Publicado em 11/10/2022 às 11:38 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:20
Contente com a notícia de que seria avó, Maria não escondia a ansiedade em saber como seria o rostinho de seu neto. Há poucos dias, sua filha mais nova havia descoberto a gestação e compartilhado a novidade com a família. Poucas semanas mais tarde, a ansiedade novamente tomou conta de Maria, mas, por outro motivo. Ela, que é enfermeira, sentiu um incômodo na mama e percebeu que algo estava diferente. Havia uma área mais sensível e avermelhada. Ao passar por uma consulta médica e por exames, descobriu que era mais um número na estatística de mulheres com câncer de mama no Brasil. Apreensão e choro marcaram as semanas seguintes à notícia da gestação da filha e ao seu diagnóstico. “Meu medo era não conhecer meu neto”, relembra.
Felizmente, o medo de Maria não se concretizou. Sempre acompanhada pelo marido e pelos filhos, a enfermeira realizou o tratamento, curou-se e hoje aproveita os bons momentos com a família.
Maria com o neto. (Fotos: Acervo pessoal
Embora seja difícil falar sobre câncer, a história de Maria serve como exemplo de superação de uma doença que acomete tantas mulheres no Brasil. Em 2020, mais de 66 mil mulheres foram diagnosticadas com câncer de mama segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O número de casos só fica atrás dos cânceres de pele. O de mama, no entanto, é o tipo que mais causa óbitos de mulheres no país: quase 27% do total.
Para 2022, a estimativa é que outras 66.280 mulheres terão câncer de mama: uma a cada 2.200 brasileiras. Em Minas Gerais, o Inca estima que 8.250 mulheres sejam acometidas pela doença por ano. Neste cenário, torna-se crucial o uso destes dados para a programação de ações de prevenção e de promoção ao autocuidado.
No Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), sob gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), as equipes atendem cerca de 600 mil mulheres de 27 cidades mineiras. De 2021 até agosto de 2022, foram realizadas quase 5 mil mamografias, principal exame de imagem para diagnóstico de tumores na mama. No mesmo período, mais de 400 pacientes com câncer de mama foram atendidas pela unidade de saúde.
Thaís Rezende Mendes, enfermeira do Serviço de Oncologia do HC-UFU/Ebserh, enfatiza a importância de a mulher conhecer o próprio corpo. “Por muitos anos, o autoexame foi estimulado. Havia, inclusive, uma técnica que devia ser realizada em um dia específico do mês. Isso, às vezes, confundia a mulher, que acabava não fazendo. Agora, preconiza-se o autoconhecimento: a mulher deve se apalpar, sim, mas em situações corriqueiras do dia: no banho, ao acordar... Não existe uma técnica. O que existe é a necessidade de conhecer o corpo e conseguir identificar se algo está diferente do habitual”, explica.
Tanto a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), quanto o Ministério da Saúde, indicam que, a partir dos 40 anos, todas as mulheres devem realizar os exames clínicos anualmente para avaliação diagnóstica. “O toque é importante para se conhecer, mas nem sempre é possível identificar tumores menores ou mais internos, o que justifica a necessidade de um exame mais completo", ressalta Thaís.
Sinais e sintomas
O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas, que devem sempre ser investigados por um médico:
Evento esportivo
No próximo sábado, 15 de outubro, às 8h, será realizada a “8ª Caminhada Contra o Câncer”, evento tradicional organizado pelo Grupo Luta pela Vida, para reforçar a importância de se adotar uma rotina saudável. A caminhada será realizada no Parque do Sabiá e toda a comunidade pode participar. A entrada será pela portaria da Avenida Anselmo Alves dos Santos, nº 595. Será distribuído um kit exclusivo da campanha Outubro Rosa para os primeiros participantes que chegarem.
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Palavras-chave: HC-UFU Oncologia Outubro Rosa Câncer de mama mamografia
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