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Tecnologia assistiva

Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos dentro do novo tempo do paradesporto

Cintesp.Br é vinculado à Universidade Federal de Uberlândia

Publicado em 27/10/2021 às 13:16 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51

Wellington Fernandes, campeão mundial no heptatlo em 2019 (foto: Divulgação/Cintesp.Br)

Desde os Jogos Paralímpicos de Tóquio, o paradesporto vem colhendo bons resultados, garantem os atletas e comissões técnicas. Uberlândia, em especial, apresenta novidades com parcerias envolvendo novos investidores, como o recente anúncio do Praia Clube que inicia o apoio aos paratletas do halterofilismo do Clube Desportivo de Deficientes de Uberlândia (CDDU) e com o trabalho do Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos (Cintesp.Br) que desenvolve métodos, processos, equipamentos e dispositivos assistivos para a saúde, vida diária, lazer, ensino, e em especial, para o paradesporto, buscando dar suporte ao Comitê Paralímpico Brasileiro com os atletas de alto rendimento e atletas de iniciação ao esporte.

O Cintesp.Br, vinculado à Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Uberlândia (Feelt/UFU) e apoiado pelo Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação dentro do Modelo de Implantação de Centros de Inovações Tecnológicas, e que foi criado com o foco no atendimento à pessoa com deficiência, pessoas com mobilidade reduzida e pessoa com doenças raras, foi instituído para atender à demanda em inovações tecnológicas assistiva por meio de redes colaborativas que envolvem instituições públicas e privadas, pesquisadores, profissionais e associações parceiras. Partindo deste conceito, grupos de pesquisa, vêm atuando fortemente no paradesporto, com o desafio de atender demandas de atletas paralímpicos e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e a iniciação ao esporte.

Entre os projetos em fase final de desenvolvimento, por exemplo, está um equipamento que permitirá a customização/prescrição automatizada de cadeiras de rodas, principalmente, para o alto rendimento (rugbi, tênis de quadra, basquetebol, esgrima, parabadminton) que permitirá atender com maior precisão necessidades dos paratletas e possui sistema inovador que atende os princípios da indústria 4.0. Outros equipamentos de destaque são a calha para a bocha paralímpica para a classe BC3, voltada para atletas com maior grau de comprometimento motor (paralisia cerebral e de condições similares, com origem não cerebral), um banco multirregulável projetado para a execução de arremesso do peso, dardo, disco e club paralímpico. Destaca-se também um elevador de transferência para a natação inovador e de custo acessível.

“Neste ano tenho percebido um grande movimento em torno da gestão de novos incentivos, em torno do esporte paralímpico. E, o Cintesp.Br pode impactar não só no paradesporto, mas sabemos que a partir dessa experiência pode impactar em toda uma rede produtiva e melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência, cada vez mais acessível, gerando oportunidade para que as pessoas demonstrem talento, assim como o esporte é uma grande ferramenta, a tecnologia também é”, acrescenta Leandro Garcia, treinador da equipe de atletismo paralímpico da Aparu/Futel.

 

Em busca de novos índices

Leandro Garcia: 'O Cintesp.Br pode impactar não só no paradesporto, mas em toda uma rede produtiva

Classificatório para o Campeonato Brasileiro de Atletismo da Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI) em São Paulo e Brasileiro de bocha em Joinville/SC, estes são apenas dois eventos que acontecem nestes últimos dias de outubro e importantes para superar marcas e somar pontos.

No caso do atletismo, que aconteceu neste final de semana na cidade de São Paulo, Uberlândia foi representada pela equipe da Futel/Aparu composta por quatro paratletas: Wellington Fernandes (campeão mundial no heptatlo em 2019) que competirá nas provas de heptatlo e lançamento de dardo, Ana Luiza Ferreira (tricampeã brasileira em lançamento de dardo e lançamento de disco), Gabriel Antônio para competir nos 200, 400, 800 e 1.500 metros rasos, Daniel Lira nos 110 metros com barreira e nos 100 metros rasos e  o técnico Leandro Garcia.

O evento de São Paulo foi classificatório para o Campeonato Brasileiro de Atletismo da Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI). “Esse meeting tem uma importância especial por ser o primeiro evento nacional pós pandemia e valendo índice para a classificação do campeonato brasileiro, que vai acontecer mês que vem em São Paulo, Brasileiro e nós temos boas expectativas com grandes chances de cada vez mais melhorar nossos índices e classificação”, disse Leandro Garcia.

Outro importante evento para o final deste mês será o Campeonato Brasileiro Masculino de bocha paralímpica 2021 - principal e intermediário, que acontecerá de 25 a 31 de outubro, em  Joinville/SC. Este Brasileiro é considerado um dos maiores eventos da categoria e reunirá quase 100 paratletas. Para esta competição, Uberlândia se destaca como a terceira maior equipe, com cinco competidores, entre eles Matheus Carvalho, bronze na competição de bocha individual e uma de ouro por equipe nos Jogos Parapan-Americanos de 2019, disputados em Lima, no Peru.

O calendário 2021 de competições do Comitê Paralímpico Brasileiro encerra com mais três etapas do Meeting Loterias Caixa: dia 28, em Belo Horizonte, com a presença de quatro paratletas de Uberlândia.  Dia 30, etapa Uberlândia, com cerca de 60 paratletas da cidade e, dia 20 de novembro, acontecerá a etapa São Paulo com a presença de 19 paratletas uberlandenses. De acordo com o coordenador do Cintesp.Br, Cleudmar Araújo, “As diferentes competições são muito importantes para a melhoria da performance dos atletas de alto rendimento e a formação de jovens atletas paralímpicos. O desenvolvimento de equipamentos e dispositivos que atendam a necessidade dos atletas é muito importante e pode contribuir para o crescimento profissional, porém, não substitui o talento dos atletas. A proposta é que o Cintesp.Br possa atuar junto com os treinadores e atletas e auxiliar com inovações tecnológicas para contribuir para o aumento da performance” completa Cleudmar Amaral.

Palavras-chave: tecnologia assistiva Paradesporto inovação Engenharia Mecânica Cintesp.Brr

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