Publicado em 01/09/2025 às 12:04 - Atualizado em 11/09/2025 às 13:42
O mercado de trabalho formal de Uberlândia registrou uma leve retração em julho de 2025, com um saldo negativo de 114 vagas. O resultado é fruto de 12.479 admissões contra 12.593 desligamentos e interrompe a sequência de crescimento observada em junho (+968). A análise, divulgada pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (CEPES/UFU), com base em dados do Novo Caged do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostra que, apesar do resultado pontual, os indicadores acumulados permanecem positivos. Em 2025, o saldo é de 3.265 novas vagas, e nos últimos 12 meses, foram criados 3.163 empregos formais no município.
Dois dos cinco grandes setores da economia apresentaram desempenho positivo em julho: o Comércio, com a criação de 183 vagas, e a Indústria, que adicionou 42 postos de trabalho.
Em contrapartida, o setor de Serviços, o maior empregador da cidade, liderou as perdas com o fechamento de 187 vagas. A Agropecuária (−103) e a Construção (−49) também contribuíram para o resultado negativo do mês.
O setor da Construção, em particular, acende um alerta ao acumular o terceiro mês consecutivo de perdas (maio, junho e julho), somando um déficit de 174 vagas no período.
No balanço do ano, contudo, o cenário é diferente. Serviços lidera com folga a geração de empregos (+1.136), seguido por Comércio (+839), Construção (+511), Agropecuária (+395) e Indústria (+388).
A análise por porte de empresa revela que os Microempreendedores Individuais (MEI) e as microempresas foram os únicos a registrar saldo positivo em julho, com a criação de 352 vagas. Por outro lado, as pequenas (−318), médias (−37) e grandes empresas (−108) fecharam postos de trabalho.
O desempenho dos pequenos negócios é o principal motor do mercado de trabalho local. No acumulado do ano, MEIs e microempresas somam 4.276 novos vínculos, e em 12 meses, são responsáveis por um saldo de 5.824 vagas, sustentando a geração líquida de empregos em Uberlândia.
O perfil das contratações em julho favoreceu os trabalhadores mais jovens. Houve saldo positivo nas faixas de 18 a 24 anos (+280 vagas) e de até 17 anos (+169). As demais faixas etárias registraram perdas, com destaque para o grupo de 30 a 39 anos (−237).
No recorte por gênero, houve um contraste significativo: enquanto o saldo para homens foi positivo em 75 vagas, o resultado para as mulheres foi negativo em 189 postos.
Apesar da leve queda no número de vagas, o salário médio real de admissão em Uberlândia avançou para R$ 2.208,00 em julho. O valor representa uma alta de 1,42% em relação a junho (R$ 2.177) e um crescimento de 3,57% no acumulado de 2025.
Os maiores salários de entrada foram pagos pelo setor de Serviços (R$ 2.402), enquanto as grandes empresas ofereceram a maior remuneração média (R$ 2.605). O boletim também reforça uma desigualdade estrutural: em todos os níveis de escolaridade, as mulheres foram admitidas com salários inferiores aos dos homens, e a diferença de renda aumenta conforme o grau de instrução se eleva.
A análise é baseada em dados de vínculos celetistas (CLT) do Novo Caged do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com base ajustada que inclui declarações fora do prazo. Os salários foram corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC-CEPES).
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Palavras-chave: Boletim do Emprego Cepes UFU Uberlândia
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