Publicado em 20/08/2020 às 16:39 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:29
Aulas na Etapa 1 do Período Letivo Especial da UFU começaram em 10 de agosto. (Foto: Marco Cavalcanti)
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) convocou coletiva de imprensa hoje (20/08), para informar que 54 das 69 universidades federais aprovaram resoluções para retorno de atividades de ensino por meio remoto. Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), as Atividades Acadêmicas Remotas Emergenciais (AARE) foram aprovadas pelo Conselho de Graduação (Congrad) e preveem dois períodos letivos em 2020. As aulas na Etapa 1 do Período Letivo Especial começaram em 10 de agosto.
Marcus Vinicius David (Universidade Federal de Juiz de Fora), primeiro vice-presidente da Andifes, lembrou que em outras ocasiões, quando as universidades tiveram seus calendários interrompidos, todas as atividades acadêmicas foram repostas. Para ele, esse é um compromisso de todas as instituições: repor o calendário com qualidade e responsabilidade. Joana Angélica Guimarães (Universidade Federal do Sul da Bahia) destacou que os gestores trabalharam no tempo devido para que o retorno às atividades acadêmicas ocorresse com segurança. "Estamos atentos para resolver ou minimizar os efeitos de prováveis problemas que surjam nesse período; vivemos um tempo de intenso aprendizado", relatou Joana.
Edward Madureira Brasil (Universidade Federal de Goiás), presidente da Andifes, ressaltou que na primeira fase da declaração da pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a exemplo de outras instituições em todo o mundo, as universidades federais suspenderam as atividades presenciais, pois o primeiro compromisso era (é) com a vida. O apoio aos alunos que demandam assistência estudantil e aos grupos de risco foi uma prioridade para as instituições. Simultaneamente, em todo o Brasil, foram reorientadas as atividades de pesquisas, dos laboratórios e dos hospitais para o enfrentamento da Covid-19. As funções administrativas foram mantidas por meio remoto. Desde então, visando à continuidade de atividades inerentes, buscou-se a compreensão da dinâmica da pandemia e suas inevitáveis consequências. Orientadas pela ciência, experiência internacional e a solidariedade, as universidades promoveram estudos, diálogos com as autoridades federais, estaduais, municipais e com a comunidade acadêmica.
Na atual fase, respeitando a autonomia, as especificidades e a própria dinâmica da pandemia em cada território, e considerando as condições de biossegurança e o estabelecimento de meios técnicos e legais necessários, as universidades aprovaram resoluções com distintos modelos e calendários para atividades remotas na graduação. Esses modelos têm como referências a preservação da saúde de alunos, docentes e técnicos, a mitigação de danos, a maior qualidade e inclusão possíveis. Para Edward Brasil, estas decisões foram ancoradas em três princípios básicos: segurança da comunidade, isonomia (todos devem ter condições de acompanhar o ensino) e qualidade. Agora, haverá avaliações constantes de resultados e ajustes, quando necessário.
Segundo a Andifes, as universidades federais têm, juntas, 1.005.865 matriculados. Desse total, 403.792 possuem renda familiar per capita de até meio salário mínimo. Por isso, as instituições precisaram se debruçar num trabalho minucioso de diagnósticos para preparação de editais de inclusão digital. Essa demanda por recursos preocupa ainda mais num cenário de possibilidade de diminuição de recursos para 2021. O Ministério da Educação (MEC) planeja corte de 18,2% em relação ao orçamento aprovado para 2020. Esse percentual será repassado a todas as áreas do ministério. Nas universidades e institutos federais de ensino, a previsão de redução é de R$ 1 bilhão.
Durante a coletiva, a boa notícia ficou por conta da biblioteca digital que o MEC pretende lançar para auxiliar os estudantes nestes tempos de pandemia. Para a associação, este recurso será essencial para melhorar a qualidade das atividades emergenciais remotas.
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Palavras-chave: Andifes ensino remoto aulas COVID-19 reposição Avaliação Orçamento retorno
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