Pular para o conteúdo principal
PRESTAÇÃO DE CONTAS

Laboratório de Nanobiotecnologia da UFU comemora pesquisas realizadas em rede

Em sete anos de atuação como sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Teranóstica e Nanotecnologia, o grupo reúne 101 subprojetos de pesquisa, 161 pedidos de patentes e quase dois mil artigos publicados

Publicado em 23/01/2025 às 14:08 - Atualizado em 23/01/2025 às 14:31

12 projetos estão em andamento no Laboratório de Nanobiotecnologia Prof. Dr. Luiz Ricardo Goulart Filho. (Foto: Cristiane de Paula/INCT TeraNano)

Desde 2017, o Laboratório de Nanobiotecnologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) está credenciado como sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Teranóstica e Nanotecnologia (INCT TeraNano). Iniciado sob a liderança do professor Luiz Ricardo Goulart Filho, falecido durante a pandemia de covid-19, o trabalho do instituto comemora resultados expressivos em sete anos de atuação.

O balanço dos resultados alcançados pela rede aponta que já foram realizados 101 subprojetos de pesquisa com foco nas áreas de saúde animal, humana e meio ambiente. O credenciamento como sede da Rede INCT TeraNano impulsionou essas pesquisas por meio de mais recursos, viabilizou a colaboração com outras Instituições Federais de Ensino Superior e fortaleceu as pesquisas com foco em terapia e diagnóstico a partir de moléculas, em escala nanométrica (1 milímetro dividido em 1 milhão de vezes).

Com o trabalho em rede, as pesquisas deram um salto em maturidade e em quantidade, resultando em 161 pedidos de patentes, sendo pelo menos a metade com solicitação direta dos pesquisadores do laboratório. São patentes para novos medicamentos e terapias no tratamento de diversas doenças, como por exemplo, diferentes tipos de câncer, doenças respiratórias, além de soluções para os setores veterinário, agrícola e ambiental.

O laboratório, incluindo todos os pesquisadores e professores associados, se destaca pela intensa produção científica, com média de 100 publicações anuais, tais como artigos, teses e dissertações. "Nosso ambiente de pesquisa exclusivo, aliado ao perfil empreendedor do professor Luiz Ricardo Goulart Filho, que buscava recursos e parcerias em todo o mundo, impulsionou nosso trabalho e atraiu o interesse da iniciativa privada, gerando resultados expressivos", explica Luciana Machado Bastos, coordenadora do laboratório, que ainda destacou a liderança do pesquisador Carlos Ueira Vieira na atual coordenação do INCT TeraNano, proporcionando a continuidade dos projetos em parceria.

Infográfico sobre um dos estudos
Nos últimos sete anos a rede soma 161 pedidos de patentes e quase dois mil artigos publicados. (Imagem: Reprodução/INCT TeraNano)

O INCT TeraNano realiza pesquisas em rede com, pelo menos, outras 20 universidades e centros de pesquisa federais e estaduais das regiões Norte, Nordeste e Sudeste, além de parcerias com hospitais e empresas nacionais e multinacionais na área de saúde animal e humana. 

No combate ao câncer, por exemplo, um dos objetivos é substituir a biópsia por um procedimento único de diagnóstico e tratamento. “Nós podemos usar sangue ou saliva de pacientes para identificar o estágio da doença, auxiliando os médicos na escolha do tratamento mais eficaz”, explica a pesquisadora biomédica Emília Rezende Vaz. Segundo ela, essas pesquisas aprimoram a personalização dos tratamentos, aumentando as chances de cura e diminuindo os riscos de rejeição.

Na área animal, o laboratório já possui protótipos de medicamentos patenteados para uso veterinário e busca parcerias com a iniciativa privada para transferir a tecnologia ao mercado. Além disso, tratamentos inovadores para câncer estão em fase de testes em animais e também aguardam investimentos para avançar. 

O mesmo ocorre com as pesquisas nas áreas ambiental e agrícola, com foco no controle de pragas e identificação de contaminantes, como é o caso, por exemplo, de um eletrodo à base de grafeno. O dispositivo faz parte de uma plataforma diagnóstica desenvolvida para identificação de doenças por meio de marcadores específicos indicados pelo mercado ou indústria parceira. “A evolução do laboratório também impactou nossos processos de compra, com o apoio da FAU [Fundação de Apoio Universitário], conseguimos importar equipamentos e insumos, sendo pioneiros neste tipo de aquisição e evoluindo junto com nossa principal parceira", destaca Bastos.

Foto de pesquisador no laboratório
Mário Machado, pesquisador químico, mostra eletrodo à base de grafeno. Dispositivo faz parte de plataforma diagnóstica desenvolvida para identificação de doenças por meio de marcadores específicos. (Foto: Cristiane de Paula/INCT TeraNano)

Em 2022, o laboratório ampliou sua capacidade de pesquisa com a construção de um anexo, ampliando seu espaço em quase 200 metros quadrados e novos equipamentos. Agora, a coordenação do laboratório se prepara para um novo desafio: conseguir aprovar o INCT Nano Inova Saúde, concorrendo ao nível de referência nacional na área da saúde. As pesquisas serão fortalecidas de forma integrada, considerando os três pilares preconizados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e Ministério da Saúde: saúde humana, animal e vegetal e ambiental. 

A nova perspectiva inclui integrar pesquisas das diferentes áreas e expandir a rede para universidades das regiões Sul e Centro-Oeste, além de laboratórios da Europa e dos Estados Unidos. “Com até 35 instituições trabalhando em rede no desenvolvimento de terapias e diagnósticos em nanoescala, vamos ampliar nossos resultados e atrair novos parceiros da iniciativa privada, mantendo o espírito visionário e inovador do professor Luiz Goulart, que transformou um pequeno laboratório em um centro de referência quatro vezes maior em espaço e equipamentos”, conclui Bastos.

 

 

Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.

Palavras-chave: Nanos INCT INCT TeraNano saúde Laboratório

A11y