Publicado em 13/05/2022 às 12:58 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:39
Modelo do ergômetro para cadeirantes patenteado pelos cientistas. (Foto: Arquivo Pessoal)
Um ergômetro é um equipamento utilizado para avaliação física. Através do seu mecanismo é possível simular um esforço físico e a resposta dada pelo coração do paciente em relação a esse esforço. Os cicloergômetros, mais usados, permitem que pessoas que possuem capacidade motora para realizar o movimento exigido pelo equipamento com os membros inferiores, tenham sua aptidão física analisada.
Em dados apresentados em 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), consta que 7,8 milhões da população acima de dois anos de idade apresentam deficiência física nos membros inferiores.
Da necessidade de desenvolver um equipamento que permitisse avaliar e treinar pacientes que podem movimentar apenas a parte superior do corpo, foram criados os ergômetros de braço. Contudo, testes realizados para analisar o condicionamento físico adaptado a tais equipamentos mostraram que os usuários de cadeiras de rodas não obtinham as mesmas respostas que os demais, uma vez que não era levado em conta o gesto motor efetuado por eles.
Em 2007, para sua dissertação de mestrado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e sob a orientação do professor Cleudmar Araújo, Denize Novais, propôs a criação de um protótipo de um ergômetro de cadeira de rodas que atendesse ao princípio da especificidade do movimento. Anos mais tarde, em 2010, como forma de otimizar o equipamento desenvolvido e permitir uma maior implementação em consultórios, Sérgio Vieira, também orientado por Araújo, desenvolveu em sua dissertação de mestrado e doutorado a versão do ergômetro que seria patenteada em abril de 2022. O documento reconhece Vieira e colaboradores como inventores oficiais do ergômetro para cadeirantes.
“É uma sensação recompensadora saber que o trabalho desenvolvido está atingindo os estágios que propiciam que ele saia do ambiente acadêmico e possa ser amplamente utilizado pela população para qual foi projetado”, conta Sérgio Vieira, um dos inventores do equipamento.
O ergômetro para cadeirantes
A patente desenvolvida é usada para exercício dos membros superiores, fiel ao gesto motor executado ao se realizar a propulsão de uma cadeira de rodas. Ele consiste em uma estrutura similar à uma cadeira de rodas e possui dimensões ajustáveis para acomodar cada usuário.
Um sistema de resistência eletromagnético, conectado aos aros de propulsão, é responsável por fornecer a carga de resistência que o usuário deve vencer ao realizar o movimento de impulsionar os aros. A partir de seu funcionamento, o equipamento coleta os dados de velocidade dos aros e torque resistivo imposto pelo sistema eletromagnético, calculando a potência exercida durante o exercício e os parâmetros de energia e fadiga do usuário.
Para os pesquisadores do ergômetro de cadeira de rodas, uma clínica que queira realizar avaliação de cadeirantes pode usar no equipamento o mesmo conjunto de sensores de avaliação cardíaca usado no teste de esteira, utilizado em pessoas que possuem o movimento dos membros inferiores.
“O ergômetro desenvolvido não é uma adaptação. Ele é um equipamento novo, inteiramente projetado para a especificidade de posicionamento e movimentos dos cadeirantes” explica Vieira.
Atualmente, o ergômetro patenteado passa por um processo de atualização com novos sistemas mecânicos e eletrônicos, como forma de ampliar os ajustes e avaliações possíveis. A nova versão contará, inclusive, com a proteção intelectual.
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Palavras-chave: Ciência ergômetro exame cadeirantes UFU pesquisa patente
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