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Agronomia

Silício aumenta resistência das plantas e diminui uso de defensivos

Grupo da UFU desenvolve pesquisa que contribui para uma agricultura sustentável

Publicado em 16/10/2023 às 11:44 - Atualizado em 18/10/2023 às 13:31

Estudos com silício ainda são novidade no mercado brasileiro, afirma Giovanna Rocha, pesquisadora do GPSi. (Foto: Milton Santos)

Plantar, regar e colher. Uma abreviação simples de um processo longo e, por vezes, imprevisível. Quem trabalha sob sol e chuva sabe que, no campo, um bom preparo do solo é parte essencial da agricultura. E essa é uma das preocupações do Grupo de Pesquisa Silício na Agricultura (GPSi), do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O grupo, que atua desde o início dos anos 2000,  analisa fontes de silício e seus efeitos em solos, plantas e fertilizantes.

O silício é o segundo elemento químico, dentre os sólidos, mais abundante na superfície terrestre. A estrutura típica da areia, por exemplo, é formada principalmente por silício. 

Com característica semicondutora, que pode tanto isolar quanto conduzir energia, dependendo da situação, o elemento é muito utilizado na indústria de eletrônicos para a confecção de computadores e placas fotovoltaicas, dentre outros dispositivos. A sua aplicação também se estende às indústrias automotivas, de construção civil e medicina que, respectivamente, produzem óleos de amortecimento,  vidros e próteses de silicone. 

No geral, não é comum a utilização do silício na agricultura, sendo esse o diferencial das pesquisas realizadas pelo GPSi. Os estudos da presença do silício no solo revelam ser benéficos de diferentes maneiras para algumas culturas, como a cana-de-açúcar e o arroz. 

De acordo com o técnico do laboratório e pesquisador responsável pelas análises, João George Moreira, do Iciag, esses cultivos “são capazes de acumular e de se beneficiar desse elemento de uma maneira específica tanto na sua proteção contra doenças quanto na formação de uma estrutura mais robusta”.

Ou seja, a presença do silício no cultivo de certas culturas demonstra um aumento na resistência dessas plantas contra ataques de pragas, possibilitando a diminuição do uso de defensivos agrícolas. Com isso,  os cultivos conseguem ser mais saudáveis, além da expressiva melhora na produtividade das culturas.

 

Foto colorida com homem branco a direita olhando recipientes com amostras de solos.
Segundo Hamilton Pereira, foto, várias instituições enviam discentes para realizarem o processo analítico das amostras no laboratório. (Foto: Milton Santos)

O laboratório do GPSi, que é credenciado pelo Ministério da Agricultura por desenvolver métodos de pesquisa com o silício na pré-agricultura, é referência para outras pesquisas, instituições e empresas. Com isso, o espaço vinculado à Fundação de Desenvolvimento Agropecuário (Fundap-UFU), recebe materiais para análise vindos de todo país.

Atendendo a comunidade externa através da Fundap, o setor recebe produtos para testes de outras instituições e empresas para a identificação dos níveis de solubilidade no material, avaliando a habilidade do elemento de se dissolver em determinadas condições. 

Estes materiais costumam ser fertilizantes e, para se entender, é preciso lembrarmos que as plantas sozinhas nem sempre conseguem suprir as próprias necessidades. Elementos essenciais que sustentam sua estrutura, como aqueles fornecidos pela fotossíntese e os que se encontram no solo, não são suficientes para o crescimento saudável do cultivo e é aí que o uso de fertilizantes entra em ação. O laboratório, neste ponto, auxilia na verificação e aplicação do silício como base de alguns desses fertilizantes, a depender da necessidade atribuída ao produto.

Desde quando o grupo surgiu, segundo o coordenador e pesquisador Hamilton Seron Pereira, já foram desenvolvidas mais de 50 pesquisas acadêmicas, sem contar artigos e publicações extras.

Nós desenvolvemos metodologias para avaliar fontes de silício, tanto química como biológica, então nós temos esse foco de produzir tecnologia para melhorar a produtividade das culturas e fazer uma agricultura cada vez mais sustentável”, afirma Pereira.

 

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Palavras-chave: #Ciência

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