desde o projeto inicial, visando essa transferência de cursos para o Glória.
As transferências dos cursos para o Campus Glória contribuíram positivamente para o desenvolvimento tecnológico na UFU. (Foto: Milton Santos)
A presença de diversos espaços para produção científica, como os laboratórios de aerodinâmica, termodinâmica e eletrotécnica utilizados no curso de Engenharia Aeronáutica, é necessária para possibilitar um completo aprendizado prático aos discentes. “Temos um coordenador extremamente competente, que busca sempre ampliar a área prática do nosso curso, com exemplares de pequenos aviões, melhorias em equipamentos dos nossos laboratórios já existentes”, conta Basso, que tem aulas no campus desde o início do curso.
Apesar de já acontecer toda essa evolução desde a inauguração da unidade, o pró-reitor informa que o Campus Glória está entrando em uma nova fase. “Eu tenho uma condição de dizer que as perspectivas são muito boas”, ressalta Carvalho. Ele completa ser essencial que o campus passe a ser habitado pelos cursos de graduação, como está acontecendo, para que a pesquisa se faça ainda mais presente.
O futuro
Em maio, iniciou-se a limpeza do local onde será construído o Laboratório Termoquímico, que possui um grande potencial na UFU. O professor à frente da Propp descreve um pouco sobre como será o funcionamento desse terminal elétrico: “Será possível [gerar energia] a partir da condensação de resíduos sólidos, inicialmente cigarros apreendidos pela Receita Federal, e, assim, gerar energia elétrica para alimentar o próprio campus”.
Esse empreendimento, além de promover a autossuficiência do Glória, será capaz de gerar um destino sustentável às substâncias tóxicas presentes nos cigarros. “Isso não é um ganho fantástico apenas para o desenvolvimento científico-tecnológico, mas também para a sociedade”, enaltece Carlos Henrique de Carvalho. Futuramente, espera-se que, com o sucesso do laboratório e os recursos necessários, ele possa se transformar em uma usina termoquímica capaz de gerar energia para pequenas cidades da região.
Planejamento inicial do Campus Glória. (Imagem: Arquivo de Marcelo Braga/Femec-UFU)
O Parque Tecnológico no Glória também é um sonho muito almejado para a comunidade universitária. O objetivo dele é desenvolver um ambiente de contato entre as tecnologias produzidas na universidade e a comunidade externa. Para a coordenadora da Engenharia Mecatrônica, Núbia Saad, a instalação do parque permitirá o desenvolvimento de novas tecnologias no Campus Glória e trará grandes benefícios para o ensino-aprendizado.
O pró-reitor comenta avaliar que a interação entre a sociedade e a universidade atualmente ainda é muito discreta. “Com o Polo Tecnológico, nós abrimos uma outra possibilidade, uma outra janela. Às vezes, temos dificuldade de fazer o transbordo daquilo que a instituição produz para a sociedade", admite. E vislumbra: "O Parque Tecnológico terá a função de estreitar essa relação de extensão à comunidade externa à UFU".
A intenção é de que cada vez mais empreendimentos no Glória estejam ligados aos cursos abrigados no campus. Para Carlos Henrique de Carvalho, isso projeta não somente a universidade, mas a cidade de Uberlândia. Ele também destaca a importância de a sociedade conhecer e acreditar no todo do meio universitário para que ela não perca sua relevância: “A universidade tem que responder essa confiança com o resultado.”
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