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Série Inovação

O que é tecnologia assistiva?

Conheça mais sobre o conceito e as patentes da UFU de destaque nessa área

Publicado em 26/04/2023 às 15:28 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:38

Arte: Ludimila de Castro

Na série “Inovação”, já foram explicadas algumas dúvidas que podem surgir para quem está em contato com o campo das pesquisas, principalmente sobre propriedade intelectual e, mais especificamente, patentes. Uma pesquisa pode se tornar uma patente quando atende aos três requisitos essenciais de novidade, inventividade e aplicação industrial. Devido a isso, uma característica de produtos patenteados é que geralmente resultam em dispositivos ou ferramentas que atendem a demandas importantes da sociedade.

Um bom exemplo disso são os equipamentos provenientes da chamada tecnologia assistiva (TA). Mas você sabe o que é isso? A Agência Intelecto, vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal de Uberlândia (Propp/UFU), em parceria com a Divisão de Divulgação Científica da Universidade Federal de Uberlândia, explica!

 

O que é tecnologia assistiva?

Tecnologia assistiva é o termo designado para o uso da tecnologia no desenvolvimento de dispositivos, técnicas ou processos que promovam a qualidade de vida, autonomia e inclusão social de pessoas com deficiência.

Segundo o Comitê de Ajudas Técnicas, as TAs são divididas em 12 classes, definidas de acordo com o objetivo da ferramenta. Estas englobam desde o auxílio na mobilidade e no acesso a computadores até equipamentos que atuem, por exemplo, no esporte e no lazer.

 

Tecnologia assistiva no paradesporto

No campo do esporte, as TAs protagonizam muitas modalidades do paradesporto, isto é, o esporte praticado por pessoas com deficiência. São diversos os equipamentos utilizados pelos atletas, sendo o maior exemplo as cadeiras de rodas e suas diferentes aplicações em modalidades como esgrima, basquete, vôlei, entre outras.

Na UFU, o vínculo com o Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos (Cintesp.Br/UFU) permitiu o desenvolvimento de dispositivos inovadores que auxiliam na prática esportiva desses atletas. Algumas das ferramentas mais recentes e de maior destaque foram idealizadas pelo professor doutor Cleudmar Amaral de Araújo, que, além de pesquisador, é diretor do Cinstesp e vencedor do Prêmio do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Entre as criações do pesquisador, há dois equipamentos únicos e inovadores que tiveram suas patentes recentemente concedidas: um ergômetro para cadeirantes e uma calha para uso em jogo de bocha adaptada.

O primeiro, conforme explica Araújo, é um dispositivo que funciona de maneira fiel ao gesto executado pelos braços dos usuários de cadeiras de rodas, com o objetivo de avaliar e melhorar o condicionamento físico. Embora seja voltado para o esporte, o professor destaca que o ergômetro pode também ser usado para fazer o monitoramento de pessoas que não são atletas.

A calha, por sua vez, é composta por uma rampa de descida que, aliada a um suporte rígido, permite o lançamento da bola com maior precisão e menor perda de energia durante o jogo de bocha. Araújo ressalta que a inovação está no fato de que esse dispositivo é mais prático e barato do que as alternativas já existentes no mercado.

 

Do laboratório para o mercado

Embora sejam de extrema importância para diversas demandas sociais, alguns produtos patenteados acabam por nunca chegarem, de fato, ao mercado. Segundo Fabiana Grandeaux, bolsista da Agência Intelecto, isso se deve, muitas vezes, pelo alto custo de produção dos equipamentos inventados, o que desestimula as empresas e indústrias a investirem na nova ferramenta.

Mesmo quando conseguem se tornar produtos comercializáveis, na maior parte dos casos, o preço dos equipamentos é muito alto. É por este motivo que se torna tão importante o desenvolvimento de dispositivos como a calha para jogo de bocha adaptada de baixo custo.

Sobre isso, o professor Araújo frisa: “Hoje, é difícil no Brasil esse desenvolvimento [da tecnologia assistiva]; a maioria dos dispositivos são importados, de alto custo. Então, precisamos olhar para as pessoas com deficiência, mas principalmente para as de baixa renda.”

 

Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.

Palavras-chave: Série Inovação patente tecnologia assistiva

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