Publicado em 28/09/2021 às 10:53 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:51
Gisllene Roffer é jornalista e mestre em Tecnologias, Comunicação e Educação pela UFU (Foto: Arquivo pessoal)
A doutoranda Gisllene Roffer, do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia (PPGED/UFU), vai desenvolver parte de sua pesquisa, sobre imprensa feminina, na Universidade da Califórnia Berkeley, com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Roffer foi convidada pela professora e diretora de Estudos de Mídia, Minoo Moallem, da Universidade da Califórnia Berkeley, para uma parceria no projeto Women’s Education Through the Women’s Press in the 20th Century: A Comparative Study Between Brazil and the United States (Educação das mulheres via imprensa feminina no século XX: estudo comparado entre Brasil e Estados Unidos).
Orientada, na UFU, pela professora Raquel Discini de Campos, Roffer foi aprovada em 2020 no processo seletivo do Programa Institucional de Internacionalização (Capes/Print/UFU), que tem como objetivo contribuir para a internacionalização da UFU. Devido à pandemia de covid-19, a viagem foi adiada para o segundo semestre de 2021.
Como a imprensa "educa" mulheres
Durante os seis meses nos Estados Unidos, Roffer vai estar vinculada ao Departamento de Estudos Femininos da UC Berkeley, participar das aulas da professora Moallem e do seu grupo de pesquisa, formado por pesquisadoras de várias partes do mundo. Nas bibliotecas de lá, fará levantamento de referencial bibliográfico e visitará os arquivos para coletar materiais que vão fazer parte do estudo comparado entre Brasil e Estados Unidos.
“Vou ter acesso ao acervo de importantes revistas da imprensa feminina norte-americana publicadas no período dos anos 40 e 50 do século XX. Poderei fazer uma seleção de edições para integrar ao meu corpus de pesquisa e assim verificar como as revistas norte-americanas abordavam a educação do corpo das mulheres (construção dos padrões de beleza, magreza e jovialidade) e quais eram as principais orientações que esses impressos apresentavam sobre como deveria ser o comportamento feminino na esfera privada (lar, família, casamento) e na pública (vida social, eventos, trabalho)", explica.
Os conteúdos selecionados vão ser usados para realizar um paralelo com a educação do corpo feminino brasileiro feito pela revista O Cruzeiro, que circulou no Brasil entre 1928 e 1975. "Ao notarmos que na revista a qual nos propomos a analisar, O Cruzeiro, há uma grande influência do padrão norte-americano de jornalismo no aspecto editorial, no formato de revista e nos elementos gráficos, surge a proposta de desenvolver um estudo comparado", explica a doutoranda da UFU. A pesquisa comparativa poderá ajudar a identificar se essa influência também está presente nos conteúdos textuais produzidos para o público feminino.
"Será possível compreender de que forma revistas norte-americanas no século XX, em especial entre os anos de 1940 e 1950, publicavam textos e imagens para educar as mulheres para um modo de 'ser e estar no mundo', para ensiná-las qual tipo de corpo, beleza e comportamento deveriam buscar para serem aceitas socialmente e também qual era o papel delas na família e o lugar delas na sociedade", completa a pesquisadora.
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Palavras-chave: Educação PrInt Capes Califórnia Imprensa Mulheres
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