Publicado em 08/10/2025 às 10:20 - Atualizado em 14/10/2025 às 15:03
Uma pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), analisou os óbitos por pneumonia, tuberculose e gripe por influenza na população adulta no Brasil durante os períodos pré-pandêmico (2014 a 2019), pandêmico (2020 a 2022) e pós-pandêmico (2023) e as relações dessas mortes com indicadores socioeconômicos.
Os pesquisadores contabilizaram 2.283.825 óbitos causados por doenças infecciosas, dos quais 802.345 (35,13%) foram causados por infecções respiratórias na população adulta durante o período de 2014 a 2023.
O trabalho revela como desigualdades socioeconômicas, limitações estruturais e falhas na vigilância epidemiológica influenciam diretamente a mortalidade por infecções respiratórias no país.
Como método investigativo, a pesquisa utilizou um amplo conjunto de dados provenientes de fontes oficiais do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS), como os registros de declarações de óbito do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), as quantidades de profissionais de saúde e de leitos em estabelecimentos de saúde do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), e os valores do Índice de Desenvolvimento Humano e do Índice de Gini no período de 2014 a 2023. As causas de óbitos por infecções foram definidas por meio da 10ª Classificação Internacional de Doenças.
O estudo cita a urgência de fortalecer políticas públicas de saúde dirigidas a idosos e pessoas com doenças crônicas, gestantes, imunodeprimidos e pessoas em situação de pobreza.
Os autores afirmam que é essencial o acesso ao serviço de saúde de qualidade, a ampliação da cobertura vacinal e a promoção de campanhas contra a desinformação. Os pesquisadores também recomendam ações não farmacológicas, como o uso de máscaras, higienização frequente das mãos e ventilação de ambientes, além de aprimoramento nos registros de mortalidade.
Conforme os autores, a pesquisa “pode servir para nortear políticas públicas mais equitativas e direcionadas, fortalecendo a capacidade de resposta do sistema de saúde em cenários de crise e no enfrentamento de doenças infecciosas”.
O trabalho foi publicado em forma de artigo científico assinado por Nikolas Lisboa Coda Dias, Pedro Henrique Santos Serafim Ferraz, Rayssa Lopes de Souza, Manoel Reverendo Videl, Wallisen Tadashi Hattori e Stefan Vilges de Oliveira, todos da Faculdade de Medicina, além de Mariana Felix Maccari, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia.
O texto foi publicado na revista científica suíça Hygiene, com o título “Infecções em adultos e desigualdade: uma análise dos óbitos e seus determinantes socioeconômicos no Brasil”.
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Palavras-chave: Artigo Ciência e Saúde Covid
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