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Tecnologia

Ministério da Cidadania e Comitê Paralímpico Brasileiro conhecem projetos do Cintesp.Br

Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos é vinculado à Universidade Federal de Uberlândia

Publicado em 01/10/2021 às 13:14 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51

A apresentação dos equipamentos foi feita pela equipe de pesquisadores do Cintesp.Br e seu diretor, Cleudmar Amaral, na sede do Sesi Gravatás (foto: Divulgação Cintesp.br)

Em visita a Uberlândia, o secretário nacional de paradesporto, José Guedes, do Ministério da Cidadania, juntamente com o diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) conheceram duas inovações de tecnológica assistiva, desenvolvidas no Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos (Cintesp.Br), direcionadas a atletas paralímpicos da Bocha Classe BC3 e arremesso de peso, que estão prestes a serem apresentadas ao CPB.

O Cintesp.Br é um centro multidisciplinar de pesquisa e inovação em tecnologias assistiva vinculado à Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que propicia a centralização, organização e gestão de projetos, pesquisas e extensão desenvolvendo Inovações Tecnológicas Assistiva no Esporte, Lazer, Saúde, Vida Diária e Doenças Raras, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

A apresentação dos equipamentos foi feita pela equipe de pesquisadores do Cintesp.Br e seu diretor, Cleudmar Amaral, na sede do Sesi Gravatás, na tarde do dia 25. Na comitiva do secretário ainda estavam: Alberto Martins - Diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro, Guto Braga - Presidente do Praia Clube, Edson Zanatta - diretor da Fundação Uberlandense do Turismo, Esporte e Lazer (Futel), Emerson Brasileiro  - diretor de esportes da Futel, Leandro Garcia - técnico de esportes paralímpicos da Futel, Silvio Santos, Diego Alves e Juliana Braga - pesquisadores do Cintesp.Br, além de representantes da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e do Serviço Social da Indústria (Sesi).

O primeiro equipamento apresentado foi um banco multi-regulável projetado para a modalidade paralímpica do arremesso de peso, dardo, disco e club que está em fase final de testes. O equipamento apresenta como inovação diversas regulagens que deverão ser configuradas com dimensões e ajustes otimizados aos atletas das diversas categorias. Atualmente, cada atleta precisa levar sua própria cadeira para o treinamento e competição.

A proposta é que, em caso de aprovação pelo CPB, este banco possa ser utilizado diretamente nas competições evitando com que os atletas necessitem levar seus bancos para competição, reduzindo drasticamente custos de transportes e transtornos, uma vez que, estes bancos são pesados e possuem grandes dimensões.

Outro aspecto inovador deste equipamento é a possibilidade dos atletas testarem diferentes configurações e regulagens visando a melhoria da performance do arremesso. Este tipo de avaliação é impossível porque seus bancos foram fabricados com uma geometria específica. As regulagens são feitas somente nas normas das diferentes modalidades do arremesso paralímpico.

Silvio Santos, Diego Costa, José Guedes, Cleudmar Amaral, Leandro Garcia, Guto Braga e Alberto Martins (foto: Divulgação Cintesp.br)

Os bancos dos atletas, em geral, são fabricados buscando atender as necessidades individuais para a melhor performance do atleta. “Essa cadeira vai revolucionar a prática dessas modalidades, podendo melhorar os atuais índices e possibilitar um número maior de paratletas participando de competições oficiais, já que o atleta não precisará levar o seu banco. O Cintesp.Br faz o seu principal papel que é desenvolver inovações para a comunidade, aqui na área da cidadania e direitos humanos  ampliando a acessibilidade e favorecendo a inclusão”, disse o diretor do Cintesp.

Os testes com o banco multi-regulável já acontecem há duas semanas. Para colaborar com os pesquisadores, foram convidados mais de 10 paratletas de Uberlândia de diferentes modalidades e deficiência. Nos testes, os atletas simulam os movimentos de arremesso e apontam o que deve ser corrigido para o banco oferecer conforto e segurança para o atleta explorar o máximo do potencial e melhorar a performance do arremesso. “Fantástico esse banco, vai ser muito bom, vocês estão de parabéns”, disse Matheus de Jesus Tibúrcio, paratleta de 22 anos.

O segundo protótipo apresentado à comitiva do secretário nacional de paradesporto foi a calha para a bocha paralímpica utilizada na classe BC3. Na oportunidade foram apresentados dois modelos, um direcionado para o esporte de alto rendimento e outro modelo direcionado para jovens atletas que estão iniciando no esporte.

Em ambos protótipos, a inovação está no processo de fabricação que utiliza manufatura aditiva (Impressão 3D) feita em ABS em estrutura modular tipo “Lego” onde as peças se encaixam e com isso, consegue-se uma drástica redução do peso e volume da calha. Esta redução permite facilidade de transporte que geram transtorno para as delegações com as atuais calhas convencionais desenvolvidas no mundo.

A diferença básica da calha de iniciação ao esporte é que possui uma maior quantidade de peças fabricadas por impressão 3D e que reduzem drasticamente seu custo. Utilizando tecnologia que permite maior precisão dos arremessos, os protótipos, além de todas estas vantagens, possuem custo significativamente menor do que calhas similares importadas consideradas, até o momento, as melhores.

Segundo o diretor do Cintesp.Br a calha de alto rendimento tem um custo cinco vezes menor do que uma importada e com um peso completo aproximado de 16 quilos contra cerca de 40 quilos de outras versões de calhas e serão uma tecnologia genuína e de fabricação totalmente nacional.

No caso da calha, o paratleta Mateus Carvalho, medalhista de ouro e bronze dos Jogos Parapan-Americanos de 2019 fez testes iniciais e vem contribuindo significativamente para o desenvolvimento do protótipo.  “Vamos dar suporte em várias áreas, como no halterofilismo, natação, atletismo e outras modalidades com o apoio de diversos pesquisadores em um formato de rede colaborativa onde faz parte diversos apoiadores, como por exemplo, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI)”, completa o diretor Cleudmar.

O diretor técnico do CPB, Alberto Martins ficou entusiasmado com os protótipos apresentados e da importância dos testes com paratletas locais, “É muito importante que estas calhas e equipamentos sejam efetivamente testados pelos atletas para que possam ser utilizados nas diferentes associações”, disse Alberto Martins.

O presidente do Praia Clube destacou a integração das instituições somando força para Uberlândia se manter em destaque entre as cidades do interior no apoio ao paraesporte e inovação tecnológica. “A sinergia entre o Cintesp.Br, a Futel, o Praia Clube e seus profissionais poderão desenvolver grandes projetos no paradesporto em parceria com o CPB e o segmento de esportes paralímpicos sob a gestão do Secretário José Guedes”, completou Guto Braga.

O secretário Guedes reforçou a importância dos projetos e das parcerias, “A interação do Ministério da Cidadania na área do esporte paralímpico na cidade de Uberlândia é muito importante, principalmente, com o envolvimento do Praia Clube, da Futel, e do segmento de pesquisas e inovações envolvendo o Cintesp.Br”. José Guedes adiantou que em breve voltará a Uberlândia para conhecer novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas no Cintesp.Br.

Palavras-chave: Cintesp.Br tecnologias assistivas Cidadania inovação Paradesporto

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