Publicado em 04/11/2019 às 17:03 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:56
O portal Comunica UFU publica nesta semana uma série de textos produzidos durante o curso de extensão de Divulgação Científica, promovido em outubro e novembro pela Diretoria de Comunicação Social (Dirco) e pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Os textos são de autoria dos alunos do curso, orientados por jornalistas da UFU que fazem parte da equipe de palestrantes. Este primeiro foi escrito pelo físico Leandro Silva Moro.
Radiação emitida por micro-ondas não fica contida nos alimentos que aquece (Foto: Diélen Borges)
Se você acha que os diversos tipos de radiações que nos atingem são somente estranhezas ou conteúdos complexos da Física, você precisa ampliar e aprofundar a sua visão. Nossa espécie evoluiu em um mundo “banhado” por diversas radiações. As fontes naturais, como o Sol, o solo, o ar, a água e alguns alimentos (banana, leite e batata, por exemplo) não poupam ninguém de suas emissões.
Do Sol recebemos diariamente luz visível, raios ultravioleta (UV), infravermelho, raios gama, micro-ondas, radiofrequência e outras. Elementos radioativos no solo, no ar, na água e em alguns alimentos emitem raios beta e/ou gama, por exemplo. Além disso, os átomos de carbono-14 (C-14) presentes em nossos ossos e os de potássio-40 (K-40) em nossos músculos também emitem raios beta continuamente. No caso do C-14, inclusive, após a nossa morte, o que torna possível a datação de um fóssil.
Contudo, você deve estar se perguntando: e os efeitos dessas radiações em nossas vidas? Quando pensamos em radiações, precisamos considerar, além de suas fontes, outros critérios de classificação, como o seu potencial energético, isto é, se têm ou não energia suficiente para alterar os átomos das nossas células. A luz visível, os raios UV, os infravermelhos, as micro-ondas e as ondas de rádio são radiações não ionizantes, ou seja, não provocam danos a nível atômico. Enquanto os raios beta, gama e X ionizam átomos de nossas células, o que implica desequilíbrios nos átomos que as constituem. Isso chama muito a atenção, porque esses efeitos podem acarretar danos biológicos, como doenças diversas, inclusive o câncer radioinduzido.
Mas e as fontes artificiais de radiações, como os smartphones, os satélites e outros equipamentos imersos em nosso cotidiano? Esses dispositivos se comunicam via ondas de rádio. O que se especula atualmente é se o excesso de exposição a esse tipo de radiação pode provocar efeitos cumulativos ou tardios. Possivelmente, pesquisas futuras podem esclarecer isso.
Lembra do equipamento de micro-ondas que você tem em casa? A radiação emitida por esse artefato não fica contida nos alimentos que aquece. Trata-se de energia em trânsito, assim como as ondas de rádio, UV e infravermelho, que não se acumulam em nossos corpos. Mesmo sendo ionizantes, os raios X e gama também não se acumulam em nossos corpos ou outros materiais.
E agora, o que você pensa sobre as radiações mencionadas? Isso é com você. Porém, não esqueça: queiramos ou não, nascemos, crescemos e evoluímos graças às radiações também. Por isso, é tão importante procurarmos ampliar e aprofundar nossas noções sobre isso.
Leandro Silva Moro produziu este texto durante o Módulo 2 do curso de Divulgação Científica (Foto: Marco Cavalcanti)
*Leandro Silva Moro é licenciado em Física e mestre em Educação pela UFU, onde atualmente é aluno de Doutorado em Educação.
Palavras-chave: Física radiações Divulgação Científica
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