Dispositivo inova no treinamento e na reabilitação dos flexores do cotovelo

Uma tecnologia assistiva inovadora foi desenvolvida visando o treinamento e a reabilitação dos flexores do cotovelo para atletas e pessoas que usam cadeiras de rodas ou que têm mobilidade reduzida.

Combinando um sistema de carga único com baixa inércia e controle preciso da resistência, o equipamento reduz riscos de lesões e otimiza resultados. Diferente das soluções convencionais, ele integra vibração mecânica para melhorar o recrutamento muscular, atendendo desde processos de reabilitação até alto rendimento. 

Atualmente em fase avançada de desenvolvimento, a tecnologia foi criada pelo Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos (CINTESP.Br), vinculado à Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e já foi testada em ambiente de laboratório e está pronta para validação em ambiente relevante e comercialização junto a academias e centros de reabilitação.

O professor Márcio Peres, da Faculdade de Engenharia Mecânica da UFU e do CINTESP.Br, mostra os detalhes neste vídeo:

Confira a entrevista completa:

Qual é a área de aplicação principal dessa tecnologia?

Em suma, essa é uma tecnologia assistiva para treinamento e reabilitação de cadeirantes, além de atletas e pessoas com mobilidade reduzida, com aplicação direta em educação física e fisioterapia.

Como foi o processo de desenvolvimento da tecnologia? Quais foram os principais marcos alcançados durante esse processo?

O desenvolvimento desta tecnologia é proveniente de uma ampla linha de pesquisa e desenvolvimento de equipamentos para treinamento e reabilitação que utiliza um sistema de came-mola-seguidor como sistema de carga. Isso permite que estes equipamentos possuam baixíssima inércia e controle contínuo da carga aplicada. Sendo assim era iminente sua aplicação em equipamentos destinados a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, pois a baixa inércia reduz o risco de lesões e o controle contínuo de carga otimiza sua aplicação em processos de reabilitação.

Os principais marcos foram o desenvolvimento do sistema de carga, aplicação de vibração mecânica em conjunto com o treinamento e sua aplicação nos equipamentos de tecnologia assistiva.

Quais problemas ou necessidades que a tecnologia busca solucionar?

Não existem equipamentos projetados especialmente para o treinamento e reabilitação de cadeirantes. Esta tecnologia permite às pessoas com deficiência terem um equipamento exclusivamente projetado para as suas necessidades com segurança e eficiência.

Este equipamento não soluciona apenas uma necessidade, mas abre caminho para criação de uma linha completa de equipamentos para treinamento e reabilitação de pessoas com deficiência.

Qual é o aspecto inovador na abordagem adotada por esta tecnologia em comparação com as soluções convencionais?

Este equipamento utiliza uma tecnologia de sistema de carga único e exclusivo (também patenteado por essa equipe) que permite os treinamentos resistidos com baixa inércia, o que diminui os riscos de lesões. Outro aspecto é a possibilidade de controle contínuo da carga, permitindo regular as cargas de treino exatamente nos valores desejados, sendo ideal para a reabilitação de pacientes debilitados. Existe ainda a possibilidade de aplicar vibrações mecânicas em conjunto com o treinamento muscular podendo melhorar o recrutamento de fibras.

Como a tecnologia pode impactar o mercado?

Esta tecnologia assim como toda a linha na qual ela está inserida pode revolucionar o mercado de treinamentos físicos para pessoas com ou sem deficiência. O sistema de carga utilizado neste equipamento permite também a configuração de treinamentos otimizados para atletas de alto rendimento, principalmente quando da necessidade de treinamentos de potência. Cabe ressaltar que não existem no mercado equipamentos de treinamento resistivo com baixa inércia e que permita realização de treinamentos em alta velocidade de acordo com a aceleração e a velocidade do gesto motor a ser treinado.

Qual é o estágio atual de desenvolvimento da tecnologia?

Atualmente esta tecnologia já foi testada em ambiente de laboratório e logo será implementada na Academia Experimental para Cadeirantes do CINTESP.Br, além de outras possíveis parcerias para desenvolvimento em ambiente relevante e comercialização.

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