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Iniciativa da UFU que promove inclusão de egressos é finalista do Prêmio Espírito Público

O Projeto está presente em 23 municípios de nove estados do Brasil, oferecendo formação educacional e qualificação profissional para pessoas egressas do sistema prisional e seus familiares

Publicado em 07/11/2025 às 13:08 - Atualizado em 14/11/2025 às 08:40

 

Entre 857 iniciativas inscritas em todo o país, o Projeto Alvorada, coordenado pela Escola Técnica de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia (Estes/UFU), foi selecionado entre os 14 finalistas gerais e concorre na categoria Segurança Pública . A etapa de votação popular começou no dia 10 de outubro e se encerra nesta segunda-feira, 10/11.

A votação segue aberta, e o público pode participar por meio do site Prêmio Espírito Público.

Prêmio Espírito Público 

O Prêmio Espírito Público é uma iniciativa do Instituto República.org que reconhece e valoriza servidores e servidoras que se destacam por promover transformações positivas no serviço público brasileiro. Em sua 7ª edição, o prêmio celebra profissionais e equipes que inovam, inspiram e entregam resultados de excelência para a sociedade, reafirmando o compromisso com uma administração pública mais humana, eficiente e voltada ao bem coletivo.

O que é o Projeto Alvorada?

A iniciativa nasceu em 2017, e em 2024, o projeto entrou em seu II Ciclo, onde atua diretamente na inclusão social, educacional e produtiva de pessoas egressas do sistema prisional e seus familiares. Atualmente, o projeto está presente em 23 municípios de nove estados do Brasil: Goiás, Bahia, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Na UFU, o Projeto Alvorada oferece o curso  de Formação Inicial Continuada (FIC) de eletricista predial, com duração de oito meses e aulas práticas realizadas na Faculdade de Engenharia Elétrica, no campus Santa Mônica.

Entre os alunos está Eduardo Lourenço Correa, que conheceu o projeto por meio de outro egresso. “Eu não tinha visão de nada, não sabia o que iria fazer nem como retomar minha vida com dignidade. A incerteza de começar do zero e tentar arrumar um trabalho, sabendo que o preconceito ainda existe, era muito grande. Infelizmente, é por causa desse preconceito que muitos egressos acabam voltando para a cadeia. Mas foi o Projeto Alvorada que me deu uma luz no final do túnel.”

 

 

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Com duração de oito meses, o curso tem carga horária total de 720 horas. (Foto: divulgação)

 

Correa comenta que o curso abriu portas no mercado de trabalho e trouxe novas perspectivas para o futuro. “Através dessa formação, consegui estagiar em uma empresa de elétrica predial e montadora de transformadores de alta tensão. Hoje me sinto capacitado e, o mais importante, em paz de espírito.” Eduardo também destaca que, graças ao Projeto Alvorada, conseguiu ingressar no curso técnico em Enfermagem da ESTES. “Passei no processo seletivo e estou estudando. Tudo isso só foi possível por causa do Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional, da UFU e de todos que estão à frente do Projeto Alvorada”

De acordo com Cristiane Betanho, Professora de empreendedorismo e inovação do Projeto, o  trabalho dos docentes na iniciativa vai muito além do que se pode esperar de uma sala de aula tradicional “Como docente do projeto, me senti motivada em todos os níveis. No ensino, fui desafiada o tempo todo a aproximar os conteúdos da realidade dos estudantes. Como cidadã docente, fui energizada pela sede de aprender daquele grupo. A gente realmente se sente devolvendo à sociedade o investimento que ela fez em nós” afirmou.

O I Ciclo do projeto formou 20 alunos, e nesse mês de novembro, a iniciativa forma mais uma turma, a cerimônia vai ser realizada no dia 27, às 19h, no auditório 5S, do Campus Santa Mônica. 

“Tivemos o ingresso de 30 alunos e, neste momento, celebramos a formatura de 25 deles, o que representa um índice de conclusão superior a 80%. Em um cenário em que poucos cursos alcançam resultados tão expressivos, esse desempenho reafirma a relevância social do projeto”, destaca a professora Camila Junqueira, coordenadora pedagógica da iniciativa.

Mais do que qualificação profissional, o Alvorada tem se mostrado um caminho de reconstrução de vidas, para cada aluno que se forma, nasce a possibilidade de um recomeço com dignidade. “Hoje ando de cabeça erguida, com um diploma na mão e a certeza de que não faço mais parte do crime.” conclui Correa.

Saiba mais sobre a Iniciativa em: Projeto Alvorada | ESTES 

 

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Palavras-chave: Alvorada Premiação ESTES

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