Publicado em 03/02/2023 às 18:00 - Atualizado em 22/08/2023 às 17:04
Foto: Reprodução
Escravidão contemporânea é o assunto do episódio 46 do UFUCast. Durante a transmissão na última quinta-feira (02/02), os jornalistas Luan Borges e Naiara Ashaia conversaram com a coordenadora da Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da UFU (Cete/UFU), Márcia Leonora, e com Flávio Muniz, que é mestre em História. A conversa passou por pontos como a história e o enfrentamento ao trabalho análogo à escravidão no Brasil, os direitos trabalhistas das pessoas resgatadas dessa condição e, ainda, como a clínica opera e contribui nesse contexto.
Ao contrário do que se acredita, a escravidão contemporânea não é mais sobre correntes, chicotes ou pessoas trancadas em senzalas. Diferentemente do que se era praticado no Brasil até 1888, o trabalho análogo à escravidão é caracterizado pela falta de condições de dignidade humana no ambiente laboral, com jornadas extenuantes, alimentação inadequada, remuneração baixa ou inexistente e a impossibilidade de sair dessa condição.
Como destaca Márcia Leonora, “a pessoa fica ali; não sabe como sair daquela situação e fica perdida na naturalização daquela situação, que nós não aceitaríamos”. A coordenadora explica que as pessoas que se encontram nessa condição são migrantes nacionais (podendo também ser estrangeiros), que têm um sonho de melhorar de vida e que aceitam propostas de trabalho com esse objetivo. “A escravidão contemporânea não está mais relacionada à questão da cor ou origem. Ela se aproveita das fragilidades, e se aproveitar do sonho das pessoas é algo muito ruim”, acrescenta.
Flávio Muniz salienta que nunca houve uma legislação escrita específica no Brasil que autorizasse a exploração de mão de obra de escravizados, mas havia uma leniência das autoridades em relação a isso. Também, que desde a abolição da escravidão em 1888 até 1940, ainda não havia instrumentos legais quanto ao tema, e que somente em 2005 foi criado um órgao de fiscalização (Grupo Móvel), vinculado ao Ministério do Trabalho, para atuar no combate e erradicação do trabalho escravo contemporâneo no país.
Nesse sentido, a Cete/UFU atua no acolhimento de pessoas resgatadas desse regime de trabalho, dando assessoramento jurídico, psicológico e no recondicionamento dessas pessoas para uma vida normal, fora das esferas de abusos que sofreram.
Sobre o UFUCast
A transmissão foi realizada pelo canal da UFU no YouTube e nas principais plataformas agregadoras de podcast. Esse projeto é elaborado pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU), com execução técnica da Fundação Rádio e Televisão Educativa de Uberlândia (RTU). O objetivo do videocast é apresentar aos espectadores e ouvintes a universidade para além de seus muros e os pesquisadores para além de suas pesquisas.
Vale lembrar que você também pode acompanhar os cortes da entrevista da semana por meio do Instagram, no perfil @UFU_Oficial. Além disso, a Rádio Universitária FM veicula às terças-feiras, a partir das 20h, a versão gravada do episódio da semana.
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Palavras-chave: UFU escravidão ufucast CETE
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