Publicado em 11/05/2023 às 16:10 - Atualizado em 22/08/2023 às 17:04
Imagem: Reprodução
Thúlio Marquez Cunha, médico pneumologista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU/Ebserh), e Joana D'Arc Vieira Couto Astolphi, assistente social do Setor de Atenção à Dependência Química (Sadeq/UFU) foram os convidados da quinquagésima oitava edição do UFUCast, transmitida no último dia 27 de abril. Na penúltima exibição desta temporada de estreia, o programa foi apresentado pelos jornalistas Matheus Minuncio e Sara Camelo e tratou sobre os principais impactos do hábito de fumar e do uso de produtos de tabaco, os cuidados que os fumantes devem ter com a sua saúde e as alternativas para aqueles que buscam abandonar esse ciclo.
Cigarro ou produtos derivados de tabaco: existe um 'melhor'?
Muito já se foi discutido sobre o uso do cigarro industrial; campanhas foram e são feitas e até mesmo mudanças na legislação brasileira ocorreram quanto à comercialização e onde se pode fazer o uso deste produto. Impactou-se toda uma nova geração e isso pode ser visto em números: atualmente a dependência do tabaco, ou tabagismo, atinge 9,6% da população acima de 18 anos do Brasil, o que corresponde a quase 15,5 milhões de pessoas usuárias do cigarro industrial, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando comparamos esse resultado de 2019 com os números de 2013, em que 11% da população era afetada, vemos uma clara tendência de queda.
No entanto, a questão continua em voga, principalmente entre as novas gerações, por conta do uso de derivados de tabaco que não o cigarro industrial, como o narguilé, cigarro de palha e os populares cigarros eletrônicos (que nem regularizados no Brasil são). Na cabeça de muitos jovens, os ditos "pen-drives" seriam menos prejudiciais tanto na capacidade de viciar quanto nos problemas causados à saúde. De acordo com Thúlio Cunha, essa visão nem deveria existir: “Não existe um cigarro melhor que o outro; o que existem são problemas e intensidades diferentes. Um exemplo é o cigarro de palha, dito como ‘mais natural’, mas um desse equivale a cinco cigarros industriais com filtro. O caminho é: pare de fumar! Não há nenhuma alternativa que fará menos mal ou que minimize o problema.”
Apesar disso, é necessário reconhecer que o problema é mais complexo, visto que o hábito de fumar atua tanto no campo psicológico e social, quanto no biológico. Joana Astolphi explica que a nicotina, substância presente nos derivados de tabaco, atua fortemente no cérebro ao ser absorvida pelo corpo, podendo gerar tolerância e necessidade por maior dosagem para ter o mesmo efeito. Portanto, a pessoa precisa se convencer da necessidade de iniciar um tratamento especializado. É necessária a vontade dela, sem ser forçada. “É muito importante reconhecer que na vida da pessoa a nicotina e o consumo do tabaco geram prazer. E o que será colocado nesse lugar de prazer? É necessário despertar a pessoa para outros interesses que possam remeter a outras ações de prazer. Há outras formas de ter o mesmo prazer, mas em ações saudáveis”, acrescenta a assistente social.
Onde buscar ajuda?
A Universidade Federal de Uberlândia conta com um programa de atenção às questões relacionadas ao uso, abuso e dependência de substâncias psicoativas (álcool, tabaco e outras drogas, o Sadeq/Oficina da Vida. Ele desenvolve ações de assistência, promoção, prevenção e educação em saúde para os servidores e seus dependentes, fundacionais e estudantes da UFU, ofertando atendimento ambulatorial diário, intervenções setoriais, capacitações e demais serviços relacionados.
Para obter mais informações, basta enviar e-mail para seadq@dirqs.ufu.br ou ligar nos fones (34) 3225-8086 ou 3225-8079.
Sobre o UFUCast
A transmissão foi realizada pelo canal da UFU, no YouTube, e nas principais plataformas agregadoras de podcast. Esse projeto é elaborado pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU), com execução técnica da Fundação Rádio e Televisão Educativa de Uberlândia (RTU). O objetivo do videocast é apresentar aos espectadores e ouvintes a universidade para além de seus muros e os pesquisadores para além de suas pesquisas.
Vale lembrar que você também pode acompanhar os cortes da entrevista da semana por meio do Instagram, no perfil @UFU_Oficial. Além disso, a Rádio Universitária FM veicula às terças-feiras, a partir das 20h, a versão gravada do episódio da semana.
Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.
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