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Pesquisa

UFU e Universidade de Roma buscam melhorar tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca

Em parceria inédita, pesquisadores avaliam técnicas de videomonitorização e autocuidado

Publicado em 10/10/2024 às 09:56 - Atualizado em 10/10/2024 às 11:24

Estudo propõe usar chamadas de vídeo para auxiliar no tratamento de insuficiência cardíaca. (Foto: Pexels)

Melhorar o tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca, condição em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para o restante do corpo, é o objetivo de uma parceria inédita entre pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da Universidade de Roma Tor Vergata. 

A colaboração começou a ser esboçada após o curso “Teoria e pesquisa sobre autocuidado em doenças crônicas”, ministrado pelo professor italiano Ercole Vellone na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), em julho de 2024, com a participação do professor do curso de Enfermagem da UFU, Omar Pereira de Almeida Neto. 

Almeida Neto lidera a parceria que busca desenvolver técnicas de videomonitorização e orientações de autocuidado para pacientes com insuficiência cardíaca. O pesquisador está desenvolvendo um estudo no Hospital de Clínicas (HC-UFU/Ebserh), que já conta com resultados parciais de 110 pacientes que foram internados com insuficiência cardíaca descompensada.

O estudo focou no cuidado ofertado às pessoas após a hospitalização, apontando dois métodos de intervenção: a videomonitorização e a transição de cuidado. “Quando esses pacientes recebem alta, nós avaliamos a situação deles e os dividimos em grupo de controle e grupo de intervenção. Nós pegamos o contato telefônico dos pacientes do grupo de intervenção, dos familiares que vivem com eles, e aí nós programamos videoconsultas em sete, 30, 60 e 180 dias após a alta”, detalha o pesquisador.

Professores Ercole Vellone, da Universidade de Roma, e Omar Pereira de Almeida Neto, da UFU
Professores Ercole Vellone (à esquerda), da Universidade de Roma, e Omar Pereira de Almeida Neto (à direita), da UFU, em curso ministrado pelo italiano na Escola de Enfermagem da USP. (Foto: arquivo pessoal)

O procedimento pode ser feito por meio do WhatsApp, de qualquer lugar onde o paciente se encontre. Outra forma de intervenção é a transição do cuidado para as Unidades Básicas de Saúde (UBS). De acordo com Almeida Neto, o apoio das UBS garante o atendimento de necessidades básicas dos pacientes, como o ajuste de medicamentos e o agendamento de consultas posteriores. 

Na Universidade de Roma, Vellone também utiliza a videoconsulta e o conceito de autocuidado para orientar pacientes e seus familiares na recuperação. “A gente percebe que os pacientes que recebem essa orientação de um enfermeiro especialista em cardiologia já têm benefícios, eles reinternam menos, a mortalidade é menor, eles conseguem ter uma qualidade de vida muito melhor”, ressalta Almeida Neto.

Além da redução nos riscos de mortalidade e nas reinternações por insuficiência cardíaca, o atendimento especializado após a hospitalização pode melhorar a compreensão sobre as doenças crônicas e os cuidados a serem tomados. Se o paciente não entende a doença que ele tem, ele não consegue se cuidar. Agora, se ele entende a doença que tem, ele sabe que ele tem que controlar os líquidos, reduzir o sal, fazer reabilitação cardíaca, entender que se ele ganha dois dias de peso na semana, isso não é gordura, isso é líquido do coração, ele tem que ir na UBS”, exemplifica o professor da UFU. 

Os estudos clínicos da parceria devem começar em 2025, refletindo o movimento de internacionalização da UFU. “A parceria entre Brasil e Itália neste contexto é fundamental para internacionalização e avanço da ciência”, conclui Almeida Neto.

 

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Palavras-chave: pesquisa universidade de roma videomonitorização insuficiência cardíaca

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