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Acessibilidade

#CiênciaAcessível: podcast da UFU lança versão em Língua Brasileira de Sinais (Libras)

'Ciência ao Pé do Ouvido' é o primeiro podcast de divulgação científica de Minas Gerais a trazer a tradução

Publicado em 06/09/2023 às 11:01 - Atualizado em 12/09/2023 às 15:50

Versão em Libras está disponível no Spotify e no Canal da UFU no YouTube. (Foto: Túlio Daniel)

O primeiro vídeo do podcast “Ciência ao Pé do Ouvido” com versão em Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi ao ar no Spotify e no Canal da UFU no YouTube. O objetivo é ampliar o público e promover o acesso à informação de qualidade e acessível, trazendo mais inclusão para o conteúdo produzido pela equipe da Divisão de Divulgação Científica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Ligada à Diretoria de Comunicação Social (Dirco/UFU), a divisão lançou o primeiro episódio em áudio do podcast em fevereiro de 2020. A proposta era aproximar a comunidade não acadêmica da ciência, com temas que envolvem pesquisas relacionadas ao cotidiano. 

Em 2022, a divisão foi contemplada em chamada de financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). No projeto, apresentou a proposta de ter um bolsista para atuar como tradutor e intérprete de Libras-Português dos episódios da quarta e quinta temporadas do "Ciência ao Pé do Ouvido". Com isso, o podcast se torna o primeiro de divulgação científica de Minas Gerais a ter uma versão em Libras. 

Em um levantamento realizado pela divisão, foi constatado que há poucos podcasts de ciência com versão em Libras no Brasil. Além disso, não foi encontrado nenhum em atividade.

 

Setembro azul

Setembro é um marco de celebração e reconhecimento global para a Comunidade Surda. O nono mês do ano assume um papel especial na história de luta e apontamento de demandas ainda existentes.

Entre 6 e 11 de setembro de 1880, aconteceu o Congresso de Milão. Nesse evento, foi imposto o uso do oralismo, banindo as línguas de sinais da educação dos surdos. “Nele, havia diversos especialistas da área da surdez representados por médicos e educadores, sendo que somente quatro deles eram surdos e acabaram sendo votos vencidos pela maioria que decidiu pelo banimento das línguas de sinais na educação de surdos e firmando as línguas orais como língua de instrução em todo o mundo”, acrescenta Morgana Machado, bolsista, tradutora e intérprete de Libras-Português da Divisão de Divulgação Científica.

10 de setembro é um dia de celebração internacional das Línguas de Sinais, essencial para a identidade, cultura e a comunicação dos surdos em todo o mundo. Morgana Machado salienta que cada língua de sinais é única, havendo países que possuem até mesmo mais de uma. A intérprete e tradutora ressalta que no Brasil, por exemplo, existem ao menos seis, sendo a Libras utilizada pelos surdos urbanos.

Já 26 de setembro marca a festa do Dia Nacional do Surdo (Lei nº 11.796 de 29 de outubro de 2008). Nesse dia, rememora-se a fundação, em 1857, da primeira escola para surdos no Brasil, hoje conhecida como Instituto Nacional de Educação de Surdos, estabelecida pelo professor francês Eduard Huet, que também era surdo. 

Por fim, 30 de setembro tem dupla comemoração: o Dia Internacional do Surdo e o Dia do Profissional Tradutor, honrando aqueles que intermediam a comunicação e a compreensão entre o mundo dos surdos e o mundo que os envolve. “Para a comunidade surda, o mês de setembro não é somente um tempo de comemoração dos avanços obtidos, mas de relembrar o já vivido e lutar para que nunca mais se repita uma tentativa de extinção das línguas de sinais. O setembro azul/surdo é sinônimo de resistência”, relata Machado.

O uso do azul como símbolo carrega uma profunda significação. Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas marcavam as pessoas com deficiência com uma faixa azul no braço. Hoje, a cor azul reverbera a história de adversidades enfrentadas pelos surdos através dos anos. No entanto, transcende esse contexto, simbolizando a trajetória de triunfos da comunidade surda, ressaltando sua cultura, identidade, história e língua únicas.

E se você quiser entender mais sobre as conquistas, os esforços, a história e a cultura surda no Brasil, ouça e assista o episódio #91 do "Ciência ao Pé do Ouvido", dedicado inteiramente ao Setembro Surdo e acessível nas principais plataformas de podcast, com a versão em Libras disponível no Spotify e no YouTube.

Devido à temática, o episódio #91 foi escolhido para ser o primeiro disponível também em Libras. Posteriormente, os demais episódios já lançados da quarta temporada e os que ainda serão lançados também serão disponibilizados com a tradução e interpretação.

 

Campanha #CiênciaAcessível

A acessibilidade é fundamental no âmbito da divulgação científica, representando um caminho essencial para a democratização do conhecimento científico. Disponibilizar informações científicas em formatos alternativos, como vídeos com legendas, transcrições em áudio, textos em linguagem simples e visualizações gráficas claras, amplia significativamente o alcance e o impacto da divulgação científica.

Isso também contribui para estimular o interesse e a participação de grupos sub-representados na ciência. Quando informações complexas são apresentadas de maneira clara e envolvente, a curiosidade e o desejo de aprender podem ser despertados em um público mais amplo, inclusive entre crianças, jovens e adultos que não têm uma formação científica formal.

Tendo isso em vista e levando em conta a contemplação da Divisão de Divulgação Científica na chamada da Fapemig, a UFU criou a campanha #CiênciaAcessível. O objetivo é levar as produções científicas da universidade de forma acessível para a população.

Desse modo, as publicações de ciência nas redes sociais oficiais da UFU trarão a hashtag, que apresentará a descrição em texto da imagem e/ou vídeo da publicação. Além disso, os vídeos produzidos pela divisão contarão com a interpretação e tradução em Libras, além da legendagem, como já começou a ser feito nesta semana.

Com a iniciativa, a universidade reforça seu compromisso com a pluralidade e acessibilidade, assegurando que o conhecimento científico seja acessível a todos. Esta iniciativa amplia o alcance da divulgação científica, permitindo que mais pessoas tenham acesso à ciência. A UFU segue firme em sua missão de promover o conhecimento, compartilhar descobertas e construir uma comunidade inclusiva que celebra a diversidade em todas as suas formas.

 

 

Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.

Palavras-chave: Ciência ao Pé do Ouvido podcast #CiênciaAcessível Libras

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