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Ciência ao Pé do Ouvido

Juventude e ciência: não existe um padrão para ser cientista

Jovens conversam sobre suas pesquisas e trajetórias no episódio #75 do "Ciência ao Pé do Ouvido"

Publicado em 04/04/2023 às 08:18 - Atualizado em 05/09/2023 às 19:08

Arte: Ludimila de Castro

É comum termos uma visão errada de quem é um cientista. Sempre que falamos essa palavra, pensamos em um homem branco, com mais de 50 anos, usando jaleco e dentro de algum laboratório. Cientista não possui idade, gênero, cor ou área de atuação; vai muito além dessas características.

No episódio #75 do podcast "Ciência ao Pé do Ouvido", conversamos com duas jovens pesquisadoras. Maria Eduarda Ferreira é aluna do curso de Física da Universidade de São Paulo (USP) e desenvolveu Iniciação Científica na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) durante o Ensino Médio. Já Mariana Milena, estudante de Engenharia Mecatrônica na UFU, detectou um asteroide em um programa da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) e faz divulgação científica nas redes sociais.

Maria Eduarda tinha apenas 16 anos quando começou a desenvolver pesquisa por meio do Programa Institucional de Iniciação Científica do Ensino Médio (Pibic-EM), um convênio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com a UFU. Na época, a futura física fazia Ensino Médio em uma escola pública de Uberlândia e começou seus estudos orientada pelo professor Carlos Henrique Gomes Martins, do Instituto de Ciências Biomédicas (Icbim/UFU).

O principal objetivo da pesquisa foi a análise da atividade antibacteriana da Própolis Verde para combater as doenças periodontais. O estudo fez com que ela ganhasse diversos prêmios, dentre eles: o Prêmio de Excelência em Pesquisa e o segundo lugar na categoria de Ciências Biológicas da Feira Brasileira de Jovens Cientistas (FBJC); o primeiro lugar na Categoria Geral Ciências Biológicas da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace); o prêmio da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq); e uma credencial para a Feira Internacional de Ciências e Engenharia Regeneron (Isef), em Atlanta, nos Estados Unidos, que aconteceu no ano passado.

Nós já divulgamos a pesquisa da Maria Eduarda no Comunica UFU e você pode ver os detalhes aqui e aqui.

Maria Eduarda Ferreira (direita) junta ao seu orientador, Carlos Henrique Gomes Martins, e co-orientadora Nagela Bernadelli. (Foto: Arquivo pessoal)

Já Mari Milena, como é conhecida nas redes sociais, detectou um asteroide, até então desconhecido, em parceria com a Nasa. Na época, ela tinha apenas 18 anos. Sorteada para participar do projeto Astrominas, idealizado por mulheres do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG/USP), Mari conheceu o programa Caça Asteroides, desenvolvido pela Nasa em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O programa é realizado por meio da Colaboração Internacional de Pesquisa Astronômica (IASC/Nasa) e fornece imagens captadas por um telescópio de 1,8 metros localizado no Havaí.

Com o feito, a aluna recebeu uma medalha durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do ano passado. Além de caçadora de asteroides, a medalhista é também divulgadora científica. Em 2020, por causa da pandemia de covid-19, ela criou um perfil no Instagram para compartilhar seus resumos escolares e, com a aproximação da astronomia, começou a divulgar além do assunto, ciência geral e sua rotina na universidade.

Graças à divulgação da descoberta de Mariana no Comunica UFU, o assunto se tornou pauta nacional e a aluna deu entrevistas em diversos veículos de imprensa. (Foto: Arquivo pessoal)

Atualmente, a UFU conta com dois programas voltados para a iniciação científica de jovens. O já citado Pibic-EM acontece em parceria com as escolas públicas e os agraciados recebem uma bolsa durante um ano para desenvolverem pesquisa sob orientação de professores da UFU. Em 2021, a universidade começou a oferecer também bolsa de IC para alunos da Escola de Educação Básica (Eseba).

Com a iniciativa da Diretoria de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Dirpe/Propp), a UFU passou a ter um programa de incentivo à pesquisa em todos os seus níveis de ensino, que vai desde a Educação Básica, na Eseba, passando pelo Ensino Médio e Técnico, na Escola Técnica de Saúde (Estes), até os programas de graduação e pós-graduação.

Ficou interessado pela trajetória das cientistas, que mesmo jovens já se destacam no meio científico? Ouça nosso papo com elas no episódio #75, disponível nas principais plataformas de podcast.

 

 

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Palavras-chave: Ciência ao Pé do Ouvido juventude Ciência iniciação científica

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