Publicado em 25/11/2022 às 11:14 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:20
Em clima de comemoração, a noite de abertura da “Jornada dos 20 Anos do Graça do Aché: Veredas Decoloniais entre Memórias e Identidades Regionais. Salve, Negritude” contou com figuras importantes para o Graça, homenagens e falas que destacaram o espaço como importante ferramenta de exaltação da cultura negra.
Apresentação do Coral da UFU durante a solenidade de abertura da programação. (Fotos: Alexandre Costa)
Na abertura do evento, que aconteceu na última segunda-feira, 21/11, os convidados falaram sobre o Centro de Memória e a necessidade da universidade e da cidade voltarem seus olhares para as questões da comunidade preta. Armindo Quillici Neto, assessor da Reitoria, participou do evento representando o reitor da UFU, Valder Steffen Junior. Quillici lembrou das cotas como mecanismo indispensável nos dias atuais. “Após a instituição da Lei de Cotas, a universidade ganha uma nova configuração. Trabalhamos juntos na tentativa de regular o ingresso amplo ao Ensino Superior. Por isso, penso que reconstruir o papel da universidade pública no país não será fácil. É um desafio”, comentou.
Também estiveram presentes na abertura das comemorações de 20 anos do Graça: Jane Maria dos Santos Reis, vice-coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB/UFU); Cristiane Coppe de Oliveira, diretora da Diretoria de Estudos e Pesquisas Afrorraciais (Diepafro/UFU); Fabíola Dutra Amaral, assessora da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc/UFU); e Ivete Almeida, coordenadora do Graça do Aché e mediadora do evento. “O Graça é um espaço de resistência, onde nós nos sentimos em casa. Tenho certeza que todos aqui têm um sentimento de segurança, de acolhimento e de estarmos falando a mesma língua e de termos os mesmos objetivos. É isso que nos une”, destacou Reis.
Dandara Tonantzin, vereadora de Uberlândia e eleita recentemente como deputada federal, e a vereadora Amanda Gondim também marcaram presença. Em suas falas, elas deixaram clara a intenção de andar lado a lado com a UFU, além de buscar melhorias para o Graça e lutar pelo direito da Cultura Negra existir e ser expressada. “Queremos atuar em várias frentes, ocupando e andando juntos, de mãos dadas. E esse espaço representa justamente isso: pessoas negras que atuaram em diferentes espaços e conquistaram isso que é uma referência para todo o Brasil”, disse Dandara.
Momento do discurso de Dandara Tonantzin, eleita recentemente para o cargo de deputada federal
Vereadora Amanda Gondim também fez uso da palavra
Apresentações e homenagens
Na sequência, aconteceu a apresentação do Coral da UFU, que trouxe as músicas “Estrela é a lua nova/Bat Macumba”, de Cristina Maristany, “Ponta de Areia”, de Milton Nascimento, e “Congado me chamou”, de “Clementina de Jesus”.
Além do momento musical, a jornada também dedicou parte da noite para homenagear algumas pessoas que marcaram o Graça, de alguma forma. Entre elas, Saturnino Rodrigues, viúvo de Dona Maria da Graça Oliveira, a principal responsável pela existência do Graça do Aché, e Antônia Rosa Pereira, ex-coordenadora do centro. “Antônia coordenou o Graça em um momento em que ele voltou para a gestão da UFU. Ela mobilizou esse espaço, o aproximou da comunidade e o transformou em um espaço de visibilidade. Só temos a agradecer”, lembrou a professora Ivete Almeida, atual coordenadora do Graça.
Saturnino Rodrigues foi um dos homenageados da noite
Mestre Sardinha, membro mais antigo do espaço e instrutor de capoeira, também foi homenageado. Ao final do evento, todos os capoeiristas presentes, de grupos distintos, se uniram para cantar e dançar juntos. Assim, em uma união entre diferentes que se identificam em causa e objetivos, o primeiro dia da “Jornada dos 20 Anos do Graça do Aché” terminou com “sabor de quero mais”.
Ainda tem como participar
E tem mais! Fique atento, pois a programação continua e basta se inscrever pelo site do evento. Nesta sexta-feira, às 14 horas, há apresentações de Grupos de Apresentação de Trabalho (GAT), tratando de temáticas ligadas à negritude. Já às 19 horas, começa o espetáculo “23 minutos”, por Eduardo Sabino, que representa simbolicamente o espaço de tempo em que um jovem preto é morto no Brasil. Por fim, às 20 horas acontece a mesa “Religiosidades de matrizes africanas: Reflexões sobre a resistência”.
O evento que celebra os 20 anos do Graça do Aché termina neste sábado, 26/11, com as apresentações de trabalhos, da Jornada Acadêmica e Artística.
Lembrando que o Graça do Aché permanece sempre aberto para a comunidade acadêmica e uberlandense, para comparecer em futuras atividades ou para utilização do espaço. O Graça fica localizado na Avenida Cesário Crosara, 4187, no Bairro Roosevelt, em Uberlândia.
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Palavras-chave: abertura 20 anos Graça do Aché dicult PROEXC UFU
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