Confira a repercussão da entrega de produtos de tecnologia assistiva para o paradesporto e vida diária

Evento aconteceu no final do mês de março, sendo realizado no Sesi Gravatás. (Foto: Marco Cavalcanti)

O Lance PcD 2022 foi um dos maiores eventos realizados no Brasil, considerando a quantidade de produtos e serviços em tecnologia assistiva, lançados e produzidos pelo Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos  (Cintesp.Br). O centro desenvolve pesquisas e inovações em tecnologia assistiva em um formato de redes colaborativas, atuando no âmbito da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Foram apresentados 21 produtos em uma cerimônia que contou com a presença de diversas instituições governamentais, representando os governos Federal, Estadual e Municipal, alto comando do Exército, com seus centros de reabilitação, além de apoiadores da iniciativa privada e da sociedade.“Esse é o Brasil que dá certo, a união dos setores público e privado para trazer melhorias para toda a sociedade e para o esporte paralímpico brasileiro”, disse Guto Braga, presidente do Praia Clube Uberlândia, presente no evento.

Foram lançados 21 produtos desenvolvidos pelo Cintesp (foto: Marco Cavalcanti)

O evento aconteceu no final do mês de março, sendo realizado no Sesi Gravatás, em Uberlândia-MG, local com completa estrutura, homologada internacionalmente para treinamentos olímpicos e paralímpicos. Foi uma das cerimônias mais esperadas pelo público atendido, motivado pelas inovações em Tecnologia Assistiva (TA) desenvolvida pelo Cintesp.Br/UFU. “Eu tenho certeza que a partir das tecnologias entregues aqui hoje muitos resultados serão gerados, agora, já nas Paralimpíadas de Paris em 2024”, disse Yohansson Nascimento, vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e que esteve presente no evento.

O Sesi completa a rede de apoio voltada ao paradesporto, implementada pela Prefeitura de Uberlândia. Hoje temos 33 atletas com bolsa atleta, sendo que cinco têm bolsa pódio e com dois treinadores da Futel [Fundação Uberlandense do Turismo, Esporte e Lazer] que são da seleção brasileira. É desse cenário, desse ambiente que estamos falando”, disse o diretor da Futel, Édson Zanatta.

O evento foi transmitido pelo canal da UFU no YouTube (foto: Marco Cavalcanti)

Participaram mais de 200 pessoas, sendo mais de 10% de paratletas e técnicos ligados ao CPB e de outros estados. O evento foi transmitido pelo canal da UFU no YouTube e teve acompanhamento remoto por mais de 600 pessoas. “Então, o que importa para todos nós é que essas tecnologias cheguem para todas essas pessoas, esse é o nosso grande objetivo, e nós estamos falando aqui de 20 anos de trabalho”, completou Cleudmar Araújo, coordenador do Cintesp.Br/UFU.

A cerimónia proporcionou mais que o lançamento dos produtos. Possibilitou aos apoiadores e financiadores reforçarem e ampliarem, publicamente, a rede de parceiros que fazem parte dos projetos, pesquisas e testes de validação. “Precisamos enxergar a importância de termos instituições como as universidades, como os institutos de pesquisas, como as organizações do terceiro setor, trazendo a devolutiva social que o Estado está fazendo utilizando os recursos da população”, disse Felipe Bellucci, coordenador geral de Tecnologias Habilitadoras da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Outro momento do evento foi o anúncio da implantação do Centro Nacional de Tecnologias (CNT- MCTI) para pessoas com deficiências e doenças raras. O CNT-MCTI é um projeto em parceria com o MCTI, a UFU, a Algar e o Cintesp.Br. A sede será instalada no Campus Glória da UFU e terá estrutura, na primeira fase, de 1.300 m², chegando a mais de 5 mil m² em 30 meses.

Com o propósito de acelerar a entrega de produtos de tecnologia assistiva, o CNT será um polo tecnológico abrigando startups, bem como pesquisas em doenças raras em laboratórios multiusuários da UFU, das competências e em rede de laboratórios que já tem equipamentos instalados e com colaboração de diversos outros parceiros. “O CNT é um sonho para a Universidade Federal de Uberlândia e também para a nossa região, muitas pessoas serão beneficiadas pelas atividades desse centro”, disse o reitor da UFU, Valder Steffen Junior. 

