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Vida acadêmica

‘Adoro falar isso [estou estudando na UFU], porque eu acho que é um orgulho’

Maria Madalena Rocha, estudante do curso de Música, teve uma foto com sua colega, Vanderli, muito comentada nas redes sociais

Publicado em 21/03/2023 às 10:59 - Atualizado em 22/08/2023 às 17:04

“Nós pedimos um favor. A gente queria tirar uma foto; aí ele [Gustavo Martins, estudante do curso de Administração] estava passando, assim, aleatório, e nós pedimos para ele [tirar a foto]. Aí ele colocou no Twitter, né?! [risos]”, comenta a Maria Madalena Rocha, ingressante no curso de Música da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) neste semestre. Quem está ao lado dela na imagem é a colega de turma, Vanderli, com quem já tinha uma amizade antes mesmo de ingressarem juntas no curso.

Print do tweet do estudante Gustavo Martins, quem fotografou as flautistas e publicou na rede social em questão. (Foto: Reprodução/Gustavo Martins)

A fotografia e o tweet foram feitos na primeira semana de aulas da UFU, no Campus Santa Mônica, durante os dias em que se realizavam as atividades da Semana de Acolhimento. Madalena participou ao máximo dos encontros programados pelo seu curso, mas os compromissos profissionais - ela trabalha com educação infantil na rede municipal - impediram que participasse do que mais queria apreciar: o recital dos calouros. “Teve recital da professora Poliana [de Jesus Alves]. Arrepiei com ela cantando a Bachiana 5, de Villa-Lobos. Teve o professor Carlos Menezes, os alunos da percussão, teve recital… aí foi… ai, gente; é muito lindo. Espaço de arte é muito bom, porque toca na sensibilidade da gente, de todo mundo. Acho que a música afeta todos nós positivamente. Foi bom demais”, afirma a estudante.

Além da empolgação com as atividades da Semana de Acolhimento, as aulas também fizeram os olhos de Madalena brilharem. O curso de Música sempre foi a graduação que ela sonhava realizar. “As primeiras aulas que já tive me impressionaram. Já tive aquela sensação de que eu vou aprender muito, que vou avançar até o limite da noção que eu tenho do técnico, né? Nossa, estou achando fantástico. Parece que é tudo que eu buscava mesmo. Está respondendo a minha expectativa.”

 

Ser UFU

Por mais que Maria Madalena seja recém-ingressante na UFU, e no seu tão sonhado curso, esta não é a primeira vez que ela acessa a universidade; já foi estudante desta instituição em duas outras oportunidades. Na primeira vez, ela ingressou e se formou no curso de História. Já na segunda oportunidade, entrou para o curso de Pedagogia, mas teve que abandonar a graduação, por não estar conseguindo conciliar os horários de aula com os de trabalho, manobra que ela também precisa realizar no novo curso, o de Música, já que, aqui na UFU, ele tem grade horária integral, com atividades variando entre os três turnos.

Foto: Milton Santos

Para esta terceira graduação, ela poderia ter prestado o vestibular de portabilidade de diploma, mas acabou perdendo o prazo de inscrição e resolveu prestar o vestibular comum. “Pensava que não ia passar não, porque fazia muito tempo que eu não estudava matérias de Ensino Médio. Mas peguei umas aulas tão boas no YouTube, umas aulas de Sociologia, Filosofia”, completa a estudante, que também valoriza muito as política de cotas, ação afirmativa que também contribuiu para o ingresso dela nas três oportunidades de acesso à UFU. “Eu defendo a política de cotas porque eu acho que a gente tem que ocupar esse lugar mesmo; passou da hora da negritude ocupar esse lugar”, diz Madalena.

A futura musicista afirma adorar falar a frase “Tô estudando na UFU” e também defende a importância da Educação em romper ciclos. “Eu tenho muito orgulho porque eu estou acessando a UFU pela terceira vez. Meu filho já acessou a UFU e se formou em Medicina, em 2020. É uma forma, assim, às vezes, de a gente romper o ciclo, né? [...] A gente vem de família humilde, trabalhadora, de muita luta e eu sempre vi o estudo como uma forma de ir rompendo esse ciclo e passei isso também para o meu filho. Agora ele já se formou, está fazendo residência e fica super orgulhoso em sempre me ver estudando. Eu fico um tempo sem estudar e depois eu quero estudar de novo”, comenta.

 

O amor pela música

Maria Madalena já possui uma formação musical. Ela tem os cursos técnicos em flauta doce e transversal pelo Conservatório Estadual de Música Cora Pavan Capparelli. Mas, mesmo com essa formação, sempre desejou ingressar no curso de Música da UFU. “Se você para essa coisa de instrumentista, se você deixa o instrumento uma semana, você perde muito em termo de técnica. E o ambiente também, porque no conservatório eu sempre tive aquele ambiente de tocar em conjunto; e se você sai dele, vai ficando um pouco deslocado, porque você não toca assim profissionalmente.[...] E na universidade você vai continuar tendo o ambiente, vai continuar avançando no seu estudo técnico e prática, de aprofundar nos estudos. Eu não quero sair desse ambiente”, conclui Madalena.

Foto: Milton Santos

Por fim, ela ainda frisa uma questão muito importante: não tem idade para buscar conhecimento e estar em uma universidade. “Acho que uma mensagem, também, é que, por exemplo, eu e a Vanderli já somos mulheres maduras, no sentido da nossa idade mesmo, [...] e eu queria falar da importância mesmo da gente amadurecer, mas estar sempre ativo, buscando ter uma qualidade de vida e acessando conhecimento sempre. Que a gente possa acompanhar o tempo e não ficarmos parados nele”, ressalta a flautista.

 

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Palavras-chave: estudantes música semana de acolhimento IARTE

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