Publicado em 25/03/2024 às 09:02 - Atualizado em 28/03/2024 às 11:18
Segundo um estudo internacional, liderado pela Universidade Metropolitana de Manchester, o setor da aviação responde por 3,5% das atividades humanas que provocam o aquecimento global. Como visto, o assunto é motivo de debate internacional e na Escola Técnica de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia (Estes/UFU) o tema também é trabalhado.
O doutor em Ciência e Tecnologia de Biocombustíveis e professor do curso técnico em Controle Ambiental e em Meio Ambiente, Luiz Vitor Leonardi Harter, é quem lidera a linha de pesquisa na Estes. Em entrevista, ele explica sobre os biocombustíveis e quais os impactos do uso de fontes renováveis na aviação.
Vitor Harter: Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, por definição, os biocombustíveis são derivados de biomassa renovável e podem substituir parcial ou totalmente os combustíveis derivados de petróleo, de gás natural em motores à combustão ou em outro tipo de geração de energia. Os dois principais combustíveis líquidos atualmente usados no Brasil são: o etanol, produzido da cana de açúcar, e o biodiesel, produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais.
Vitor Harter: A principal diferença entre o biocombustível e o combustível tradicional é que os de origem fóssil são obtidos a partir da decomposição de seres vivos, um processo que demora muito tempo, milhares de anos, para gerar determinadas substâncias como, por exemplo, petróleo e gás natural do carvão mineral. Além disso, apresentam grande capacidade poluidora e limitação de extração. Os biocombustíveis, por sua vez, são extraídos de matéria orgânica, de biomassa renovável, de óleos vegetais ou de gorduras animais, são fontes praticamente inesgotáveis e, por isso, que são classificados como renováveis.
Vitor Harter: Além de serem menos poluentes e considerados de origem renovável, a produção de energia, a partir dos combustíveis de origem vegetal, propicia uma nova finalidade para o lixo, resíduos que, a princípio, seriam descartados como resíduos sólidos urbanos.
Vitor Harter: A verdade é que toda a combustão envolve liberação de gases poluentes e gases de efeito estufa. Alguns exemplos são o monóxido de carbono, que é um gás tóxico, e o dióxido de carbono(CO2), que é um gás de efeito estufa. Além da vantagem da fonte de origem ser renovável, o processo de plantio auxilia na regulação dos gases. No caso do biodiesel e da bioquerosene, a principal matéria-prima, a soja, quando plantada, faz fotossíntese e torna-se um depósito natural de carbono que vai absorver CO2 no processo e então atuar no Balanço de massa do do CO2 na atmosfera.
Vitor Harter: Essa preocupação vem do aumento do transporte aéreo. Os problemas ambientais passaram a ser tratados com uma preocupação global, o transporte é relacionado ao aquecimento global, à destruição da camada de ozônio e também aos acidentes ambientais. Essa tornou-se uma questão econômica, política, social e universitária a nível de pesquisas, e um dos principais desafios é conseguir a redução de emissões de dióxido de carbono mesmo com o aumento da demanda pelo transporte aéreo.
Se quiser saber mais sobre o assunto, você pode acompanhar as pesquisas desenvolvidas pelo professor Luiz Vitor Leonardi Harter na área consultando as publicações na revista Química Nova ou acompanhado o perfil da Estes no instagram: @estes.ufu .Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.
Palavras-chave: Biocombustíveis pesquisa Aviação
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