‘Ciência ao Pé do Ouvido’ discute causas e consequências da Guerra da Ucrânia

Com quase quatro meses e meio de bombardeios, a Guerra da Ucrânia, além de mortes e destruição, produz mais de uma versão. Uma coloca como objetivo da Rússia a retomada de territórios perdidos com o fim da Guerra Fria. Outra argumenta que o maior país do mundo se defende da hegemonia do ocidente, representada pela expansão da Organização de Tratado do Atlântico Norte (Otan).

“Como em toda guerra, essa guerra nasce de um confronto de vontades. A Rússia tem demandas sobre a Ucrânia, gostaria que a Ucrânia realizasse determinadas ações, se comportasse de determinadas formas e a Ucrânia, voluntariamente, se recusa. Então, a guerra é uma forma, um instrumento coercitivo para adequar o comportamento da Ucrânia às vontades da Rússia”, resume Flávio Pedroso Mendes, professor do Instituto de Economia e Relações Internacionais da UFU.

Conforme explica o pesquisador, não há muita clareza sobre o rol de objetivos políticos da Rússia que levaram à guerra, mas que um dos objetivos centrais é evitar a entrada da Ucrânia na Otan. “Muitas dúvidas têm-se gerado quanto a isso desde o início da guerra. Muitas pessoas, até especialistas, [estão] sugerindo que isso é um pretexto para esconder interesses revisionistas, mas essa tese não se sustenta”, afirma Mendes.

A ameaça de uma Terceira Guerra Mundial também é uma tese que não prospera, segundo  Thainá Penha Nunes, mestra pelo Programa de Pós-graduação em Relações Institucionais pela UFU. “Os Estados Unidos nem mesmo vão mandar tropas para lutar na Ucrânia, porque isso já não vale à pena, politicamente, financeiramente”, argumenta.

Flávio Mendes e Thainá Nunes foram os pesquisadores convidados para explicar tanto as causas, como as consequências da Guerra na Ucrânia no episódio 54 do “Ciência ao Pé do Ouvido”, podcast produzido pela Divisão de Divulgação Científica da Diretoria de Comunicação Social da UFU.

O episódio foi publicado nesta terça-feira, 5/07, nas principais plataformas de streaming. Ouça agora no Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music ou diretamente no Anchor.

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