Publicado em 27/05/2015 às 21:05 - Atualizado em 09/06/2025 às 22:12
Antônio Lima, do Ministério das Cidades, apurou dados sobre área ocupada (Foto: Milton Santos)
Gestores da UFU e do poder público se reuniram, na manhã desta quarta-feira (27/05), na reitoria, para debater o futuro da área ocupada no campus Glória pelo Movimento Sem Teto do Brasil (MSTB).
Participaram da reunião o reitor em exercício, Eduardo Nunes Guimarães; o chefe de gabinete da reitoria, José Antônio Galo; o Gerente do Departamento de Urbanização de Assentamentos Precários da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Antônio Vladimir Moura Lima; o secretário de Habitação de Uberlândia, Delfino Rodrigues; o vereador Marcos Batista Gomes (Marquinho do Mega Box); e o deputado estadual Professor Neivaldo Lima.
Segundo o reitor em exercício, foi uma reunião técnica em que se distribuíram tarefas entre as instituições envolvidas no debate: UFU, Prefeitura Municipal, Câmara Municipal, Assembleia Legislativa de Minas Gerais e Ministério das Cidades. Foi marcada uma mesa de debates para o dia 08/06, quando se pretende “formatar uma proposta para a área ocupada do Glória”, de acordo com Guimarães.
À tarde, o representante do Ministério das Cidades visitou o Glória, acompanhado pelo professor Luciano Senna Peres Barbosa, integrante da comissão multidisciplinar especial de acompanhamento das ações vinculadas à área. Antônio Lima conversou com moradores e fotografou algumas ruas.
“É um momento de coleta de informações para subsidiar a decisão das instâncias superiores. A gente vem no sentido de tentar colaborar, mas têm várias figuras envolvidas no processo de conversa: a prefeitura municipal, a universidade federal, a câmara de vereadores, o governo do estado, a Casa Civil da Presidência da República”, afirma Lima. “O importante no momento é que existe um movimento no sentido de resolver a questão”, opina.
O representante do Ministério das Cidades veio a Uberlândia para conhecer melhor a situação do Glória e apurar informações como o número de famílias que vivem no local e a faixa de renda. “A partir daí terá uma base para poder enquadrar essa situação dentro de um dos programas que o governo federal oferece. Parte do imbróglio está nessa ausência, nesse primeiro momento, de mais informações sobre a localidade”, explica o professor Luciano Barbosa.
O docente acredita que uma das possíveis soluções para a área é a venda para a Prefeitura, ainda que por meio de financiamento. “Mas isso é uma das soluções que estão sendo vistas, uma vez que uma solução jurídica ainda não foi colocada na mesa”, esclarece.
A coordenadora do MSTB, Minéia Nunes, está confiante: “para a gente é muito positivo [a visita do representante do Ministério das Cidades]. A gente acredita que hoje estamos consolidando a nossa vitória”. Segundo a coordenadora, são 2.350 famílias, cerca de 15 mil pessoas, que vivem no local. Há, por exemplo, 16 igrejas e 34 comércios, mas, de acordo com Minéia, não há infraestrutura de saneamento.
“Espero que isso daqui seja legalizado logo para a gente pagar nossos impostos e conquistar aquilo que a gente já está dentro”, declara o morador Wellington Martins da Silva, que vive em uma das casas do Glória com a mãe, o padrasto, a esposa e uma filha de sete meses.
A universidade constituiu a comissão de acompanhamento da situação do Glória na tentativa de solucionar a questão de maneira equilibrada. “A UFU está acompanhando o processo e a comissão também, a fim de que haja uma resolução que contemple as partes e que, principalmente, não gere nenhum tipo de conflito, que é, de fato, um risco grande. O posicionamento da UFU é evitar, a qualquer custo, esse tipo de resolução [desocupação]”, assegura o professor Barbosa.
Palavras-chave: Campus Glória
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