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Astronomia

Aluna da UFU detecta mais quatro asteroides em parceria com a Nasa

Integrante do programa Caça Asteroides, Mariana Milena já havia encontrado um em 2021

Publicado em 03/11/2023 às 14:37 - Atualizado em 07/11/2023 às 14:32

Mariana de Sá continua recebendo imagens da Nasa e as analisa mensalmente em busca de novas descobertas (Foto: Marco Cavalcanti)

Há cerca de dois anos, Mariana Milena Prado de Sá, aluna do curso de Engenharia Mecatrônica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), detectou um asteroide, até então desconhecido, em parceria com a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa).

Agora, a jovem encontrou outros quatro. Ela participa do programa Caça Asteroides, desenvolvido pela Nasa em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O programa é realizado por meio da Colaboração Internacional de Pesquisa Astronômica (IASC) e fornece imagens captadas por um telescópio de 1,8 metros localizado no Havaí.

Mensalmente, Sá recebe um pacote de imagens e o estuda em busca de novas detecções, e é isso que ela tem feito desde que descobriu o (futuro) asteroide Walkiria, que recebeu o status de “provisório”, em 2022, pelo Minor Planet Center, que integra o Observatório de Astrofísica de Harvard.

No começo deste ano, liderando uma equipe de quatro pessoas, Sá detectou novos asteroides, denominados de “preliminares”. Na primeira campanha, foram três encontrados por ela e três pelos outros integrantes, o que fez com que o grupo recebesse, no dia 20 de outubro, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), uma medalha de bronze do MCTI, por ter sido uma das equipes que mais identificou objetos astronômicos no país. Posteriormente, Sá observou mais um, totalizando quatro novas descobertas.

Sá mostra a medalha durante evento realizado pelo MCTI, em Brasília
Sá recebeu medalha durante evento realizado pelo MCTI, em Brasília (Foto: Arquivo pessoal)

A estudante lidera ainda outras três equipes, sendo uma apenas de mulheres. “Tinha muita gente que me falava nas redes sociais que queria detectar asteroides, mas não sabia como. Então, nesse ano, eu postei: ‘quem quer participar?’ e criei outras equipes com aqueles que me responderam. No total eu liderei quatro equipes”, conta.

Além de Sá, o grupo principal, que recebeu a medalha, tem como integrantes os alunos Beatriz Oliveira, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam); Erick Lagedo, do Instituto Federal de São Paulo (IFSP); e Giovanna Veronez, do ensino médio do Colégio Salesiano, em São Paulo.

 

“A ciência mudou minha vida e chegou um ponto em que quis levar a ciência para outras pessoas, fazer pelas outras pessoas o que esses grupos, programas como esses, fizeram por mim” - Mariana Milena Prado de Sá

 

Sá com o certificado do primeiro asteroide encontrado e oficializado no ano passado
Sá com o certificado do primeiro asteroide encontrado e oficializado no ano passado (Foto: Marco Cavalcanti)

Relembre a história

Crescida em meio aos corredores e biblioteca da escola onde a mãe é professora de Biologia, Mariana Sá sempre teve interesse pela ciência: “A transição do microscópio para o telescópio demorou bastante. Mesmo que, quando criança, eu ia para a escola e as aulas sobre Sistema Solar eram as que mais me chamavam a atenção, demorou para eu ter um impulso para começar a divulgar e engajar na ciência”.

Durante o segundo ano do Ensino Médio, ainda em 2020, a aluna foi sorteada para participar do projeto Astrominas, idealizado por mulheres do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP), que tem o objetivo de empoderar meninas e mulheres na ciência. Através do projeto, Sá teve contato com diversos cientistas e se apaixonou ainda mais pela área da Astronomia. Foi quando ela conheceu o programa Caça Asteroides.

Através da parceria, Sá detectou um asteroide até então desconhecido: o futuro Walkiria, nome que ela pretende batizar em homenagem à mãe. Isso porque a classificação e nome dado a um asteroide é demorada e ainda está em processo. “Se tudo der certo, quero nomear esse asteroide com o nome da minha mãe, que é Walkiria, com ‘w’ e ‘k’, bem nome de asteroide mesmo, por ela sempre apoiar meus sonhos”, finaliza.

Sá também participou do episódio #75 Juventude e Ciência, do podcast Ciência ao Pé do Ouvido, em que falamos sobre o engajamento de jovens na ciência. Ouça nas principais plataformas de streaming.

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Palavras-chave: Astronomia Engenharia Mecatrônica

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