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Inovação

CINTESP.Br se destaca na UFU no registro de novas invenções

Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos fechou 2020 com, no mínimo, uma nova invenção por mês

Publicado em 24/08/2021 às 10:04 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51

O CINTESP.Br desenvolve dispositivos e equipamentos, por exemplo, para proporcionar maior rendimento a paratletas (foto: divulgação/CINTESP.Br)

O Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos - CINTESP.Br em Uberlândia, vem se destacando no registro de pedidos de patentes feitos pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). No ano passado o Centro fechou com no mínimo, uma nova invenção por mês. Nas últimas décadas, a condução das pesquisas ganhou novos caminhos impulsionados pela demanda em tecnologia assistiva (recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência). 

O CINTESP.Br possui um formato misto de atuação com profissionais e academia com alunos de graduação e de pós-graduação. Essa forma de atuação é baseada em rede colaborativa com instituições públicas e privadas onde o principal objetivo é o desenvolvimento de tecnologia assistiva nas áreas do esporte, saúde, lazer, educação e vida diária para aumentar a acessibilidade e melhorar a qualidade de vida para ampliar a inclusão de pessoas com deficiência e doenças raras. “Nesse formato de rede colaborativa podemos chegar a um menor tempo e menor custo de transferência destas tecnologias para a sociedade e para o setor produtivo ou articulado com os agentes sócio-econômicos como principal foco as classes sociais de baixa renda”, diz Cleudmar Araújo, diretor geral do CINTESP.Br.

As instituições públicas de ensino superior no Brasil estão entre as maiores depositantes de patentes do país, mostrando o forte potencial destes centros de pesquisa universitários e de seus pesquisadores. Nesse caminho, o CINTESP.Br/UFU se destaca pelo ritmo de novas invenções feitas por seus pesquisadores dentro da Universidade Federal de Uberlândia. Especialmente na área da tecnologia assistiva para favorecer a vida de pessoas com deficiência, pessoas com mobilidade reduzida e pessoas com doenças raras com a finalidade de resolver problemas de barreiras de acessibilidade e promover a inclusão social.

HISTÓRIA DE CONQUISTAS

Para acompanhar essa tendência mundial, de inovação em tecnologia assistiva, em 2002 o Laboratório de Projetos Mecânicos Prof. Henner A. Gomide (LPM), sob a coordenação do professor Cleudmar Araújo, deu início ao direcionamento das pesquisas em Engenharia Biomecânica e tecnologia assistiva.Com os resultados conquistados pelo novo planejamento, a UFU criou em 2012 o “Núcleo de Habilitação e Reabilitação em Esportes Paralímpicos (NH/Resp) em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e o Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva (CNRTA).

Cleudmar Araújo, docente da UFU, é diretor do CINTESP.br (foto: Márcio Nascimento/MCTIC/Arquivo)

Com essa nova perspectiva, o volume de trabalhos na área de tecnologia assistiva ganhou destaque nacional. O número de pedidos de patentes aumentou em mais de 100%. Com o destaque dos trabalhos na área de inovação em tecnologia assistiva, por meio de um acordo de parceria técnica e científica com o MCTI, o NH/Resp passou a ser um Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos – CINTESP.Br. “O nosso principal foco é tentar resolver barreiras de acessibilidade de pessoas com deficiência e doenças raras por meio da inventividade e inovações de dispositivos e equipamentos. Também podemos, por exemplo, resolver um problema proporcionando novo uso de algo que já existe, isso é inovação”, diz Lucas Cardoso, pesquisador do CINTESP.Br.

Com esse princípio, os pesquisadores do CINTESTP.Br passaram a superar as barreiras da inclusão desenvolvendo dispositivos e equipamentos, por exemplo, para proporcionar maior rendimento aos paratletas brasileiros, atendendo a demandas do Comitê Paralímpico Brasileiro. A produção de pesquisas subiu e o número de invenções registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), órgão do governo responsável por contabilizar títulos industriais, mais que dobrou: de seis solicitadas em 2018 para 14 pedidos protocolados no ano passado.

Atualmente, com cerca de 60 pesquisadores, o CINTESP.Br tem 37 inventos depositados no INPI, em processo para serem convertidos em patentes. O mais recente deles, que  passou por testes, foi o equipamento que permitirá a fabricação de cadeiras de rodas personalizadas a partir de informações individuais do cadeirante. O equipamento foi testado pelo paratleta campeão mineiro de Tênis em Cadeiras de Rodas Gustavo Carneiro. Além desse equipamento, ainda existem outros já conhecidos por paratletas que vão participar das Paraolimpíadas deste ano, que estão em fase final de fabricação para serem validados, como a calha paraolímpica, a cadeira de rodas para competições de velocidade, o elevador de piscina para transferência de paratletas e outros mais que estão sendo desenvolvidos para aumentar o rendimento nas competições e melhorar a vida de pessoas com deficiência e doenças raras quando estes equipamentos forem transferidos para uso geral da sociedade.

Além das pesquisas para atender o CPB, o CINTESP.Br iniciou recentemente uma nova vertente de trabalhos para atender à sociedade, educação, lazer e vida diária. Com estas linhas de pesquisas, o CINTESP.Br já reuniu outras 20 novas invenções de recursos lúdicos pedagógicos, de brinquedos e de equipamentos que promovem a ciência, a educação e a sustentabilidade no lazer e vida diária de pessoas com deficiência e doenças raras. Essa nova linha de atuação vem para atender à demanda do MCTI com um projeto ligado à Secretaria de Articulação e Promoção da Ciência (SEAPC). “É necessário ainda vencer barreiras, como custos, estimular empresas a investirem nesse segmento e mais startups. Estamos focando no planejamento para que este formato de rede colaborativa para que essa tecnologia realmente chegue para essas pessoas e essa vai ser nossa luta aqui no CINTESP.Br”, concluiu o diretor.

Palavras-chave: Cintesp.Br paraolimpíadas Esportes inovação

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