Publicado em 26/10/2023 às 15:12 - Atualizado em 30/10/2023 às 08:53
Pesquisadores do Grupo de Imagens Médicas do curso de graduação em Engenharia Biomédica, da Faculdade de Engenharia Elétrica (Feelt) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), desenvolveram uma ferramenta computacional para facilitar o diagnóstico de câncer de mama. Esse é um desafio constante para radiologistas devido à complexidade das lesões e ao baixo contraste das imagens de mamografia.
A pesquisa foi conduzida por mim, Patrick Alves Carneiro, que sou aluno de graduação em Engenharia Biomédica, sob a orientação da professora Ana Cláudia Patrocínio. Além disso, contou com a colaboração do professor Pedro Cunha Carneiro e do aluno de mestrado Bruno Augusto Machado Goes.
Utilizamos o software Matlab para desenvolver o método que inclui etapas essenciais, como um estágio de pré-processamento que elimina ruídos e aumenta o contraste da imagem de mamografia. Essas ações desempenham um importante papel na diferenciação do que é um tecido saudável ou uma lesão. A equipe utiliza uma técnica de identificação das lesões, chamada Transformada Watershed, com auxílio de marcadores e uma imagem gradiente. Essa técnica cria uma linha em torno dos possíveis nódulos.
O estudo foi feito com um conjunto de testes contendo 113 imagens. Após os experimentos, foram comparadas as imagens obtidas por meio da detecção das lesões pela técnica com as encontradas por médicos radiologistas.
Graças ao estudo, pudemos identificar que a taxa de acerto alcançada foi de 87,6%, demonstrando o grande potencial dessa ferramenta para a detecção precoce do câncer de mama.
Próximos passos
Para trabalhos futuros, o estudo deverá incluir imagens que não contenham nódulos, com o intuito de avaliar se a técnica responderá à falta de lesões. Além disso, a intenção é avaliar esses desempenhos de forma matemática, como a avaliação da eficácia na detecção, fornecendo uma análise mais completa dos resultados alcançados.
O processamento da imagem para a identificação do câncer de mama
O câncer de mama é o segundo tipo mais comum de câncer e a principal causa de morte entre mulheres em todo o Brasil, sem considerar o câncer de pele.
Por essa razão, a mamografia desempenha um papel essencial no diagnóstico precoce deste câncer. É recomendada pelo Ministério da Saúde, uma vez que consegue identificar nódulos em estágios iniciais, o que aumenta as chances de cura em até 95%.
Por outro lado, as imagens provenientes da mamografia podem ser um desafio para análises computacionais, devido à variedade de características e propriedades das lesões, como tamanhos e formas. Essa complexidade acontece por fatores intrínsecos ao processo de formação de imagens por raios X, que reduz a qualidade da imagem.
Nesse caso, o processamento das imagens nas mamografias se torna essencial, porque tem a capacidade de reduzir elementos indesejados e extrair informações relevantes das imagens, facilitando a detecção de lesões que podem ser indicativas de câncer de mama.
*Patrick Alves Carneiro é estudante de graduação em Engenharia Biomédica e é membro do Grupo de Pesquisa em Imagens Médicas, coordenado pelos professores Ana Cláudia Patrocínio e Pedro Cunha Carneiro. Este projeto foi desenvolvido com a colaboração do estudante de mestrado Bruno Augusto Machado Goes.
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Palavras-chave: Outubro Rosa Câncer de mama câncer Engenharia Biomédica
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