Publicado em 20/04/2023 às 18:19 - Atualizado em 22/08/2023 às 17:04
Imagem: Reprodução
Na primeira transmissão do mês de abril (6/4), os jornalistas Matheus Minuncio e Sara Camelo tiveram uma conversa no estúdio do UFUCast com João Carlos de Oliveira, professor do Curso Técnico em Meio Ambiente da Escola Técnica de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia (Estes/UFU), e com Cláudio Antônio Di Mauro, professor do Instituto de Geografia (IG/UFU). No centro do debate, o planejamento e a gestão dos recursos hídricos no Brasil, a importância da educação ambiental nesse processo e, ainda, a possibilidade de a água do mundo realmente vir a acabar.
Mas, afinal, este risco realmente existe?
Esta é uma dúvida recorrente entre as pessoas, principalmente em épocas com menos volume de chuvas ou momentos de estiagem severa. Quanto à resposta para essa pergunta, Di Mauro foi taxativo: “Não! A água do mundo não vai acabar. Porém, há o risco de a contaminarmos toda…”. O docente do IG explica que a quantidade de água no mundo é praticamente a mesma desde o começo, ou seja, estamos bebendo a mesma água que os dinossauros beberam um dia. Isso se dá pelo processo de evapotranspiração dos cursos de água e dos seres vivos, que ocorre, basicamente, pela evaporação da água nos ambientes e transpiração dos seres vivos, o acúmulo dessa combinação nas nuvens e a precipitação - chuva - na terra.
Ainda conforme Di Mauro, essas nuvens de chuva se deslocam de um local para o outro e vão distribuindo a água por diferentes regiões do país e do mundo. Um exemplo são os fluxos de nuvens de chuva da Região Amazônica para o restante do Brasil, conhecidos como “rios voadores”, que irrigam principalmente o Sul e o Sudeste do Brasil. Além disso, outras regiões são abastecidas por rios que se estendem por vastas áreas, dentro e fora dos estados, até mesmo para fora das fronteiras nacionais.
Portanto, é preciso entender esse cenário em sua totalidade: o trato da água em um determinado local pode - e afetará - a qualidade da água em outro. Novamente, a água não acabará, mas pode se tornar imprópria para o uso.
Gestão da água para promover a cidadania
Nesse sentido, Oliveira chama a atenção para o fato de que devemos tomar cuidado na utilização do termo “recurso natural”, visto que dá uma conotação de que é algo que naturalmente está disponível e que pode ser usado da forma que bem entendermos, sem cuidado algum. “Nós sabemos que determinados poluentes nos recursos hídricos são extremamente difíceis de serem retirados e, muitas vezes, nem são possíveis de serem retirados. Na maioria das vezes, quem fará o uso dessa água contaminada são as pessoas que têm menos acesso a outras fontes de água de melhor qualidade”, destaca.
O professor da Estes argumenta que, para além de um recurso utilizado nas indústrias, é fundamental que se entenda a água como um direito de todos, como já declara uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2010, que indica “a água limpa e segura e o saneamento (como) um direito humano essencial para gozar plenamente a vida e todos os outros direitos humanos”. Da mesma forma, a legislação brasileira determina que a água é um bem de domínio, além de seu uso prioritário em situações de escassez ser para consumo humano e dessedentação de animais, com o objetivo de “assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos”.
O que cabe a nós?
Embora, como destacam os professores, o problema da escassez de água não seja culpa das pessoas, passando muito pelas decisões políticas sobre o uso da água, algumas medidas simples podem ser adotadas para ajudar na preservação desse bem público. Aqui vão exemplos:
Sobre o UFUCast
A transmissão foi realizada pelo canal da UFU, no YouTube, e nas principais plataformas agregadoras de podcast. Este projeto é elaborado pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU), com execução técnica da Fundação Rádio e Televisão Educativa de Uberlândia (RTU). O objetivo do videocast é apresentar aos espectadores e ouvintes a universidade para além de seus muros e os pesquisadores para além de suas pesquisas.
Vale lembrar que você também pode acompanhar os cortes da entrevista da semana por meio do Instagram, no perfil @UFU_Oficial. Além disso, a Rádio Universitária FM veicula às terças-feiras, a partir das 20h, a versão gravada do episódio da semana.
Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.
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