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INTERNACIONAL

Pós-graduandos da UFU fazem intercâmbio em Moçambique

Os discentes realizam pesquisas sobre a conexão entre os dois países na Universidade Pedagógica de Maputo

Publicado em 27/02/2025 às 09:33 - Atualizado em 06/03/2025 às 13:54

As coordenadoras do projeto buscaram uma universidade próxima à realidade brasileira para que pudesse existir um diálogo consistente. (Foto: arquivo pessoal)

 

No começo deste ano, seis estudantes de pós-graduação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) partiram para a Universidade Pedagógica de Maputo (UPM), em Moçambique, com o objetivo de realizar pesquisas e participar de eventos que possibilitem a troca de conhecimentos entre UFU e UPM. Os discentes são bolsistas do projeto “Formação intercultural em estudos afro-brasileiros e africanos: conexões entre Brasil e Moçambique”, coordenado pelas professoras Ivete Almeida, do Instituto de História; Camilla Nganga da Faculdade, da Faculdade de Ciências Contábeis; e Cristiane Coppe, do Instituto de Ciências Exatas e Naturais, com a colaboração do professor Elisio Machikane Tivane, da UPM.

“A finalidade desse projeto é possibilitar que estudantes de pós-graduação conheçam a realidade do continente africano, especialmente de Moçambique, dentro do propósito de estreitar os contatos entre as relações sul-sul. Então, é um projeto de quatro anos e, a cada ano, seis estudantes têm oportunidade de ir a Moçambique realizar suas pesquisas que vão colaborar para o produto final, que é um material de pesquisa que vai nos trazer aí um panorama dessa aproximação dos dois países”, detalha Almeida sobre o propósito da iniciativa. 

O programa de intercâmbio entre UFU e UPM surgiu em 2023, por iniciativa das professoras Almeida, Nganga e Coppe que, como integrantes do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab/UFU), observaram uma demanda por oportunidades de intercâmbio para a graduação e para a pós-graduação voltadas para temáticas que discutissem questões raciais. O projeto foi contemplado pelo edital Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que é focado na formação e capacitação de estudantes autodeclarados pretos, pardos e indígenas e estudantes com deficiência em instituições de educação profissional e tecnológica no Brasil e no exterior.

 

Os intercambistas fazendo uma entrevista
Os intercambistas da UFU (à direita), Olavo Lisboa e Luara Martins, tiveram a oportunidade de entrevistarem António Alberto Tomás, ativista climático de Moçambique, que aparece à esquerda. (Foto: arquivo pessoal)

Os discentes Gabriela Candido Silva, Edilma José da Silva, Luara Martins de Oliva Santos, Nayara Elisa Costa da Conceição, Olavo Lisboa dos Santos e Pedro Henrique de Oliveira Tessarin foram agraciados com as bolsas de intercâmbio oferecidas pelo projeto e ficarão de seis a dez meses em Maputo, desenvolvendo estudos relacionados a suas pesquisas de mestrado e doutorado. 

Tais pesquisas também são relacionadas ao intercâmbio, ou seja, elas buscam mapear potenciais compartilhamentos entre Brasil e Moçambique dentro de diversas áreas de estudo. É o caso do trabalho ”Mapeamento sobre a troca cultural Brasil e Moçambique: Intelectuais brasileiras/os referenciadas/os na produção acadêmica moçambicana”, de Tessarin, que conecta a literatura de ambos os países; e a pesquisa “A raiz colonial de cidades brasileiras: a interseccionalidade como elemento crucial para diagnósticos urbanos e construção de cidades mais saudáveis”, de Santos, que aborda a arquitetura dos países. 

Para Almeida, além do acréscimo à vida acadêmica, o intercâmbio é uma experiência identitária importante para pessoas negras, pardas e  afrodescendentes. “Porque eu quero dar o máximo de oportunidade para os alunos, eu quero abrir todas as portas que eu puder. Então, foi uma alegria muito grande, porque eu sei que essa não foi só uma porta, mas sim uma ponte, porque eles vão ter essa experiência, eles vão ser profissionais que vivenciaram esse diálogo entre dois continentes", salienta.

O edital é aberto a todos os estudantes de pós-graduação que sejam negros ou pardos, que já tenham completado os créditos e que possuam uma pesquisa que possa se relacionar com a questão da aproximação entre Brasil e África do Sul. “O nosso interesse é que estudantes de todos os cursos possam ter essa oportunidade de diálogo no continente africano. O edital é anual, o primeiro foi em 2024. A gente vai ter um edital em 2025, um em 2026 e um em 2027", completa Almeida. 

Mais informações podem ser encontradas no Instagram do NEAB



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Palavras-chave: intercâmbio bolsa de pesquisa identidade afro-brasileira Moçambique

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