Publicado em 05/04/2022 às 10:27 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:21
Imagem: Freepik
Mais de 200 mulheres dão à luz todos os meses no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), sob gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Para as famílias, levar o bebê para casa é uma enorme alegria, mas nem sempre ele pode receber alta ao mesmo tempo que a mãe e precisa ficar hospitalizado mais algum tempo para reestabelecer a saúde e ir para casa.
O número de bebês que ficam internados pode chegar a até 15% do total e, destes, alguns ficam por períodos prolongados. Nestes casos, para amamentar e ficar perto do bebê, a mãe tem que se deslocar de casa até o hospital uma ou mais vezes ao dia, o que pode sobrecarregar o orçamento familiar.
Pensando nisso, o Serviço de Humanização do HC-UFU/Ebserh sempre buscou alternativas para a obtenção de recursos para auxiliar no custeio do trajeto das mães que, comprovadamente, são consideradas de baixa renda. Em 2015, a equipe de Humanização do HC-UFU solicitou apoio ao Ministério Público Estadual para garantir recursos para estes casos. O resultado deste empenho veio na semana passada, com a publicação da Resolução nº 1 de 2022, no Diário Oficial do Município de Uberlândia, que dá direito a essas mães à gratuidade na tarifa do transporte coletivo - a ser custeada pela Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia.
A medida vale para as mães, com domicílio em Uberlândia, de crianças internadas nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, no berçário de alto risco e no Setor de Cardiologia Pediátrica do HC-UFU/Ebserh e do Hospital e Maternidade Municipal.
As dificuldades de custear o deslocamento até o hospital, a necessidade de as mães acompanharem a internação de seus bebês e os benefícios da amamentação materna para a recuperação e manutenção da saúde das crianças foram alguns dos pontos que justificaram a concessão do direito, que será garantido enquanto durar a internação da criança.
Lêda Márcia Viana Santos Borges, idealizadora do projeto e coordenadora do Serviço de Humanização do HC-UFU/Ebserh, comemora a publicação. “Fiquei muito emocionada quando vi a publicação da resolução. A gente lutou muito por isso e hoje é uma alegria muito grande ver o resultado. Não tem alegria maior do que ver uma mãe junto com seu filho, mantendo o vínculo afetivo”, contou.
Maria é mãe da Alice (nomes fictícios) e, mesmo antes do parto, teve uma rotina de diversas idas e vindas ao hospital. Assim que nasceu, Alice precisou ficar internada no HC-UFU, onde permaneceu por mais de cinco meses. “Nós planejamos tudo para esta segunda gestação, mas fomos surpreendidos pelo diagnóstico que recebemos das alterações de saúde da Alice. Fazíamos visitas diárias ao hospital e, neste tempo, convivi com mães que tiveram o orçamento muito afetado, devido à internação prolongada dos bebês”, relembrou Maria.
Maria relata, ainda, que, no tempo em que esteve com Alice no hospital, se surpreendeu com as ações realizadas pelo Serviço Social e de Humanização. “Muitas famílias não tinham nenhuma rede de apoio e foram muito apoiadas pelas equipes do Serviço Social e da Humanização; então, ver o resultado dessas ações rendendo frutos para o auxílio financeiro a essas famílias é muito gratificante”, testemunhou.
Como funciona?
Para solicitar o auxílio, é preciso que a mãe faça seu cadastro na Coordenaria do Programa de Saúde da Criança (Avenida Floriano Peixoto nº 1125 - Anexo III da Secretaria Municipal de Saúde). Nesse cadastro, é necessário apresentar a seguinte documentação: RG e CPF; comprovante de residência; título de eleitor; documento médico atualizado que comprove a internação da criança; e documento que comprove situação de baixa renda (comprovante de pagamento de salário, Recibo de Pagamento Autônomo, pró-labore, declaração de Imposto de Renda ou qualquer documento juridicamente admitido).
Depois de realizado o cadastro, caso o pedido seja deferido pela Secretaria Municipal de Saúde, os vales-transporte serão encaminhados à Coordenadoria do Programa da Saúde da Criança e, depois, entregues às mães.
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Palavras-chave: Hospital de Clínicas humanização maternidade alto risco
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