Publicado em 17/11/2023 às 10:11 - Atualizado em 22/11/2023 às 13:29
“O grupo de estudos”, começa Iara Ferreira Dias, “é um fortalecimento.” Com olhos brilhantes e sorriso largo, a estudante de História, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e uma das responsáveis pela retomada do Grupo de Estudos do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), se emociona por poder atuar na reconstrução do espaço: “Desde que começamos me sinto mais pertencente, fiz novos amigos, me aproximei de outras pessoas pretas. É um espaço que eu sempre quis ter desde que entrei na universidade.”
O espaço a que ela se refere são os encontros que acontecem a cada 15 dias, para estudos e discussões da comunidade negra da universidade. Como um lugar construído coletivamente, após a pandemia, um questionamento vigorava entre os estudantes e pesquisadores do Neab, antes da retomada: como retornar e continuar o que fazíamos antes do isolamento? Com essa questão e inquietações de Dias e outros estagiários da coordenação estudantil do núcleo, a missão de revitalizar o grupo de estudos foi colocada em prática.
No dia 20 de setembro, as reuniões voltaram a acontecer presencialmente na UFU. Para Dias, pensar coletivamente e de maneiras distintas são a argamassa e tijolos de uma identidade em construção. “No final, todos os pretos sofrem, às vezes, as mesmas violências. De maneiras um pouco diferentes ou um pouco mais sutis. Mas ainda estamos passando por muitos processos juntos. As nossas dores nos unem.”
A representatividade e a identidade são os pontos de partida de cada participante dos encontros. Neles, os integrantes têm a liberdade de expressar suas individualidades, anseios e vivências cotidianas do ser negro na universidade. Nas reuniões são discutidos filmes, músicas, podcasts ou quaisquer materiais voltados à temática afro-brasileira e étnico-racial.
Abertas às comunidades externa e interna, são presenças constantes nas reuniões do grupo de estudos do Neab alunos, professores e técnicos. Inclusive, estes são momentos preparados e programados para se encaixarem na rotina universitária.
Um lugar em que pessoas pretas se reúnem e unem forças em singulares oportunidades de trocas. Para Dias, quanto maior e mais longe o grupo for, mais mobilização e conhecimento poderão partilhar. “A minha vontade é que o grupo chegue para mais pessoas, vá para os outros campi da UFU, faça parcerias e cresça no tamanho e proporção que merece.”
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Palavras-chave: #Ciência consciência negra Grupo de Estudos
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