Publicado em 02/09/2025 às 15:59 - Atualizado em 11/09/2025 às 13:26
Acompanhado pelas professoras Angela Fagna Gomes de Souza e Angela Maria Soares, um grupo de estudantes do curso de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) realizou no último domingo, dia 31 de agosto, uma pesquisa de campo na aldeia indígena Xucuru-Kariri - Renascer Wakonã, localizada no município de Presidente Olegário (MG). Atualmente, ali residem aproximadamente 80 indígenas.
O trabalho fez parte das atividades desenvolvidas nas disciplinas de Geografia Cultural e Estágio Supervisionado. Os principais intuitos da iniciativa foram analisar as paisagens culturais, simbolismos e representações presentes na aldeia e vivenciar na prática a construção de saberes, proporcionando aos acadêmicos uma experiência de observação e análise das dinâmicas social, cultural, econômica e ambiental da reserva indígena.
Na ocasião, os discentes tiveram a oportunidade de conhecer a história do povo Xucuru-Kariri, contada pela cacica Giselma Giselma Ferreira de Brito, e também puderam participar de vivências de cantos e danças, manuseio de arco e flecha e uma caminhada por uma trilha ecológica para conhecer a vegetação nativa e as nascentes da reserva indígena. Além disso, o povo Xucuru-Kariri expôs artesantos indígenas e compartilhou com todos os visitantes um almoço e um lanche com pratos típicos da aldeia.
A professora Angela Fagna avalia as pesquisas de campo como "uma oportunidade para os alunos compreenderem e analisarem na prática os conceitos debatidos em sala de aula, propiciando uma formação sólida e contextualizada". Para ela, este objetivo foi alcançado plenamente durante as atividades do último domingo: "Foi um momento de múltiplos aprendizados em que pudemos ouvir a história da formação territorial da aldeia, entender os processos de fortalecimento identitário, suas re-existências, suas lutas, suas dificuldades e conquistas. Somos muito gratos pela oportunidade de compartilharmos estes saberes."
Alexandre Milhomem Maracaipe conta que viveu na aldeia um momento de quebra de estigmas sobre os povos originários e de aprendizado profundo sobre a ancestralidade e o papel dos indígenas no espaço geográfico, tanto nacional quanto internacional. "Fomos muito bem recebidos pela cacica Gisela e por toda a comunidade que estava presente. A comida preparada estava excelente e, em todo momento, eles se mostraram abertos a compartilhar o ambiente do seu território, desde as nascentes até a vegetação característica da região”, ressalta o estudante.
Outro integrante do grupo da UFU, o graduando Alê Isac Batista Marques narra assim a pesquisa de campo: “O dia 31 de agosto ficará marcado como um dia de recordações, uma das experiências mais incríveis que vivi em minha trajetória, não apenas acadêmica, mas também de vida. Ao chegarmos, fomos recebidos com uma apresentação emocionante, com canto e dança tradicional da comunidade. Não encontro palavras para descrever a energia, o carinho e o amor presentes em cada gesto, em cada olhar. Em alguns momentos, me emocionei sem nem mesmo compreender exatamente o porquê; simplesmente fui tocado."
Marques também manifesta muita emoção ao relatar que, durante a viagem, conheceu as tradições e as histórias do povo Xucuru-Kariri: "A cacica nos contou a história de seu povo, marcada por uma árdua luta pela existência. Mais do que palavras, era visível o amor e a dedicação que ela transmitia: pelo seu povo, por nós, por tudo o que a cercava. O espaço onde fomos acolhidos era um ambiente escolar, destinado à transmissão dos saberes ancestrais às novas gerações. E ali estávamos nós, inseridos nesse espaço sagrado de conhecimento, espiritualidade, afeto, empatia e acolhimento."
Por fim, ele reflete sobre a importância de conhecer a aldeia indígena pessoalmente: "O maior aprendizado foi compreender a importância da comunidade, da unidade. Saí dessa experiência com o coração aquecido e sem palavras que deem conta de descrevê-la por completo; apenas com o desejo profundo de que o povo Xucuru-Kariri conquiste tudo o que mais almeja. Que a felicidade esteja sempre presente em sua caminhada, que as adversidades os fortaleçam ainda mais e que continuem a nos ensinar, cada vez mais, o verdadeiro sentido de viver em comunidade!”
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Palavras-chave: Geografia pesquisa de campo trabalho de campo aldeia indígena Xucuru-Kariri
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