Ciência e empreendedorismo além dos laboratórios

Você já pensou como a ciência pode estar ligada ao empreendedorismo? Ou como tudo isso pode ser usado para melhorar e facilitar o cotidiano das pessoas? Essas e outras perguntas são respondidas no novo episódio do Ciência ao Pé do Ouvido. Disponível nas principais plataformas! (Arte: Ludimila de Castro)

A ciência – ou o fazer científico – transforma-se ao longo dos anos. O cientista deixa de ser aquela figura estereotipada que fica em uma sala sozinho, rodeado de equipamentos diferentes e distante da comunidade. Hoje, a busca por ferramentas que facilitem as atividades cotidianas e permitam o desenvolvimento produtivo também fazem parte do leque de atuações dos cientistas.

A capacidade que um sujeito tem de identificar um problema, ou oportunidade de melhoria, e desenvolver soluções e ações que impactem positivamente esses processos abre espaço para o empreendedorismo. Para estudiosos do ramo, como o economista Joseph Schumpeter (1883-1950), empreender está diretamente ligado à inovação, uma vez que a atividade lança novas perspectivas sobre procedimentos contemporâneos, seus impactos na sociedade e desenvolvimento.

O empreendedorismo busca gerar soluções para problemas e a implementação de novos processos produtivos na sociedade. (Arte: Unsplash)

Sob a ótica do empreendedorismo social e tomando a ciência como norteadora, a Enactus, presente em 35 países, desenvolve projetos sustentáveis que impactam o mundo e, principalmente, as comunidades em que a instituição está inserida. Existente também na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a Enactus/UFU desenvolve produtos de qualidade, criativos e que sejam ecologicamente sustentáveis.

Um dos projetos desenvolvidos atualmente, em Uberlândia, é o “Bread&Bug”, que trabalha com pequenos produtores agrícolas e através do apoio da Enactus/UFU desenvolveu, no Campus Umuarama, um sistema alternativo de fertilização orgânica do solo com excrementos gerados na criação de insetos de Tenébrio molitor (Larva-da-farinha). Pautado no reaproveitamento de resíduos da própria produção agrícola, com a finalidade de baixar os custos e promover uma alimentação de qualidade e livre de agrotóxicos à estes produtores e suas famílias, o projeto ficou em primeiro lugar no “Prêmio Alimentação em Foco”, em 2020, organizado anualmente pela Fundação Cargill em parceria com a Enactus Brasil.

Fonte: enactus.org.br

Para Julia Vasconcelos, graduanda em Administração pela UFU e atual presidente da Enactus/UFU, o empreendedorismo é um assunto atual, mas que poucos entendem de fato o que ele significa.

“Empreendedorismo é algo amplo, judicialmente legal, com várias vertentes e que atende diversas necessidades. A Enactus/UFU, por exemplo, utiliza da vertente do empreendedorismo social e do conhecimento científico, para desenvolver projetos sem fins lucrativos. O desconhecimento acerca do próprio significado da palavra e da sua prática acaba gerando muitas dúvidas e suposições errôneas”, explica Vasconcelos.

A graduanda enfatiza que, muito mais que ter um olhar analítico do mundo e a capacidade de encontrar respostas para inúmeras questões, a ciência gera embasamento e permite que ações empreendedoras sejam implementadas de maneira otimizada. Através desse pensamento e tomando como base os três pilares da sustentabilidade - responsabilidade social, proteção ambiental e sucesso econômico - os líderes que compõem a Enactus/UFU fornecem dicas para quem, assim como eles, desejam unir ciência e empreendedorismo.

Fonte: Julia Vasconcelos / Arte: Gabriel Reis

Para saber mais sobre o assunto, ouça o episódio #41 do podcast Ciência ao Pé do Ouvido, disponível em todas as plataformas. Descubra como impactar a sociedade por meio do conhecimento científico e sua implementação através de ações empreendedoras, em uma conversa com Julia Vasconcelos.

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