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EXTENSÃO

Cátedra Sérgio Vieira de Mello da UFU promove pesquisa com 400 famílias refugiadas

Objetivo do levantamento, realizado entre os dias 08 e 11 de novembro e com divulgação prevista para janeiro de 2022, é verificar a situação dos benefícios oferecidos pelo Acnur e sua efetividade na integração local das pessoas em condição de refúgio

Publicado em 11/11/2021 às 12:13 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:25

Treinamento de equipe ministrado na UFU para a realização de entrevistas foi comandado por Cecília Alvarado, a responsável pelo programa de assistência do Acnur. (Foto: Marrielle Maia)

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foi a 24ª instituição de ensino superior brasileira a firmar parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), para a implementação, em 2020, da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM/UFU). O Acnur possui um processo de monitoramento da distribuição de transferências monetárias como forma de apoio e acolhimento das pessoas em condição de refúgio nos primeiros meses de chegada no Brasil, que são feitas por meio de um processo de triagem por parceiros. Para verificar se as transferências monetárias estão chegando aos beneficiários e se elas estão conseguindo ser efetivas na integração local, foi realizado pela CSVM/UFU, por meio do Núcleo de Pesquisas e Estudos em Direitos Humanos (Nupedh/UFU), em parceiria com o Acnur, da mesma forma que nas edições anteriores, um levantamento com 400 famílias refugiadas. Este trabalho ocorreu entre os dias 8 e 11 de novembro.

Segundo a professora Marrielle Maia, que é coordenadora da CSVM/UFU e do Nupedh, após a fase de coleta dos dados, serão realizados o tratamento estatístico e a análise dos dados coletados por meio de um trabalho conjunto entre Nupedh e Acnur, com previsão de divulgação dos resultados para janeiro de 2022. “São identificadas informações: eficiência no processo de distribuição; como avaliam o atendimento do programa; se tiveram dificuldade de usar o valor em estabelecimentos comerciais; as modalidades de uso do valor da assistência; as transformações geradas nas famílias e perguntas que identificam se a assistência permitiu a inserção dos respondentes no caminho de soluções duradouras de integração local”, explica.

O Acnur forneceu tablets e celulares com chip ativo para que os pesquisadores entrassem em contato com as pessoas em condição de refúgio. (Foto: Lucas Moraes Ramos)

As entrevistas, realizadas via ligações telefônicas em equipamentos fornecidos pelo Acnur, seguiram um roteiro elaborado previamente e permitirão a identificação da performance dessa modalidade de assistência no Brasil e nas diferentes regiões do mundo, que possuem os registros vinculados a um mesmo software. “A investigação permite que o Acnur avalie as modalidades de assistência conferida pela organização. Essa modalidade de assistência em dinheiro, por meio de um cartão bancário, é nova. Diferentemente da assistência por meio de cestas básicas, por exemplo, a assistência em dinheiro visa a atender os mais vulneráveis. O dinheiro permite que eles atendam as suas necessidades de forma digna e que também contribuam para a economia local”, comenta.

Os resultados serão utilizados para subsidiar as políticas do órgão internacional regido pela ONU, que reconheceu a UFU, neste ano, como uma importante parceira na rede de apoio a refugiados. “Os resultados são analisados e transformados em um relatório para subsidiar a tomada de decisão do Acnur sobre a política. Os resultados de 2020, por exemplo, permitiram um aumento desse tipo de assistência no Brasil, uma vez que foram identificados resultados positivos da ação no processo de integração local. Em Minas Gerais, o parceiro responsável pela distribuição tem sede em Belo Horizonte, o que dificulta o acesso de refugiados que vivem no Triângulo Mineiro. A pesquisa pode ampliar a rede de distribuição. Há uma expectativa que possamos integrar essa rede nos próximos anos”, finaliza.

As ações e parcerias, institucionais e interinstitucionais, da CSVM/UFU estão sob responsabilidade do Nupedh, no Instituto de Economia e Relações Internacionais (IERI/UFU). A atuação da UFU no auxílio às pessoas em condição de refúgio se dá também na Assessoria Jurídica para Estrangeiros em Situação Irregular ou de Risco (Ajesir), no Grupo de Estudos e Pesquisa em Migração, Saúde e Trabalho (Migrast), no Núcleo de Francês e Literaturas de Língua Francesa (Nuffli), no Escritório de Assessoria Jurídica Popular (Esajup), na Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo (Cete), no Centro Brasileiro de Estudos em Direito e Religião (Cedire) e na iniciativa "Todas por Ela". Para mais informações, é possível acessar a página da CSVM/UFU no Instagram.

 

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