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CIÊNCIA

UFU se destaca em biossegurança com certificação internacional

A docente Karinne Naves integra grupo de especialistas em gerenciamento de riscos biológicos reconhecidos pela IFBA

Publicado em 15/01/2025 às 12:55 - Atualizado em 15/01/2025 às 17:28

Os exames da IFBA são reconhecidos como uma medida padronizada de conhecimento e habilidades em gerenciamento de riscos biológicos. (Foto: Marco Cavalcanti)

 

Em 2025, a Lei n° 11.105, conhecida como a Lei de Biossegurança no Brasil, celebra dez anos. No entanto, os estudos sobre a segurança da vida são explorados no país há mais de quatro décadas. Desde 1980, com a realização do Programa de Treinamento Internacional em Biossegurança promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as medidas de segurança passaram a ser implementadas de forma mais estruturada no Brasil. 

A pandemia de covid-19 destacou ainda mais as práticas de biossegurança na prevenção de riscos à saúde associados ao contato com agentes causadores de doenças. O coronavírus trouxe uma nova perspectiva sobre o tema ao tornar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI 's) indispensáveis, não apenas em ambientes hospitalares e laboratoriais, mas também em escritórios, comércios e até mesmo na rua. Mas será que uma pandemia é a única ameaça biológica capaz de colocar a vida em risco?

A exposição aos riscos biológicos não se limita a grandes crises sanitárias. Diariamente estamos vulneráveis a contatos acidentais com agentes capazes de causar efeitos negativos aos seres humanos, aos animais e ao meio ambiente. A biossegurança é um conjunto de medidas essenciais para evitar as ameaças invisíveis, como bactérias, vírus e fungos, capazes de invadirem os organismos e causarem doenças.

 

Prevenção e proteção aos riscos biológicos 

Nas universidades os protocolos de biossegurança são essenciais para minimizar acidentes, preservar o meio ambiente e a saúde de toda a comunidade. O gerenciamento de risco biológicos trata de “uma sequência de procedimentos que são realizados e vão determinar mecanismos para conter ou prevenir que o risco se concretize na forma de um perigo”, explica a presidente da Comissão Interna de Biossegurança da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Karinne Naves. 

A adoção de práticas seguras não apenas contribui para a qualidade dos processos de pesquisa e ensino, mas também gera impacto na comunidade externa, uma vez que a universidade possui contato direto com a população através de diversas atividades, como aquelas desenvolvidas no Hospital das Clínicas (HC-UFU/Ebserh). De acordo com Naves, o trabalho da biossegurança reflete o cuidado com a saúde de todos os seres vivos que possam ter contato com a ameaça. 

“Quando se faz o descarte, por exemplo, de material de laboratório e material infectante nas lixeiras de saco branco com símbolo de risco biológico, se isso não aconteceu da forma correta e no local adequado, as pessoas e os animais podem disseminar tanto para outras pessoas quanto para outros animais”, destaca Karinne Naves. O foco da biossegurança está em atuar na prevenção e proteção do gerenciamento de riscos biológicos.

Em busca de garantir a biossegurança na UFU são formadas comissões responsáveis por esse cuidado, como a Comissão Local de Biossegurança do Instituto de Ciências Biomédicas (CLB/Icbim/UFU) criada em dezembro de 2020 para coordenar os protocolos de biossegurança do comitê de monitoramento à covid-19 na UFU. “As comissões são consultivas, elas servem de apoio administrativo. Não tem o poder de interditar áreas da universidade, o papel é de avaliar o risco e propor medidas para proteger ", afirma Naves. 

 

UFU no mapa da biossegurança

Recentemente, a UFU deu um passo importante no cenário da biossegurança internacionalmente. Karinne Naves, que também é professora do Departamento de Microbiologia do ICBIM/UFU, recebeu a certificação profissional em Gerenciamento de Riscos Biológicos da International Federation of Biosafety Association (IFBA). Essa conquista, que identifica indivíduos com competências nas práticas fundamentais da gestão de ameaças biológicas, reforça o compromisso da universidade com a excelência na segurança e proteção da vida.

 

Foto de Karinne Naves
A docente é graduada em Odontologia pela Universidade Federal de Uberlândia e doutora em Imunologia e Parasitologia Aplicadas também pela UFU. (Foto: Arquivo pessoal - Karinne Naves)

 

Com menos de 30 profissionais certificados no Brasil, a docente agora integra o grupo de especialistas em biossegurança, bioproteção e gerenciamento de riscos. “Isso favorece a construção da cultura da biossegurança. Estar formando profissionais que têm essa capacidade crítica para formar núcleos seguros onde a biossegurança está sendo propagada”, declara Naves.

A conquista é também uma oportunidade para a profissional, uma vez que a partir dessa realização ela poderá buscar novas certificações na IFBA. “Isso vem como um estímulo para continuar no caminho certo, vai dando essa confiança e credibilidade no trabalho”, afirma a docente. Como professora na UFU, ela acredita que sua conquista também reflete na formação de profissionais com excelência em gerenciamento de riscos.

No painel da biossegurança atualmente, Karinne Naves afirma que a adesão e conscientização são os maiores desafios. “As comissões têm sempre essa preocupação de levar o pensamento de que nós estamos lá para construir juntos e colaborar, e assim as ideias vão sendo melhor aceitas. Às vezes, até quem tem uma certa resistência vai ao longo do tempo entendendo a importância de mudar essa rotina de trabalho”, ela expõe. A docente anseia por um futuro bom em que haja sempre mais interessados pela temática, como “a nossa universidade que tem assumido cada vez mais esse compromisso com a biossegurança”, conclui. 

 

 

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Palavras-chave: biossegurança ICBIM bioproteção riscos biológicos

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