Pesquisadores internacionais

Buscando ampliar a rede de colaboradores e o conhecimento a respeito de Tecnologia Assistiva (TA), o Cintesp.Br/UFU iniciou, recentemente, intercâmbios e cooperação internacional.

O Cintesp.Br buscou intercâmbios e cooperação internacional (foto: Marco Cavalcanti)

O primeiro intercâmbio, começou este ano e acontece junto ao Laboratório de Engenharia Humana e Pesquisa de Pittsburgh e ao U.S. Department of Veterans Affairs, nos EUA. Nestes centros são desenvolvidas novas tecnologias para a recuperação de veteranos, bem como uso de tecnologia assistiva para a inserção de pessoas com deficiência ao mercado de trabalho.

“Durante esse processo, é importante trabalharmos com pessoas com deficiência, assim como com clínicos, nosso governo e parceiros da indústria”, disse o pesquisador Rory Cooper, diretor do Human Engineering and Research Laboratory, em mensagem enviada no Lançamento de inovações em Tecnologia Assistiva - Lance PcD 2022, realizado em Uberlândia.

Célia Regina Lopes é a primeira pesquisadora do Cintesp.Br/UFU a fazer parte do intercâmbio. Ela também é professora da Faculdade de Fisioterapia da UFU. Desde o início do ano, ela faz parte da equipe de Rory Cooper, nos EUA, e vai atuar no desenvolvimento de pesquisas relacionadas com automação de veículos para pessoas com deficiência, inovações no sistema de transporte coletivo e novas tecnologias em transferências de pessoas da cadeira para o leito ou para atividades de vida diária.

“Nós buscamos oferecer soluções inovadoras para pessoas com deficiência que necessitam de tecnologia assistiva para mobilidade, audição, fala e outras necessidades cotidianas e aqui estamos empenhados nas inovações para diferentes tipos de cadeiras de rodas”, disse Célia Regina, pesquisadora do Cintesp.Br em intercâmbio nos Estados Unidos.

O Cintesp.Br-UFU tem por missão desenvolver inovações em tecnologia assistiva e viabilizar, em um menor tempo possível, a transferência destas tecnologias para a sociedade e para o setor produtivo, em articulação com agentes socioeconômicos. Vinculado à Universidade Federal de Uberlândia, o Cintesp.Br, vem desenvolvendo pesquisas inovadoras em tecnologia assistiva desde 2006.

Com a evolução dos trabalhos de pesquisa em formato de rede colaborativa, inovações em tecnologia assistiva vem sendo incorporadas à uma nova vocação do município de Uberlândia e da Universidade Federal de Uberlândia, de descobrir, apoiar e formar paratletas de alto rendimento e projetos voltados para saúde, lazer, educação e vida diária de pessoas com deficiência (PcD).

O Cintesp.Br, vem desenvolvendo pesquisas inovadoras em tecnologia assistiva desde 2006 (foto: Marco Cavalcanti)

Por iniciativa do MCTI, em novembro de 2019, o Cintesp.Br/UFU vem trabalhando em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), com o MCTI, com a Futel e diversos parceiros.

O trabalho em rede colaborativa também tem forte vocação internacional e está em consonância com pesquisadores da Espanha, como é o caso do professor Raúl Reina, da Ciência do Desporto, da Universidade Miguel Hernández, que também enviou mensagem de apoio ao lançamento de inovações em tecnologia assistiva, apresentadas no evento Lance - PcD 2022, que aconteceu em Uberlândia-MG.

“Considero um evento muito importante para compartilhar a tecnologia assistiva em favor do paradesporto e romper a barreira de acesso dos paratletas a essa tecnologia e importante fator para todos os níveis do esporte paralímpico, o que pode ser a diferença para proporcionar o empoderamento, a melhor qualidade de vida e a inclusão social das pessoas com deficiência”, disse Raúl Reina.

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