Publicado em 13/12/2022 às 16:14 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:39
Estudante já recebeu medalha de ouro e moção de aplausos pelas conquistas na área de astronomia. (Foto: Arquivo pessoal)
Mariana Milena Prado de Sá, aluna do curso de Engenharia Mecatrônica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), detectou, em fevereiro deste ano, um asteroide, até então desconhecido, em parceria com a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa).
Crescida em meio aos corredores e biblioteca da escola onde a mãe é professora de Biologia, Sá sempre teve interesse pela ciência. “A transição do microscópio para o telescópio demorou bastante. Mesmo que, quando criança, eu ia para a escola e as aulas sobre sistema solar eram as que mais me chamavam a atenção, demorou para eu ter um impulso para começar a divulgar e engajar na ciência”, conta.
Durante o segundo ano do Ensino Médio, ainda em 2020, a aluna foi sorteada para participar do projeto Astrominas, idealizado por mulheres do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP), que tem o objetivo de empoderar meninas e mulheres na ciência. Através do projeto, Sá teve contato com diversos cientistas e se apaixonou ainda mais pela área da Astronomia.
Foi quando ela conheceu o programa Caça Asteroides, desenvolvido pela Nasa em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O programa é realizado por meio da Colaboração Internacional de Pesquisa Astronômica (IASC/Nasa) e fornece imagens captadas por um telescópio de 1,8 metros localizado no Havaí.
Nasa Infrared Telescope Facility, telescópio localizado no Havaí e utilizado pelo programa Caça Asteroides. (Foto: University of Hawai‘i News)
Pessoas de todas as idades e níveis de escolaridade que têm interesse em monitorar asteroides podem participar. Para isso, acontece um treinamento on-line em que especialistas ensinam como usar o software, fazer a programação e analisar os números encontrados.
Através da parceria, Sá detectou um asteroide até então desconhecido: o futuro Walkiria, nome que ela pretende batizar em homenagem à mãe. Isso porque a classificação e nome dado a um asteroide é demorada e ainda está em processo. “Se tudo der certo, quero nomear esse asteroide com o nome da minha mãe, que é Walkiria, com ‘w’ e ‘k’, bem nome de asteroide mesmo, por ela sempre apoiar meus sonhos”, explica.
Com o feito, a aluna recebeu uma medalha durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que aconteceu em Brasília, no dia 29 de novembro. Além do reconhecimento, Sá também já foi medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astrofísica (OBA) e recebeu Moção de Aplausos na Câmara Municipal de Catalão (GO), sua cidade natal.
Medalha foi entregue durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em Brasília. (Foto: Arquivo pessoal)
Além de caçadora de asteroides, a medalhista é também divulgadora científica. Em 2020, por causa da pandemia de covid-19, ela criou um perfil no Instagram para compartilhar seus resumos escolares e, com a aproximação da Astronomia, começou a divulgar além do assunto, ciência geral e sua rotina na universidade.
Mesmo seguindo pela área da Engenharia Mecatrônica, Sá pretende continuar estudando Astronomia e procurando asteroides, já que é uma das formas de contribuir com a ciência. Além disso, ela tem ofertado palestras gratuitas sobre a temática com dicas de como ser aprovado em vestibulares.
Através do perfil no Instagram, Sá divulga ciência e fala sobre a vida acadêmica
E você, sabe qual a diferença de um asteroide e de um meteoro? Ou melhor, de um meteorito? E se um cair na sua casa, será que você pode pegá-lo, lavá-lo e vendê-lo? Estas e outras dúvidas foram respondidas no episódio #39 do Ciência ao Pé do Ouvido, o podcast de ciência da UFU, disponível nas principais plataformas de streaming.
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Palavras-chave: Nasa Asteroide MCTI
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