Capoeira: dança, esporte, resistência e cultura

No fim da década de 1920, Manoel dos Reis Machado, capoeirista desde a adolescência e professor da modalidade, criou a capoeira regional. A vertente mais arrojada e combativa era a mistura da capoeira tradicional, conhecida como Angola, com o batuque, jogo semelhante a capoeira em que os praticantes golpeiam o adversário até derrubá-lo.

Com a capoeira regional, Manoel, ou melhor, Mestre Bimba, organizou um método de ensino, rituais de passagens e especialização: um sistema próprio do que viria a ser chamado na década de 1950, pelo então presidente Getúlio Vargas, de esporte genuinamente brasileiro. 

Mas nem tudo foram flores para os capoeiristas. Até mesmo após a criação de Mestre Bimba, os adeptos eram marginalizados e criminalizados e o cumprir da lei era severo: a polícia tratava com violência os praticantes, com perseguição e até tortura. 

O processo lento de aceitação e integração da capoeira na sociedade iniciou a partir de 1937, com a mudança no entendimento da lei que previa o crime para concepção educacional da prática. Nesse mesmo ano, a academia fundada por Mestre Bimba foi a primeira a obter o alvará de funcionamento. Com o estilo e métodos de ensino desenvolvidos, Bimba não só foi um dos capoeiristas mais importantes na popularização do esporte como também auxiliou na sistematização, profissionalização e respeito da sociedade pela capoeira.

No episódio #128 do podcast “Ciência ao Pé do Ouvido” conversamos sobre a temática com Guimes Rodrigues Filho, professor do Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia (IQ/UFU) e mestre de Capoeira Angola na cidade de Uberlândia (MG). O episódio está disponível nas principais plataformas de podcast e também aqui no portal Comunica UFU. Para o ouvinte que deseja enviar uma mensagem com perguntas, sugestões de temas ou até mesmo elogios e sugestões, basta entrar em contato pelo Whatsapp (34) 99948-4655.

O Ciência ao Pé do Ouvido é produzido pela Divisão de Divulgação Científica da Diretoria de Comunicação Social (Dirco/UFU) e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

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