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Caminhos da universidade

Bloqueio no orçamento e 'Future-se' são debatidos na UFU

Audiência pública aconteceu nesta terça-feira, 27/08, no Campus Santa Mônica

Publicado em 27/08/2019 às 14:28 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:33

A deliberação sobre o posicionamento da universidade sobre o “Future-se” será efetivada em reunião do Conselho Universitário (foto: Alexandre Costa)

 

“É difícil falar do futuro quando o presente é incerto”. A frase utilizada pelo reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Valder Steffen Júnior, na abertura da audiência pública sobre o bloqueio orçamentário e o projeto “Future-se”, resume o cenário de tensão vivenciado pela educação superior pública brasileira.

O reitor apresentou as ações de contenção de gastos realizadas diante do bloqueio de R$ 43 milhões, cerca de 30%, do orçamento da universidade. 

Diminuição do transporte intercampi e dos serviços de manutenção, cancelamento de bolsas, dispensa de estagiários e demissão de trabalhadores terceirizados foram algumas das medidas implementadas para garantir o mínimo funcionamento da universidade até o fim do ano letivo. 

A perspectiva, mesmo com as medidas de contenção, é que a UFU inicie 2020 com dívida estimada de R$ 30 milhões,  comprometendo a gestão financeira da universidade para o próximo ano.

“Future-se”

O pró-reitor de Extensão da UFU, Hélder Eterno, fez a explanação técnica sobre o “Future-se”. Ele explicou que a base do projeto capitaneado pelo Ministério da Educação (MEC) está fundamentado em três vertentes: 1) Gestão, Governança e Empreendedorismo; 2) Pesquisa e Inovação e; 3) Internacionalização.

No entanto, ele observou que o caráter inovador da proposta não é contemplado. “O texto não se configura como novidade para a universidade”.

Hélder elencou algumas preocupações que o texto base do projeto “Future-se” apresenta. Confira:

  • Alteração de 16 leis para sua execução;
  • Ausência do Plano Nacional de Educação (PNE);
  • Competição desleal com as fundações;
  • Áreas das ciências básicas em detrimento às aplicadas;
  • Desconfiguração da finalidade da educação superior;
  • Terceirização da gestão da universidade pública;
  • Mercantilização da universidade;
  • Relação com o mercado e empresas;
  • Universidade voltada para o setor empresarial;
  • Competição institucional;
  • Extensão na forma de prestação de serviços;
  • Função social da universidade.

A audiência pública têm caráter consultivo, assim a deliberação sobre o posicionamento da universidade sobre o “Future-se” será efetivada em reunião do Conselho Universitário (Consun). Segundo o reitor, a previsão é que o tema seja tratado em reunião extraordinária no mês de setembro.

Unidades acadêmicas se posicionam

O Instituto de Ciências Sociais (INCIS) e a Faculdade de Educação (Faced) publicaram carta aberta conjunta com posição contrária à adesão ao “Future-se”. Posicionamento similar foi apresentado pelo Instituto de Economia e Relações Internacionais (IERI).

A audiência pública foi transmitida ao vivo pela TV Universitária e nas redes socias da UFU (Facebook e Youtube). Confira abaixo o vídeo completo do evento:

 

Palavras-chave: UFU audiência pública Orçamento Future-se

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