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Campus Educação Física

Construindo uma escola antirracista

Relatório da Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia revela avanços, após 4 anos de implementação da Política de Cotas no colégio

Publicado em 23/07/2024 às 09:52 - Atualizado em 23/07/2024 às 10:50

Eseba já prestou consultoria sobre o processo de implementação de cotas ao Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande. (Foto: Vanessa Dângelo)

 

Pesquisas acadêmicas premiadas, novos materiais didáticos, eventos para a comunidade escolar e formação docente especializada. Estas foram algumas das ações destacadas no Relatório sobre a implementação da Política de Cotas da Eseba, que foi aprovado pelo Conselho de Graduação da Universidade Federal de Uberlândia (Congrad/UFU), em sua última reunião, realizada no dia 12 de julho.

Desde 2019, a Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia (Eseba/UFU) reserva 50% das vagas de entrada para estudantes com perfil socioeconômico (renda familiar bruta per capita menor que um salário mínimo e meio), estudantes pretos, pardos ou indígenas (PPI) e estudantes com deficiência (PCD). Somando os selecionados nos sorteios, realizados desde a instituição da Política de Cotas, mais de 150 estudantes se matricularam no colégio por meio desta forma de ingresso.

 

Trajetória e desafios

Após tramitar em todos os conselhos da universidade, a Política Afirmativa de Cotas, cuja sensibilização teve início por meio da Comissão Étnico-Racial e Socioeconômica da Eseba, foi inserida, culminando no edital de ingresso de 2019. Naquele mesmo ano, para garantir que a Política Afirmativa de Cotas Raciais fosse assegurada a seu público-alvo, foi instituída uma comissão de averiguação das declarações apresentadas pelas famílias. Os membros dessa comissão participaram do I Encontro de Formação das Comissões de Heteroidentificação, promovido pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd).

Desde então, diversas foram as ações de formação e inclusão realizadas, incluindo encontros de formação docente, intervenções com estudantes da educação infantil e eventos com toda a comunidade. Além dos eventos que mobilizam toda a comunidade escolar, como a Semana Preta, pesquisas acadêmicas surgiram ao longo do processo de implementação das cotas no colégio. Este é o caso da pesquisa “Construindo uma escola antirracista: o ingresso e permanência de cotista na educação básica”, que recebeu destaque e foi premiada em edital de equidade racial.

A coordenadora executiva do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab/UFU), Léa Aureliano, explica que antes a Eseba era um colégio majoritariamente branco, o que vem mudando com a implementação das cotas. “É motivo de muito orgulho. Quando caminhamos pelos corredores, nós percebemos a escola como um lugar mais inclusivo e diverso”, comenta a professora. Para Léa, ainda é preciso pensar em mais formas de acolher a todos estudantes, como políticas de permanência, mas já é possível notar progresso no acolhimento e abordagem dos profissionais do colégio: “Hoje a equipe docente e técnica já entende que a não interferência e mediação são também formas de exclusão”.

 

Próximos passos

Apesar dos avanços na busca por equidade de acesso no colégio, o relatório destaca a necessidade de maiores aportes financeiros para garantir a continuidade e expansão das ações de permanência. Diretora da Eseba, Núbia Guimarães aponta o planejamento que deve ser executado. “As próximas metas são fortalecer a Política de Assistência Estudantil, para todos os estudantes, especialmente para os ingressantes por cotas”, informa.


 

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Palavras-chave: Eseba Cotas políticas afirmativas ingresso

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