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Ciência

Pesquisadores da Medicina analisam casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em crianças

Covid-19 pode ser responsável pelo aumento do número de pacientes

Publicado em 02/08/2021 às 14:52 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51

 

O estudo aponta que, em 2020, a cada 100 crianças com SRAG, cerca de 13 testaram positivo para o coronavírus. (Foto: Pixabay)

 

A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é uma inflamação que ataca o pulmão, causada por diversos vírus que agridem o sistema respiratório. Quando a pessoa contrai o coronavírus (SARS-CoV-2) a ocorrência da síndrome é considerada uma evolução desfavorável da doença.

Os alunos Maria Fernanda Rosa, William Turazza, Thaís Baccega e Isadora Castro e o professor Stefan Vilges, do curso de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), publicaram na Revista de Pediatria SOPERJ o estudo sobre análises de internações de pacientes pediátricos com SRAG durante a pandemia, com o objetivo de comparar as complicações e os sintomas desenvolvidos por enfermos de zero a 13 anos em 2020, em comparação aos três anos anteriores. 

Os dados epidemiológicos foram acessados pela Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (IVIS) do Ministério da Saúde. O estudo aponta que, em 2020, a cada 100 crianças com SRAG, cerca de 13 testaram positivo para o coronavírus. Os principais sintomas apresentados são: febre, acompanhada de dor de garganta ou tosse, e desconforto respiratório, como falta de ar, sensação de aperto no peito ou falta de ar.

No mesmo ano, foram analisados 51.819 casos de pacientes pediátricos com SRAG. A maioria deles evoluiu com alta (quase 70%), mas 1.800 pacientes pediátricos, aproximadamente, vieram a óbito. Os alunos de Medicina afirmam que a letalidade dos diagnosticados com a covid-19 é maior.

De acordo com o artigo, em 2020, os números de casos e óbitos aumentaram em relação a 2017, 2018 e 2019. Houve um comportamento decrescente em infecções e mortes com o avançar da idade, exceto pelos menores de um ano.

O sexo masculino foi o mais acometido nessas estatísticas. O artigo indica que isso pode estar relacionado ao fato dos homens produzirem menos células T circulantes, que são fundamentais na defesa contra o vírus. E também por demorarem mais a passar pela fase da maturação pulmonar no período que estão se desenvolvendo dentro do útero da mãe.

A covid-19 é dividida em três fases: a primeira, quando a pessoa infectada manifesta sintomas leves; a segunda é caracterizada pelo ataque do vírus no pulmão, febre mais intensa e necessidade do atendimento médico; e a terceira, em que pode acontecer a SRGA. 

“A covid-19 deve receber a devida atenção”, afirmam os autores do artigo, que acreditam na subnotificação do número de casos da doença devido à falta de testes e demora dos resultados no início da pandemia. Isso atrapalhou o diagnóstico e o estudo dos quadros de SRAG.

O estudo avalia que o coronavírus pode ser o responsável pelos casos de SRAG reportados em pacientes pediátricos. “Pode ter acontecido do paciente testar positivo para a covid-19 e ter sido tratado adequadamente, mas não ter sido notificado na base de dados”, explica Turazza. O estudante confia que o estudo abre um campo de discussão para o assunto ser mais explorado no Brasil.

 

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Palavras-chave: Ciência Medicina COVID-19 Síndrome Respiratória Síndrome Respiratória Aguda Grave SUS saúde coronavírus

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