Os homens coisa

Arte: Mateus Freitas

A coisa se levanta com o som uniforme e padrão de todos os dias. Ligada ao seu corpo, existe uma extensão pequena e tecnológica que se acende mostrando as horas, a data e possíveis notícias da madrugada. De pé no chão gelado, o indivíduo puxa um fio ligado ao aparelho, leva ao ouvido e segue para o outro ambiente enquanto escuta suas músicas favoritas. Seu dia é assim, sempre por um fio.

Muitas vezes apática, a criatura se torna apenas mais uma em meio as outras peças do maquinário social que, do australopiteco ao Homo sapiens, ergueram-se sustentados pela coluna vertebral, tiveram seu cérebro desenvolvido graças à culinária cada vez mais complexa, possibilitada pelo fogo, e hoje caminham entre as profundezas do capitalismo.

Passar a ser coisa, número, taxa ou qualquer outra análise, pode ser um processo rápido e silencioso. Um dia você é você, no outro, é apenas uma peça que funciona oito horas por dia ou um pouco mais.

Mesmo assim, as criaturas tentam se manter otimistas.

Vanessa de Oliveira, psicóloga da Diretoria de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), é a convidada do episódio dessa semana. Sejam bem-vindos ao Ciência ao Pé do Ouvido #79.

Nele, você irá saber mais sobre como identificar relações de trabalho prejudiciais, como estabelecer um ambiente saudável com seus colegas e ainda o que fazer caso viva umas das situações exemplificadas.

“Têm alguns casos em que a pessoa vive para o trabalho. Ela não consegue fazer uma atividade física, encontrar com amigos e família. Ela só chega em casa, dorme e começa tudo de novo no outro dia. Isso acontece porque esse sujeito está tão cansado que ele não consegue pensar em outra coisa”, conta a psicóloga.

Ficou curioso? Ouça o podcast na sua plataforma de áudio favorita: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music, Deezer, Radio Public e Anchor.

O "Ciência ao Pé do Ouvido" é produzido pela Divisão de Divulgação Científica da Diretoria de Comunicação Social (Dirco/UFU) e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

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