Publicado em 19/03/2025 às 10:50 - Atualizado em 20/03/2025 às 08:46
A ciência pode ser encontrada nas salas de uma universidade, entre as mesas de um laboratório, nos corredores de uma escola e, em especial, nas prateleiras de uma biblioteca. O fazer científico está espalhado pelas páginas dos livros e nas pesquisas que são desenvolvidas nas bancadas do lugar. Dentro das bibliotecas também é possível encontrar pessoas que, além de produzir ciência, ajudam outros no próprio processo científico, como a bibliotecária Patrícia de Oliveira Portela, que atua na biblioteca da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) desde 2007.
Formada em Biblioteconomia pela Universidade de Formiga, Portela entrou jovem na vida acadêmica e se apaixonou ainda mais pela educação. São 46 anos não apenas cuidando dos próprios estudos, mas auxiliando outros em suas pesquisas e trabalhos sobre assuntos relacionados aos mais diversos tipos de áreas.
Ela faz parte do setor de referência da biblioteca do campus Santa Mônica, sendo responsável por fazer o atendimento direto com o público auxiliando na solução de dúvidas. Por exemplo, muitas pessoas buscam a ajuda de Portela para entender e enquadrar seus trabalhos de acordo com as referências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A paixão pela carreira acadêmica fez com que Portela optasse por não se aposentar. Ela cita a frase de Guimarães Rosa, “Quem ensina de repente aprende”, para explicar o seu amor por ajudar os outros dentro da universidade.
Quem é você na plataforma Lattes?
Meu nome é Patrícia de Oliveira Portela, eu sou bibliotecária na UFU, entrei em 2007, e trabalho no setor de Referência. Fiz a graduação em Biblioteconomia e sempre trabalhei com a educação, trabalho desde os 19 anos e o meu primeiro trabalho foi secretária de escola. Depois fui trabalhar na biblioteca de uma faculdade em Formiga, a cidade em que eu me formei, e depois disso continuei na área. Também fiz Letras, mestrado em Ciências Ambientais e doutorado em Geografia.
Quem é você além do Lattes?
Eu gosto de viajar, gosto de filmes, de cinema. Mas, assim, eu tenho dificuldade de sair do Lattes, de sair do estudo.
O que te levou a seguir essa área?
Eu gosto muito de estudar, é até um dos motivos de fazer doutorado, o meu objetivo maior é continuar estudando e ter, assim, um um ritmo. Eu gosto muito desse ambiente, e eu acredito que o que eu faço aqui é educar também, ajudar as pessoas a caminhar com os seus trabalhos. Então, é muito gratificante, para mim, atuar, principalmente nessa área de orientação de normalização.
Como era a sua relação com a ciência quando você era criança?
Quando criança, por incentivo da minha mãe, eu dizia que eu queria fazer Farmácia, mas por morar na cidade do interior e ser a caçula, meus pais não permitiram que eu fosse estudar em um lugar que tivesse uma faculdade de Bioquímica. E a minha cidade oferecia poucas opções de curso que não fosse licenciatura, porque eu falava que eu não queria ser professora, então, a única opção que eu tinha era Biblioteconomia. Eu gostava muito de ler livros infantis e, depois, também, né, romances, e uma vizinha me falou: "Você gosta tanto de ler, faz Biblioteconomia. É um campo bom, porque as universidades estão contratando”. E a partir disso eu segui nessa área e não me arrependi. Acho que, talvez, se eu tivesse feito outro curso, eu não estaria tão satisfeita como eu estou.
O que a ciência e a pesquisa significam para você?
Significa inovação, progresso e condições sociais melhores para as pessoas. A educação pode transformar uma sociedade. O objetivo é transformar para melhor a sociedade.
O que você acha que deve ser feito para incentivar mais mulheres e meninas a entrarem nesse ramo científico e acadêmico?
Eu acho que a educação é tudo, não só para mulheres e meninas, mas de maneira geral. É preciso incentivar a cultura, incentivar o estudo e a leitura. E a Biblioteca também tem muitas possibilidades das pessoas usarem de casa. Nós temos assinatura de uma base de dados que se chama Minha Biblioteca, que disponibiliza que as pessoas, da casa delas, baixem livros, estudem e também façam pesquisa.
O que você diria para as meninas e mulheres que estão entrando nesse ramo acadêmico e científico?
Que continuem, que não desanimem, não desistam e, mesmo se encontrarem um empecilho, que vão em frente e sejam persistentes. E que busquem ajuda, busquem o estudo, busquem a leitura, busquem informação, a educação é tudo.
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