Publicado em 08/10/2018 às 16:15 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:56
1. Prevendo o câncer de mama com exame de sangue
Os pesquisadores Marcelo Silva e Felipe Andrés Cordero da Luz analisam material armazenado em soroteca a - 80º (Foto: Milton Santos)
O professor Marcelo José Barbosa Silva, do Instituto de Ciências Biomédicas (Icbim), conduz uma equipe de 11 pesquisadores - entre eles, professores, alunos de pós-graduação e profissionais de saúde - que estudam biomarcadores no sangue que podem prever o câncer.
Estão sendo monitorados 288 pacientes com câncer de mama, atendidos no setor de Oncologia do Hospital de Clínicas de Uberlândia (conhecido como Hospital do Câncer), além de um grupo de controle com outras 837 pessoas que não têm câncer. Assim é possível comparar as amostras de sangue de quem tem ou não a doença.
O estudo começou em 2015 e, a princípio, eram observadas quatro proteínas presentes no sangue. Três foram descartadas e uma continua sendo monitorada: a EGFR. A depender da quantidade desse biomarcador no sangue, pode-se dizer se a pessoa tem ou não predisposição a desenvolver câncer de mama.
Os resultados ainda são iniciais e não é possível estimar, segundo Silva, quando esse tipo de exame estará disponível para a sociedade.
2. Maneiras de diminuir os danos da radioterapia
Pesquisas sobre câncer de mama são desenvolvidas no Laboratório de Nanobiotecnologia da UFU. Na imagem, a biomédica Letícia Lopes Dantas, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica, demonstra como é feita a extração do RNA do sangue. (Foto: Milton Santos)
A radioterapia é uma forma de tratamento do câncer de mama utilizada em 60% dos casos. Porém, as pacientes que passam pelas sessões de radiação ionizante para combater as células cancerígenas desenvolvem, entre outras reações adversas, um tipo de lesão na pele chamada radiodermatite.
Foi por isso que as pesquisadoras Marceila de Andrade Fuzissaki, Yara Cristina de Paiva Maia e Paula Philbert Lajolo Canto, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina (Famed/UFU), monitoraram 100 pacientes, com o objetivo de identificar o que influencia as reações do organismo.
A conclusão foi de que a pele escura, o tamanho maior da mama e a realização de sessões de radioterapia no período da tarde são fatores de risco para a ocorrência de radiodermatite mais severas nas mulheres avaliadas. Saiba mais na reportagem publicada pelo Comunica UFU em julho deste ano.
3. Combate às células tumorais com soro de cascavel
Procedimento de coleta de sangue foi realizado no Setor de Reptéis do Instituto de Ciências Biológicas da UFU com a autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Comissão de Ética na Utilização de Animais (CEUA). (Foto: Arquivo da pesquisadora)
No Laboratório de Bioquímica e Toxinas Animais (LaBTox), vinculado ao Instituto de Biotecnologia (Ibtec/UFU), são feitas pesquisas focadas no isolamento de toxinas presentes em peçonhas de serpentes e na investigação do potencial farmacológico e terapêutico dessas moléculas.
Um desses estudos, orientado pela professora Veridiana de Melo Rodrigues Ávila, descobriu a capacidade antitumoral de um elemento presente no soro da serpente Crotalus durissus collilineatus, popularmente conhecida como cascavel. As células “doentes” são levadas a um estado de inibição da sobrevivência e de morte programada.
Leia os detalhes desta pesquisa na matéria do Comunica UFU de julho do ano passado. Segundo Ávila, no momento há outras pesquisas em desenvolvimento que poderão ser patenteadas. Conforme avancem os pedidos de proteção, divulgaremos as novidades no Comunica UFU.
4. Diagnóstico a partir de um anticorpo
Pesquisas em Patos de Minas têm contribuído com a busca de soluções para o combate ao câncer de mama (Foto: Thaíse Araújo)
O Laboratório de Genética e Biotecnologia (GBio) também busca novos compostos para o tratamento do câncer de mama. Diminuir os efeitos colaterais e aumentar a eficiência das atuais medicações têm se tornado o foco das pesquisas. Mais de 20 compostos estão em fase de testes em células, já com resultados promissores.
"Múltiplas abordagens se mostram necessárias diante de uma doença tão desafiadora. Diferentes tecnologias convergem para a solução de um problema que necessita de medidas urgentes para sua contenção. Nosso grupo, portanto, busca ampliar as possibilidades diante da heterogeneidade do Câncer de Mama e oferecere novas ferramentas para tratar essa doença", afirma a professora Thaise Gonçalves Araújo. Falamos sobre essas pesquisas no Comunica UFU há um ano. Araújo também descobriu um anticorpo construído por engenharia genética capaz de reconhecer o câncer de mama e recebeu o Prêmio Octavio Frias de Oliveira de 2015.
Outubro Rosa é uma campanha de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Quer divulgar outras pesquisas da UFU? Envie as informações em www.comunica.ufu.br/divulgacao.
Palavras-chave: Câncer de mama Outubro Rosa Divulgação Científica
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